Crítica: Sexo, Drogas e Rock’n’Roll
✪✪✪✪ SEXO, DROGAS E ROCK’N’ROLL, de Eric Bogosian. Com sua visão ácida da sociedade moderna, o monólogo cômico do americano Eric Bogosian, montado pela primeira vez em 1990, conquistou o circuito off-Broadway e ganhou um Obie, prêmio concedido pelo jornal The Village Voice. A montagem brasileira estrelada por Bruno Mazzeo mantém o espírito corrosivo do original […]
✪✪✪✪ SEXO, DROGAS E ROCK’N’ROLL, de Eric Bogosian. Com sua visão ácida da sociedade moderna, o monólogo cômico do americano Eric Bogosian, montado pela primeira vez em 1990, conquistou o circuito off-Broadway e ganhou um Obie, prêmio concedido pelo jornal The Village Voice. A montagem brasileira estrelada por Bruno Mazzeo mantém o espírito corrosivo do original e acrescenta à peça um insuspeitado mérito: traduzido à risca por Maria Clara Mattos, o texto foi sendo modificado ao longo dos ensaios pelo ator e pelo diretor, Victor Garcia Peralta, de modo a incorporar referências atuais e brasileiras, sem desvirtuar as intenções do autor. Com um figurino que se resume a jeans, camiseta e tênis, Mazzeo vive seis personagens em esquetes distintos: um sem-teto, uma estrela do rock, um adolescente tardio eternamente chapado, um milionário bon-vivant, um empresário poderoso e um artista em crise. A tríade que dá nome à peça perpassa, de alguma forma, todas essas figuras, mas o verdadeiro tema aqui é a incessante busca pelo excesso, marca do nosso tempo. À vontade, Mazzeo dá um show, criando seus tipos através de sutis variações de corpo e voz, sem apelar para a caricatura.