Clássico drama de tribunal, 12 Homens e uma Sentença foi escrito como uma peça, mas tendo a televisão como objetivo: seu autor, Reginald Rose, era dramaturgo de teleteatro, e foi em um programa desse tipo na CBS que seu texto ganhou vida pela primeira vez, em 1954. Três anos depois, a peça ampliou sua fama a bordo de uma adaptação para o cinema. Dirigida por Sidney Lumet (em sua estreia no comando de um longa) e estrelada por Henry Fonda, a produção foi indicada ao Oscar de melhor filme, diretor e roteiro adaptado. Na história, doze jurados estão reunidos para decidir se condenam ou absolvem um jovem porto-riquenho, acusado de ter assassinado o pai. Apenas um deles tem dúvidas da culpa do rapaz. À medida em que ele tenta convencer seus colegas a reconsiderar a sentença, a personalidade de cada um vêm à tona. Quem viu o filme deve se lembrar de sua pegada teatral: à exceção de duas cenas curtas, toda a ação se passa em uma única sala onde os jurados deliberam sobre o veredito.
Com o êxito do longa, o texto passou a ganhar diversas montagens no teatro (inclusive uma dirigida por Harold Pinter, em 1996), mas só agora chega a um palco carioca. Com direção de Eduardo Tolentino de Araújo, fundador do Grupo Tapa, a peça estreia no CCBB em 19 de fevereiro, depois de uma temporada de grande sucesso em São Paulo — onde venceu o Prêmio APCA e o Prêmio Contigo de melhor espetáculo (este último pelo júri popular), além de ter recebido duas indicações ao Prêmio Shell. Na ponte aérea para o Rio, o elenco mudou bastante: aqui, os doze jurados serão interpretados por Genézio de Barros, Norival Rizzo, Babu Santanna, Marcelo Escorel, Henri Pagnoncelli, Mario José Paz, Henrique Cesar, Edmilson de Barros, Xando Graça, Camilo Bevilaqua, Francisco de Figueiredo e Gustavo Rodrigues. Francisco Paz completa o elenco, interpretando um guarda. “Esta renovação do elenco, depois de um ano parado, é estimulante, são novos temperamentos em cena. O arcabouço do espetáculo é o mesmo, mas estamos nos adaptando a estes novos temperamentos. Mantivemos o pensamento e a forma da montagem, mas misturada a estes novos humores”, afirma o diretor.
Como fã do filme e escorado pelos elogios à temporada paulistana, aguardo ansiosamente!