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Teatro de Revista

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Espetáculos, personagens, bastidores e tudo mais sobre o que acontece na cena teatral carioca, pelo olhar do crítico da Veja Rio
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Tadeu Aguiar fala sobre O Dia em que Raptaram o Papa e Para Sempre ABBA, que ele dirige

Ator com mais de trinta anos de carreira, Tadeu Aguiar vem se dedicando com frequência à direção de montagens adultas desde 2011, quando estreou na função, com o musical 4 Faces do Amor. No momento, seu nome aparece nos créditos de duas peças. Curiosamente, ambas estão em cartaz no Teatro Clara Nunes e têm origem, […]

Por rafaelteixeira
Atualizado em 25 fev 2017, 19h01 - Publicado em 26 jul 2013, 20h48
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Tadeu Aguiar (crédito: Gustavo Bakr)

Ator com mais de trinta anos de carreira, Tadeu Aguiar vem se dedicando com frequência à direção de montagens adultas desde 2011, quando estreou na função, com o musical 4 Faces do Amor. No momento, seu nome aparece nos créditos de duas peças. Curiosamente, ambas estão em cartaz no Teatro Clara Nunes e têm origem, de certa forma, em grandes sucessos. O Dia em que Raptaram o Papa, comédia de João Bethencourt (1924-2006) encenada pela primeira vez em 1972, é simplesmente do texto brasileiro mais montado no exterior, tendo passado por mais de quarenta países. Já o musical Para Sempre ABBA, como o nome entrega, é recheado de hits da adorada banda sueca, como Dancing Queen e The Winner Takes It All. O blog conversou com Aguiar sobre os dois projetos. Confiram:

A que você atribui o sucesso de O Dia em que Raptaram o Papa, a ponto de ter sido o texto brasileiro mais montado lá fora?

O espetáculo fala do homem sem nenhum tipo de pregação religiosa. Fala da necessidade de encontrarmos a paz em um dia onde nenhum homem mate um outro homem. Infelizmente, esta é uma busca pertinente a todos os povos em todos os tempos. Além disso, João Bethencourt é um gênio da comédia e arma situações como ninguém, onde, desde as crianças até os adultos, toda a família se diverte. Quem poderia imaginar um taxista judeu raptando o papa e o levando para casa (o mote da história) ter como resultado a busca por um dia de paz mundial?

Em que a sua montagem de O Dia em que Raptaram o Papa difere ou inova com relação às anteriores feitas no Brasil?

Engraçado dizer. Em 1972, utilizar como recurso a gravação para substituir um ator era uma grande inovação proposta por João Bethencourt. Para os dias de hoje, numa comédia superproduzida como a nossa, esse artifício não seria nenhuma novidade e, por isso, optamos por enriquecer a peça colocando atores representando os personagens do xerife, do repórter e do policial. Além disso, nos tempos de violência e desrespeito que o mundo enfrenta, sublinhamos no espetáculo a necessidade de refletirmos sobre a real possibilidade de sermos essencialmente bons.

Mudando de espetáculo, como o projeto de Para Sempre ABBA chegou até você? Você chegou a hesitar para aceitar o convite, considerando as possíveis comparações com Mamma Mia, que também tem músicas do ABBA?

Para Sempre ABBA chegou de repente na minha vida com o convite de um grande amigo Carlos Alberto Serpa. Claro que, imediatamente, Mamma Mia veio como referência, e claro que tratamos de nos afastar deste universo. Quando Rodrigo Cirne trouxe a seleção musical, vi que seria simples construirmos uma história nossa. O espetáculo frui pelo universo do ABBA, explorando as tramas propostas pelas letras e a qualidade ímpar de suas músicas.

O espetáculo não tem diálogos, as canções é que retratam a história. Para você, como diretor, isso representa um desafio maior do que em um musical em que as canções são intercaladas por diálogos? E o público, como reage, considerando que as músicas são cantadas em inglês?

Para vencer este desafio, optei por criar um eixo narrativo simples e, durante os ensaios, fazer com que cada ator criasse um personagem. Além disso, para garantir que os subtextos estivessem vivos em cena, fiz questão de trabalhar com atores-cantores. Assim o público, independente da língua, consegue acompanhar a partitura de emoções do espetáculo. O resultado é sensacional, o público se envolve muito.

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E quais são os seus próximos projetos no teatro?

Em agosto reestrearei Oscar e a Senhora Rosa, comemorando os 55 anos de carreira de Miriam Mehler, no SESC Pinheiros, em São Paulo. Ainda neste ano, vou dirigir Querido Brahms, de José Eduardo Vendramini, também em São Paulo, no Anfiteatro do MASP, com Bianca Rinaldi e Werner Schünemann no elenco. No Rio, estou programando, como ator, um espetáculo com músicas de Natal escrito por Artur Xexéo e dirigido por Jacqueline Laurence. Para 2014,vamos produzir a comédia Quando Eu For Mãe Quero Amar desse Jeito, de Eduardo Bakr, e um grande espetáculo musical chamado Ou Tudo ou Nada, que na Broadway recebeu onze indicações ao Tony. Além, claro de dar continuidade ao Teatro Jovem, projeto de formação de plateia que idealizei e que ano que vem fará 18 anos. São muitos e ótimos.

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