Teatro de Revista

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Espetáculos, personagens, bastidores e tudo mais sobre o que acontece na cena teatral carioca, pelo olhar do crítico da Veja Rio
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Uma conversa com Inez Viana sobre a mostra de repertório da Cia OmondÉ, que começa nesta quinta (16)

Comemorando cinco anos de existência, a Cia OmondÉ abre, nesta quinta (16), uma mostra completa do seu repertório, com quatro espetáculos: As Conchambranças de Quaderna, de Ariano Suassuna, Os Mamutes, de Jô Bilac, Nem Mesmo Todo o Oceano, adaptação do livro homônimo de Alcione Araújo, e Infância, Tiros e Plumas, novamente de Bilac. As apresentações ocupam […]

Por rafaelteixeira
Atualizado em 25 fev 2017, 17h59 - Publicado em 13 jul 2015, 18h32
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    Comemorando cinco anos de existência, a Cia OmondÉ abre, nesta quinta (16), uma mostra completa do seu repertório, com quatro espetáculos: As Conchambranças de Quaderna, de Ariano Suassuna, Os Mamutes, de Jô Bilac, Nem Mesmo Todo o Oceano, adaptação do livro homônimo de Alcione Araújo, e Infância, Tiros e Plumas, novamente de Bilac. As apresentações ocupam o Teatro Dulcina, até 2 de agosto. Diretora das quatro montagens, que continuam sendo encenadas pelo país, Inez Viana (na foto acima, entre Debora Lamm e Leonardo Bricio, dois atores da companhia) conversou com o blog. Confira:

    Como surgiu a companhia?

    A Cia OmondÉ surgiu espontaneamente em 2010, decorrente de um espetáculo realizado no fim de 2009 na FITA (Festa Internacional do Teatro de Angra), As Conchambranças de Quaderna, de Ariano Suassuna, com o intuito de ficar apenas dois dias em cartaz. Movidos por esse encontro inicial, vimos que tínhamos o mesmo desejo: compartilhar processos e criar em colaboração.

    Como você define a proposta da OmondÉ? A que tipo de teatro vocês se dedicam, o que vocês buscam, que critérios norteiam as suas escolhas?

    Temos como preceito pensar a cena a partir do lugar do ator no espaço vazio. Junto com os nove atores, vindos de diferentes lugares do Brasil, iniciei uma pesquisa que dialoga com diferentes recursos do teatro e da dança contemporâneos. Buscamos contar uma boa história escolhendo, para cada uma, diferentes recursos teatrais.

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    Você pode falar um pouco sobre cada um dos espetáculos da companhia? Resumidamente, o que motivou cada um deles? Vistos agora, em retrospectiva, como você enxerga cada um?

    Cada espetáculo só tem em comum a nacionalidade de seus autores: brasileira. O que não quer dizer que só pretendemos montar textos de autores nacionais, seria limitar muito nossa visão de mundo, porém, coincidentemente, até hoje, só fizemos textos de autores brasileiros. Mas os recursos usados para cada obra, são diferentes entre si. Em As Conchambranças de Quaderna, utilizei placas que fazem os atores aparecerem e sumirem na cena, como mágica, tornando-o dinâmico e lúdico. Em Os Mamutes, a mágica vinha de uma cama que, além de se movimentar em cena, revelava atores, que saiam de dentro dela. Em Nem Mesmo Todo o Oceano, priorizei o jogo entre os atores, que se dividiam no mesmo personagem, dentro de um espaço vazio. E em Infância, Tiros e Plumas, o desafio foi trazer um clima claustrofóbico para a cena, já que a história se passa dentro de um avião, ou seja, trabalhamos a quase imobilidade dos atores. Por ser uma companhia, em cada espetáculo vê-se um avanço em relação ao fazer teatral, a entrega e, principalmente, a confiança no outro.

    Como é retornar a espetáculos depois de tanto tempo? De que maneira eles se transformaram?

    O distanciamento é fundamental para que seja observado o que ainda resiste ao tempo e o que já ficou datado. Curiosamente, por causa dos outros que se seguiram, quando retornamos, por estarmos mais maduros e experientes, naturalmente há uma reavaliação, e com isso conseguimos ressignifica-los.

    Que balanço você faz desses cinco anos da companhia?

    Apesar das dificuldades encontradas em relação a espaço para treinamentos, editais para se manter uma companhia, acho que essa ainda é a melhor forma do fazer teatral. Me apaixono cada vez mais por esses atores, que crescem a cada espetáculo, que se dedicam, ao longo do tempo, a descobrirem novos delineamentos sobre seu trabalho e dos outros, a novas formas de se contar uma história.

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    Quais são os próximos projetos da OmondÉ?

    A grande e ótima novidade é que iremos lançar as publicações das peças pela editora Cobogó. Também estamos estudando alguns textos para futuros espetáculos.

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