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Uma conversa com Mark St. Germain, de Freud — A Última Sessão

Na última edição de Veja Rio, foi publicada uma matéria minha sobre o sucesso de Freud — A Última Sessão, comédia do americano Mark St. Germain que acaba de completar seis meses em cartaz (para quem não leu, segue o texto aqui). Resumidamente, trata-se de um encontro imaginário entre Sigmund Freud, o pai da psicanálise, e […]

Por rafaelteixeira
Atualizado em 25 fev 2017, 19h07 - Publicado em 14 Maio 2013, 15h51
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    Na última edição de Veja Rio, foi publicada uma matéria minha sobre o sucesso de Freud — A Última Sessão, comédia do americano Mark St. Germain que acaba de completar seis meses em cartaz (para quem não leu, segue o texto aqui). Resumidamente, trata-se de um encontro imaginário entre Sigmund Freud, o pai da psicanálise, e C.S. Lewis, autor de clássicos como O Regresso do Peregrino e a trilogia infanto-juvenil As Crônicas de Nárnia. O primeiro (vivido no palco por Helio Ribeiro) foi um crítico implacável da religião. O outro (papel de Leonardo Netto), um ex-ateu plenamente convertido. No consultório de Freud, eles debatem principalmente a questão da existência de Deus, mas o duelo verbal se estende por assuntos como natureza humana, suicídio e sexo. Por e-mail, o autor respondeu algumas perguntas que fiz para a matéria. Confiram:

    De onde veio a ideia para o texto?

    Eu li um livro do doutor Armand Nicholi (psiquiatra americano), Deus em Questão, que aborda as diferenças filosóficas entre Freud e Lewis. Imaginei que aquelas enormes diferenças poderia dar um bom confronto dramático.

    A questão da existência de Deus já era um assunto que despertava o seu interesse?

    Sim. A peça fala de grandes questões que todos nós temos, daí a sua popularidade. Questões sobre as quais normalmente nós não pensamos, a menos que estejamos em um momento de crise em nossas vidas. Depois, rapidamente voltamos às nossas preocupações diárias.

    Como tem sido a trajetória da peça até aqui?

    Estreamos em 2009 no teatro da Barrington Stage Company (em Pittsfield, Massachusetts). Estendemos a temporada diversas vezes, voltamos com a peça no verão seguinte e depois a levamos direto para Nova York. Lá, tivemos a sorte de nos tornamos a peça de temporada mais longa no circuito off-Broadway. Fizemos cerca de 800 apresentações. O espetáculo já foi visto em vários teatros dos Estados Unidos. Acabou de estrear uma montagem na Califórnia. Foram feitas montagens na Suécia, Japão, Argentina, e está estreando neste mês na Austrália.

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    Como escritor, foi difícil colocar duas das mentes mais privilegiadas do século XX em combate sobre assuntos tão difíceis, sem tornar o texto maçante ou hermético para o público?

    Foi maravilhoso passar um tempo em tão brilhante companhia. Eu sabia que, para a plateia aceitá-los, eles tinham que ser pessoas, não ícones. Injetar humor foi a maneira de fazer isso. Sim, a peça mostra um embate de ideias. Isso é uma armadilha, e eu não queria que o espetáculo se transformasse em um debate. Por isso, pelo bem da ação dramática, situei o encontro entre Freud e Lewis no dia em que a Inglaterra ingressou na Segunda Guerra Mundial. Então, são dois homens no limite, sabendo que Hitler poderia bombardear Londres a qualquer minuto. Também inseri a personagem da filha de Freud, que não aparece. A relação entre pai e filha, e os pensamentos de Lewis sobre isso são outro elemento.

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