A Primeira Semana do Núcleo de Dramaturgia SESI Cultural começa a partir de 8 de dezembro e levará ao Oi Futuro uma série de atrações sobre o assunto, com curadoria de Diogo Liberano. Para já ir dando um gostinho no público, o artista lançou um site-diário para concentrar diversas questões relacionadas ao universo da dramaturgia. Além de compartilhar reflexões sobre a escrita teatral, o espaço virtual também disponibiliza exercícios e criações realizados pelos 14 autores que integraram a terceira turma ao longo de dez meses de atividades. “Esta criação surgiu com o objetivo de expandir as ações e investigações que estamos realizando; visando permitir que mais pessoas tenham acesso ao que estamos estudando. Acredito que, com o tempo, este site-diário possa virar um arquivo de indagações e reflexões sobre a criação dramatúrgica contemporânea. É, sem dúvida, uma aposta”, afirma Liberano. A plataforma também disponibiliza cartas escritas por artistas consagrados da cena teatral brasileira para os autores em formação. Veja abaixo alguns trechos interessantes:
“O texto tem outros momentos de muita beleza, mas essa cena ao meu olhar, traz os elementos de uma poesia mais pungente porque contraditória” – Georgette Fadel escreve para Antonio de Medeiros, autor de O Canto do Bem-Te-Vi.
“Fico passeando por essas plagas por onde seu texto me jogou, um pouco porque é isso mesmo, um pouco porque não me vejo fazendo o papel de um analista de textos, um comentário crítico talvez útil para a sua escrita. Mas posso dizer que gosto demais do estado que o texto nos deixa (…)” – Enrique Diaz escreve para Marcela Andrade, autora de Algo Antes de se Deixar Partir.
“Um texto pode ser pensado como uma língua, um idioma com seus códigos e sedimentos. Um texto pode ser inventor de uma espécie de cultura própria, singular” – Marcio Abreu escreve para Francisco Marden, autor de Terra.
“(…) teu texto traz muito o teatro, uma respiração teatro. Tem a presença árida e rítmica que remete a Beckett, como já falei, tem um teatro abandonado depois de pegar fogo três vezes. De novo a morte, e a resistência. O não morrer, ou o morrer tantas vezes e não desistir. Resistência artística, sempre, ética e política” – Ana Kfouri escreve para Daniel Chagas, autor de Eu Sou Brasília.
“Como na poesia concreta que propunha ocupar a página de um modo diferente, como vibrar o espaço com palavras que nos remetem a tantas imagens conhecidas?” – Miwa Yanagizawa escreve para Livs Ataíde, autora de subjuntivo.
Conheça o projeto: www.dramaturgiaemnucleo.com.br.