Essa peça quebra um jejum de quatro anos longe dos palcos. Do que você mais sentia falta no teatro?
Adoro a rotina do teatro. Aquela hora que você passa em cena por dia é tão intensa! Fora o contato com o público. Sabe o que acho curioso? Saber que o dinheiro que eu recebo vem direto de quem está me assistindo. É uma sensação como se eu estivesse vendendo um produto, consolida uma relação muito direta. Você sabe quanto ganhou por dia (risos)! Senti falta de tudo, mas principalmente desse exercício com a plateia.
Qual o poder da comédia?
Na comédia, você sente mais o público. Em um drama, o público só se manifesta no final, você não ouve quase nada durante a sessão. Já quando se trabalha com humor, você contracena com os espectadores desde o primeiro momento que eles acharam engraçado. É uma plateia muito presente, que te ensina sobre tempos e tons. Se você ensaia uma comédia sem público, você ainda não fez realmente a peça. Só dá para entender exatamente o texto, as piadas e o movimento do texto quando a plateia entra.
Você já sofreu muito por amor?
Claro. E são experiências que você leva para a vida inteira, tanto como você entrou naquela situação quanto como você saiu dela. É muito bom ter essas referências, todo mundo já passou por algo parecido.
Porque você decidiu escrever essa história? Foi algum caso pontual? O quanto do texto é autoral?
Fui escrevendo ao longo de vários anos. No início, só imaginava a personagem da aeromoça alucinada. Foi um trabalho cotidiano até chegar neste formato, mas não teve nada de autoral. É tudo 100% ficção.
Já sonhou em ser aeromoça quando era pequena? Aliás, o que você queria ser quando era pequena?
Sonhava, sim! Achava chiquérrimo usar aquele uniforme e viver no avião. Até hoje é algo que acho interessante. Ter o mundo como seu bairro, sabe? Mas também sonhava em ser astronauta, astrônoma, professora… os sonhos mais díspares possíveis.
O que mais te encanta na sua profissão?
Tudo na minha profissão me encanta! Desde pequena, costumava desenhar um palco, com o seu público e uma pessoa em cena. Sempre fui fascinada. Lembro de ver teatro infantil e ficar na dúvida se gostava daquilo; não pelo que eu estava assistindo, mas pela sensação se estar no lugar errado. Queria estar na cena, não na plateia! Ainda bem que esse sonho de infância eu consegui realizar.
Teatro dos Quatro. Rua Marquês de São Vicente, 52, Gávea. Quinta, 21h. R$ 60,00. Até o dia 26.