Por Marcelo Copello
Bastidores e conclusões
A experiência de eleger os melhores dentre 600 vinhos, intercambiando informações com as maiores “feras” de outros 8 países (sendo 4 Master of Wine, vejam a listagem completa de jurados em: AWoCA -Parte I), foi enriquecedora, principalmente porque tivemos algumas discussões bem interessantes.
Devemos premiar qualidade independentemente do estilo? Premiamos os excelentes clichês ou premiamos os produtores autênticos que ousaram no estilo, mesmo que em vinhos com algumas imperfeições? Deparamo-nos algumas vezes com este dilema, e quase sempre os vinhos “vanguardistas” venceram por unanimidade.
Outra questão levantada foi o preço. Na prova às cegas sabíamos a casta, região e faixa de preço de cada vinho. Até que ponto devemos premiar os vinhos que atingem qualidade boa a baixo preço (o que merece aplausos) em detrimento dos de alta qualidade e alto preço? Alguns jurados rejeitaram vinhos de alta qualidade por serem caros preferindo premiar vinhos mais baratos. Neste ponto discordei de alguns, pois acho que no momento da degustação devemos avaliar apenas qualidade independente do preço, se por acaso o preço for baixo, ótimo, “é lucro”.
Gosto internacional? Rolland e Parker?
Fiquei feliz em mais uma vez constatar que os vinhos com muita madeira, muito álcool, concentrados demais (o dito estilo internacional de Rolland e Parker) foram rejeitados por todos os jurados. Tenho visto isso já há alguns anos em todos os concursos internacionais que participo. Hoje está na moda criticar os críticos de vinhos, mas na prática a realidade é bem outra.
O estilo que todos os jurados valorizaram neste AWoCA foi o de vinhos frescos e minerais. Não por acaso as regiões que foram as grandes vencedoras deste concurso foram as de clima frio, que proporcionam vinhos mais frescos, como Limarí, Elqui, San Antonio, Casablanca e Bio Bio.
Vejam amanhã como ficou o resultado final do concurso.
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Marcelo Copello mcopello@bacomultimidia.com.br