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Por Marcelo Copello, jornalista e especialista em vinhos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Marcelo Copello dá dicas sobre vinhos
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Best of Vinho Verde

Por Marcelo Copello “Hoje estou com uma destas sedes que só me satisfaz Vinho Verde” Eça de Queiroz, em “A Ilustre casa de Ramirez”. Vinhos leves, frescos, bons e baratos é o que a região dos Vinhos Verdes, no norte de Portugal, tem a nos oferecer.  A qualidade dos vinhos desta região melhorou e não […]

Por marcelo
Atualizado em 25 fev 2017, 19h39 - Publicado em 20 jun 2011, 12h37
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  • Por Marcelo Copello

    “Hoje estou com uma destas sedes que só me satisfaz Vinho Verde” Eça de Queiroz, em “A Ilustre casa de Ramirez”.

    Vinhos leves, frescos, bons e baratos é o que a região dos Vinhos Verdes, no norte de Portugal, tem a nos oferecer.  A qualidade dos vinhos desta região melhorou e não por acaso as exportações para o Brasil cresceram 118% em valor e 77% em volume em apenas 5 anos, alcançando quase 1 milhão de litros.

    Estive lá no início deste mês como jurado no concurso internacional “Best of Vinho Verde”, um certame que segue regras estritas, que comentarei mais adiante. Mas antes, o que é Vinho Verde e que gosto tem?

     

    Nova logomarca, lançada junto com o concurso

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    O que é Vinho Verde?

    O nome “verde” oficialmente vem da paisagem verdejante da região, de vegetação exuberante. A alcunha “verde”, contudo, também é usada por muitos como antônimo de “maduro”, em referência ao estilo que deu origem aos vinhos da região. Explico:em seus primórdios os vinhos da região do Minho eram elaborados pelos lavradores de forma muito rústica A fermentação acabava na garrafa, com algum açúcar residual, o que podia gerar gás, deixando-os frisantes (como um refrigerante). O vinho branco era turvo, às vezes quase leitoso. Chegavam a amarrar as rolhas com barbantes, para não estourar, como um Champagne.

     

    Estilos

    Hoje o Vinho Verde segue diversos estilos. O que chamamos de Vinho Verde tradicional emula o vinho do lavrador do século XIX, porém com técnicas modernas, gerando vinhos límpidos, extremamente leves e frescos, com o típico frisante. Neste estilo recomendo os famosos Gasela e Casal Garcia, que vem melhorando sem sair do estilo tradicional, e também produtores menores, como Adega Ponte de Lima.

    Outros estilos bem distintos são os Vinhos Verdes monocasta, os Alvarinhos, os rosados, espumantes e tintos. Rosados e espumantes ainda são muito pouco produzidos na região, mas são uma tendência promissora.

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    Os tintos são vinhos quase sempre difíceis. Sua alta acidez, bons taninos e baixo teor alcoólico os tornam vinhos ásperos, duros. Diz-se que são necessários 3 homens para beber um Vinho Verde tinto, um para beber e dois para segurá-lo. Uma exceção a este estilo é o Afros tinto, um Vinho Verde tinto “sem dor”.

    Os Vinhos Verdes monocasta são brancos de maior estrutura, geralmente não frisantes, elaborados com uma única uva, com destaque para os aromáticos Loureiros e Arinto. Os Alvarinhos são um caso a parte na região. Elaborados no extremo norte do país, na fronteira com a Espanha, são brancos mais encorpados, que podem amadurecer em madeira, ou viver alguns anos na adega.

     

    A entrega dos prêmios do concurso foi no belíssimo Palácio da Bolsa, no Porto

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    O que comprar

    Meus produtores prediletos na região são: Anselmo Mendez (Alvarinhos excepcionais, importado pela Decanter www.decanter.com.br), Soalheiro (grandes Alvarinhos, da Mistral www.mistral.com.br), Quinta de Gomariz (ótimo Loureiro, Decanter), Adega Cooperativa de Monção (Alvarinho Deu la Deu, Barrinhas www.barrinhas.com.br), Afros (ótimos Loureiro e tinto, importado apenas na Bahia, pela Adega Tio Sam, www.adegatiosam.com.br), Quinta do Feital (Alvarinhos, Grand Cru, https://www.grandcru.com.br e o Quinta do Ameal (grandes Loureiros, atenção importadores, este ainda não tem representante no Brasil!)

     

     

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    A entrega de prêmios no Palácio da Bolsa

     

    As regras do concurso

    De volta ao concurso, as regras são rigorosas e proporcionaram um resultado interessante. O concurso tem 3 etapas com 3 juris, em diferentes categorias (branco, rosado, tinto, espumante, aguardentes, vinho “monocasta” e vinhos regionais). O 1º júri é constituído por 7 profissionais da região e da Câmara de Provadores da CVRVV (Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes)  – este júri provou 213 vinhos e fez uma pré-seleção dos 10 melhores de cada categoria para o 2º júri.

    O 2º júri, de 12 profisisonais portugueses, pontua os vinhos e premia como «Ouro» e «Prata», o 1o e 2o classificado em cada categoria.

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    Finalmente o júri internacional prova os 35 vinhos mais pontuados pelo 2o juri e elege os 5 melhores, os BEST OF VINHO VERDE, indepedente da categoria. Avaliamos os vinhos as cegas na sala de provas da CVRVV, que é muito bem equipada, com uma baia separada para cada jurado, com um computador e uma pia. Os votos são computados em tempo real.

    É interessante ressaltar que os votos do juri internacional foram consistentes e convergiram para os mesmos vinhos e que destes vinhos nem todos haviam ganho ouro ou prata do júri portugues. Porque isso ocorreu? Os dois jures eram de profissionais da mais alta competência. A diferença é que um era só de portugueses e outro internacional. O gosto tem um aspecto cultural fascinante, e varia imensamente de país para país.

     

    Sala de Provas

     

    Entrega de Prêmios

    O júri internacional

    1. Michael Pleitgen (Alemanha) – Wine Akademie Berlin
    2. Marcelo Copello (Brasil) – Baco Multimidia
    3. Nick Hamilton (Canadá) – Les conseillers du vin
    4. Diane Teitelbaum (EUA) – Wine Examiner
    5. Tom Marthinsen (Noruega) – Dagens Næringsliv
    6. Luís Lopes (Portugal)- Revista de Vinhos
    7. Joachim Guenther (Suíça) – Académie du vin (Wine school, APP WSET®)
    8. Kathleen Burk (Reino Unido) – International wine and spirits judge.

     

    Entrega de prêmios

    Os Campeões

    Os 5 campeões foram todos brancos. Não há ordem de colocação. A relação abaixo é alfabética:

    Casal de Morgade Arinto 2010, Produtor: Antonio Manuel Cardoso Teixeira Afonso, ainda sem importador.

    Casal de Morgade Azal 2010, Produtor: Antonio Manuel Cardoso Teixeira Afonso, ainda sem importador.

    Loureiro 2010, Produtor: Quinta de Gomariz, importado pela Decanter (www.decanter.com.br), custa cerca de R$ 50).

    QG 2010, Produtor: Quinta de Gomariz, importado pela Decanter (www.decanter.com.br), custa cerca de R$ 60).

    Quinta da Lixa 2010, Produtor: Soc. Agrícola Quinta da Lixa, importado por D´Olivino (www.dolivino.com.br), custa cerca de R$ 70

     

    Os troféus

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    Marcelo Copello (mcopello@bacomultimidia.com.br)

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