Por Marcelo Copello
Acabo de chegar de uma bela viagem a Borgonha, famosa região francesa, que faz alguns dos melhores vinhos do mundo.
O que impressiona lá é que toda a região trabalha basicamente com duas uvas, a branca Chardonnay e a tinta Pinot Noir, e estas mesmas uvas produzem vinhos totalmente diferentes, conforme o local onde são plantadas.
Lá costumam dizer que o clima não está no seu céu e sim debaixo da terra. Vinhedos plantados lado a lado, com a mesma uva produzem vinhos bem diferentes, pois o climat (microclima, conjunção de solo, sub-solo, inclinação do terreno, exposição ao sol, retenção de água etc), pode mudar bastante a cada poucos metros.
Na Borgonha há uma lei que hierarquiza os vinhedos em níveis de qualidade. Os melhores são classificados com Grand Cru(1), depois vem os Premier Cru(2), todos estes trazem o nome do vinhedo no rótulo, depois vem os Village(3), que trazem o nome da vila de origem, e finalmente os ditos borgonhas genéricos, que no rótulo trazem somente a palavra borgonha(4).
1-Exemplo de Grand Cru:
Charmes-Chambertin Grand Cru 2010, Armand Rousseau (Charmes-Chambertin é o nome do vinhedo, classificado como Grand Cru, Armand Rousseau é o produtor)
2-Exemplo de Prémier Cru:
Puligny-Montrachet 1er Cru Les Folatières 2010, Domaine Leflaive
(Les Folatières é o nome do vinhedo, classificado como Prémier Cru, próximo a vila de Puligny-Montrachet, Domaine Leflaive é o produtor)
3-Exemplo de Village:
Puligny-Montrachet 2011, Domaine Leflaive
(Puligny-Montrachet é o nome da vila próxima do vinhedo, Domaine Leflaive é o produtor)
4-Exemplo de Borgonha genérico:
Bourgogne Pinot Noir Vieilles Vignes 2010, Pierre André
(este vinho é feito de uvas Pinot Noir de vinhedos em qualquer parte da Borgonha, Pierre André é o produtor)
Saúde!,
Marcelo Copello (mcopello@simplesmentevinho.com.br)