Chegou o inverno, que tal um COGNAC?
Por Marcelo Copello Agora é oficial. O frio já tinha chegado, mas o inverno só começa oficialmente no dia 20 de junho às 19h34.
Por Marcelo Copello
Agora é oficial. O frio já tinha chegado, mas o inverno só começa oficialmente hoje, 20 de junho às 19h34. Vamos então
Destilado de maior prestígio do planeta, o cognac evoca tradição e luxo. Um clássico entre os clássicos, este símbolo da França nunca esteve tão atual. Em 2015 as exportações de cognac atingiram 168 milhões de garrafas enviadas para 153 países, no valor de quase 2 bilhões de euros, cifras nunca antes alcançadas em toda sua longa história.
O consumo desta bebida não só cresce, mas também se renova sem perder sua nobreza. Nos EUA, maior consumidor mundial da bebida, o cognac é popular entre os jovens que buscam no cognac um status que os distinguirá dos consumidores do whisky e do bourbon. Outro grande e recente mercado conquistado pelo nobre destilado francês é a Ásia. Cingapura e China, respectivamente 2ª e 3ª maiores mercados para o cognac, importam os exemplares mais caros.
Cognac no copo tipo tulipa
O clichê do cognac apreciado por homens em frente à lareira, acompanhado de charutos está sendo revisado. A lareira é opcional (ou é o próprio cognac), o acompanhamento não apenas charutos, mas também chocolates ou sobremesas e empunhando taças e charutos não estão mais apenas homens. O público feminino vêm aderindo ao cognac da mesma forma que adotou os charutos, escolhendo os de paladar mais delicado.
Cognac é um nome protegido, que designa os destilados elaborados a partir de vinhos brancos, na região homônima no oeste da França. O nome genérico para destilados vínicos envelhecidos em madeira produzidos ao redor do mundo é “brandy”.
A idade (tempo de envelhecimento em madeira) é um dos principais fatores determinantes da qualidade e do preço de um cognac. Lembre, no entanto, que ao contrário dos vinhos, o cognac só envelhece em madeira. Uma vez engarrafado o processo de envelhecimento cessa. Outros fatores de qualidade e preço são a origem das uvas (a melhor região chama-se Grande Champagne), o prestígio do produtor e a embalagem, que pode ser de madeira, couro ou de valiosos cristais. É o caso do “Louis XIII Black Pearl Limited Edition”, da Remy Martin, cuja garrafa de cristal baccarat guarda um blend de cognacs de 40 a 100 anos, a um preço que ultrapassa os R$ 30 mil por unidade.
Outro exemplo de produto de alto luxo vem da tradicional casa Delamain e desta dez a embalagem traz, além do cristal baccarat, uma maleta de couro com design inspirado no século XIX. Foram produzidas apenas 500 unidades do Le Voyage (foto ao lado) e cada uma sai a mais de R$ 7 mil.
Normalmente os cognac são produzidos com misturas de destilados de várias idades e são classificados como: V.S. (Very Superior, ou “três estrelas”) quando o destilado mais jovem do blend tem 30 meses de envelhecimento; V.S.O.P. (Very Superior Old Pale, ou “Reserve”), mínimo de quatro anos e meio; Napoléon, X.O. (Extra Old), ou Hors Age, mínimo de seis anos e meio; e Paradis, Age Inconnu ou outros nomes fantasia, para produtos de grande envelhecimento. É importante frisar que a maioria dos produtores usa cognacs muito mais velhos que estes mínimos exigidos por lei.
Para apreciar seu cognac o copo ideal é a tulipa, em formato pequeno e boca estreita, com capacidade de 130ml, para receber doses ideais de 25ml. A taça grande em formato de balão é certamente vistosa, mas é ultrapassada, já que a tulipa concentra melhor os aromas e os torna mais delicados e elegantes, enquanto no balão os perfumes ficam mais agressivos.
Aromaticamente não é exagero dizer que um cognac situa-se entre um vinho e um perfume, com notas de flores, frutas, madeiras, especiarias, vegetais, tostados, balsâmicos (como pinho, resina e cera), químicos (como iodo) e animais.
Os cognacs mais jovens normalmente remetem a aromas de flores (como rosas, violetas, jasmim), baunilha, madeira e frutas (como pêssego, ameixas, abricó). Após os 15-20 anos de idade ficam mais notáveis os perfumes de frutas secas (nozes, amêndoas) e especiarias (canela, gengibre). Cognacs muito velhos desenvolvem um aroma chamado de “rancio”, que designa o caráter etéreo e complexo adquirido pelo longo envelhecimento.
Antes que perguntem, não é necessário aquecer o cognac com as mãos, a bebida deve estar fresca para não exalar álcool em demasia. No paladar temos o prazer final dado pela noção de equilíbrio entre os componentes da bebida, sua acidez, açúcares, álcool, adstringência e amargores, mostrando sua complexidade, riqueza, harmonia e finesse.
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