Até bem pouco tempo atrás, cerveja em lata era sinônimo de rótulos baratos e produzidos em larga escala. Nos últimos meses, no entanto, esse panorama vem mudando graças ao investimento dos microprodutores artesanais nos recipientes de alumínio. Impulsionados pelo sucesso de vendas mundo afora, os cervejeiros fluminenses repetem por aqui a fórmula que alia o marketing focado nas latinhas coloridas aos benefícios do método de armazenamento, capaz de conservar o frescor e outras características sensoriais do líquido. Diferentemente da garrafa, seu poder de evitar a foto-oxidação, causada pela incidência dos raios ultravioleta, é muito maior. “As latas ainda chamam bastante a atenção do consumidor e vendem até mais que as garrafas, sobretudo nos eventos, quando é comum acabar meu estoque”, explica Tomás Gaspar, sócio da Gaspar Family Brew, que já pôs no mercado carioca 4 000 litros nesse novo formato.
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As novidades em lata que chegam às prateleiras das lojas e bares especializados, como Beer Underground, Salutem, Bento e Yeasteria — Ponto Cervejeiro, são estrategicamente escolhidas: em geral são cervejas de qualidade, com altas doses de lúpulo, caso da bem cotada Hocus Pocus Overdrive. O preço nem de longe se assemelha às versões dos supermercados: a embalagem de 473 mililitros custa cerca de 40 reais. “Ela é nossa campeã de vendas, não chega a durar nem dois dias no estoque”, conta Bianca Fraga, sommelière do Cerveja Social Clube, na Tijuca. Não por acaso, as cervejarias estão apostando na novidade. Espécie de Fashion Week do setor, o Mondial de La Bière revelou, em outubro, novos rótulos enlatados, a exemplo da estreante Forévis (Session IPA), da Brassaria Ampolis. Outras estão a caminho, como a 7Vidas, produzida pela W*Kattz, que no início de 2017 lançará mais três rótulos na embalagem de alumínio. Pelo visto, ainda vai ter muita gente esvaziando a(s) lata(s).