Com o mercado de cerveja artesanal em plena ebulição, não param de brotar novidades para realçar a experiência com a bebida — tanto na forma de produção como no momento do consumo. Há cerca de dois anos, a moda eram os growlers, garrafões reutilizáveis de vidro ou cerâmica para levar chope fresco. Eles hoje já passeiam à vontade pelas torneiras e ganharam status decorativo, mas nem sempre estão à mão para o refil. Eis que entra em cena o crowler: a criação, atribuída à cervejaria Oskar Blues, do Colorado (EUA), permite que o chope seja enlatado na hora, em um recipiente de alumínio (o nome vem da junção das palavras growler e can, lata em inglês). A vedação é feita por uma máquina a manivela, que comprime e lacra a tampa, retirando o oxigênio do frasco. Além da praticidade da embalagem, que é descartável, o material bloqueia a luz e conserva melhor as propriedades da bebida. Só em 2015, a marca vendeu 1,3 milhão de unidades nesse formato.
De olho na tendência, a Three Monkeys tratou de importar a ideia ao lançar a Galaxy Detox. Depois de um tour por alguns bares envasando o líquido na hora, a máquina foi instalada no Brewteco Barra. “Tanto quanto disponibilizar receitas inéditas, é importante oferecer facilidades e novas formas de consumo”, defende Leonardo Gil, sócio da marca. Inaugurada há um ano no Recreio, a Growlers2Go, especializada em chope para viagem, foi uma das pioneiras na utilização do sistema na cidade. “Hoje, os crowlers ainda correspondem a 3% da minha receita, contra 40% do growler, mas acredito que seja uma questão de hábito”, diz Marcelo Barbosa, proprietário do negócio. Outro ponto que adotou os latões de 1 litro nas torneiras, o On Tap Pub, na Tijuca, costuma vender até dez unidades por dia no delivery. O preço conta a favor: os latões costumam custar de 5 a 6 reais, mais o litro do chope, enquanto as garrafas podem sair por mais de 180 reais. Ao que parece, a hora é propícia para encher a lata.