A edição especial VEJA COMER & BEBER Rio apresenta os melhores bares da cidade. Abaixo, a seleção completa:
Armazém São Thiago: No fim de julho do ano passado, a casa sofreu um baque: José Gomez Cantorna, o espanhol que começou como garçom e se tornou um dos sócios, faleceu. Sinal do prestígio e da simpatia do proprietário, muitos frequentadores chamam o lugar de Bar do Gomez. O imóvel tombado pelo patrimônio público, com deliciosa decoração antiga (a geladeira de madeira ainda funciona muito bem) e instalado em um pedaço sossegado do bairro, foi, muito justamente, votado na categoria Ambiente, nesta edição do COMER & BEBER. As geladas são das marcas Antarctica, Brahma (R$ 9,50 cada uma), Original (R$ 11,00) e Serramalte (R$ 13,00). Também há chope, da Brahma, muito bem tirado (R$ 7,50 a caldeireta). Seção atraente do cardápio, os bolinhos são fritos na hora. Duas dicas: a queda da dilma, uma coxinha de mortadela (R$ 5,50), e o se ligue, salgado de batata-doce recheado de carne-seca e gorgonzola (R$ 7,00). Receita trazida por Gomez, e que ele comia pelo menos três vezes por semana, o bacalhau à negreira é dessalgado, desfiado e servido com azeite e pão (R$ 53,50). Curiosidade: em homenagem ao antigo sócio, a senha da rede wi-fi da casa é gomez2017.
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Bar do Marcô: Atrás da fachada do casarão, o salão rústico de cores fortes e lustres exuberantes recebe a clientela. Há quem chegue e peça direto a famosa moqueca de peixe com camarão guarnecida de farofa de dendê, arroz e pirão (R$ 115,00) ou o bobó de camarão (R$ 95,00). Entre os pratos individuais, o frango crocante com mix de folhas e cuscuz marroquino é um hit (R$ 42,00). Outro caminho é o dos petiscos acompanhados de cerveja. Ampolas de Bohemia, Brahma, Antarctica (R$ 12,00 cada uma), Original ou Serramalte (R$ 13,00) saem aos montes, junto com tira-gostos como o antepasto de berinjela com torradas (R$ 22,00) ou os nacos de queijo de coalho grelhados servidos com melado de cana (R$ 23,00). Nas noites de sexta, sempre a partir das 18h, tem jazz com o quarteto liderado por Fernando Pereira. A tarde de sábado é da roda de choro liderada pelo violonista Patrick Ângelo. Nos dois casos, há cobrança de couvert artístico (R$ 10,00).
Bar do Mineiro: Reduto tradicional do bairro, ponto de encontro de locais e turistas, o endereço, lembrado com 1 voto na categoria Boteco, foi fundado pelo mineiro Diógenes Paixão. Colecionador de arte — tem sessenta obras de Volpi —, o proprietário enfeita a casa com parte de seu acervo singular. No salão comprido, com mesas diante do balcão, o petisco mais festejado é o pastel de feijão (R$ 38,00, dezoito unidades de tamanho míni). Podem completar o programa cascos de Eisenbahn, Antarctica, Brahma, Skol (R$ 10,00 cada uma), Amstel, Bohemia, Original (R$ 12,00), Heineken e Serramalte (R$ 14,50). Pedida de muitos dos estrangeiros que passam por lá, a caipirinha de lima, limão ou maracujá com cachaça Salinas custa R$ 16,00. Ainda na ala dos petiscos, vale avisar que a costelinha de porco frita com farofa é deliciosa (R$ 45,00). Fornidos, a feijoada (de R$ 55,00, para um, a R$ 127,00, para quatro) e o cozido (R$ 75,00) têm fãs numerosos.
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Bar dos Descasados: O ambiente é inspirador. Arcos em colunas de pedras dividem o salão com poltronas de almofadas confortáveis. Detalhes nos lustres contam parte da história do Rio e do bairro. O bar do Hotel Santa Teresa tem novo comandante, Renato Tavares, ex-23 Ocean Lounge, do Caesar Park. É dele o back to black (R$ 34,00), batizado com o nome da canção de uma hóspede ilustre, a saudosa cantora inglesa Amy Winehouse. O drinque leva vodca Maesa, Drambuie, suco de abacaxi e creme irlandês. Outra referência a um antigo inquilino é o snoop (R$ 34,00): o rapper americano Snoop Dogg gravou cenas do clipe de Beautiful no local e foi homenageado com uma reunião de gim, suco de tangerina, limão-siciliano e espuma de gengibre. Distraia a fome com o delicioso tempurá de palmito pupunha (R$ 35,00) ou o bem temperado steak tartare de angus acompanhado de torradas de focaccia feita por lá (R$ 42,00). Às sextas, DJs convidados animam o lugar e, aos domingos, rola um jazz ao cair da tarde.
Explorer Bar: Da rua, sobre os trilhos do bondinho, perto do Largo dos Guimarães, o casarão de estilo vitoriano, muro turquesa e portões de ferro chama atenção. Aberto em novembro de 2016 por três sócios — um chileno, um israelense e um americano —, o hotel-butique Discovery abriga o bar anexo com belo balcão interno. A charmosa varanda, com deques arborizados e cordões de luz acesos à noite, é o espaço mais disputado. Diferentes sotaques aparecem no menu, feito sob consultoria dos chefs Ciça Roxo e João Eduardo Mesquita. Vale provar o mar à galega, saborosa combinação de camarões e polvo salteados na manteiga de ervas, com batatinhas em páprica picante e aïoli de sriracha, um molho apimentado tailandês (R$ 34,00). Para beber, há bons coquetéis criados pelo mixologista Michell Agues. Refrescante, o aloha (R$ 21,00) leva gim, Aperol, xarope de hibisco e tônica. De terça a sexta, das 18h às 20h, quem pede um drinque ganha outro igual.
Mama Shelter: Unidade carioca da rede nascida em Paris, o hostel tem 55 cômodos sem armários nem serviço de quarto (mas com banheiros individuais). Aberto em seguida, o belo bar adornado com azulejos exibe acesso para hóspedes e entrada independente para o público em geral, pela Rua Monte Alegre. Em torno do balcão são servidos coquetéis do consultor Alex Mesquita e drinques clássicos, além de cerveja. Mas é do jovem chef de bar Luan Sheldon o doce e refrescante mama loves you (R$ 18,00), com vodca Absolut, licor de pêssego, limão e suco de abacaxi. Na ala dos comes, há petiscos do chef Fernando Pavan (do finado Volta, no Jardim Botânico), mas saem-se melhor a pizza branca (R$ 5,00) ou redondas artesanais como a margherita (R$ 39,00, média). Aviso: sexta e sábado são dias de DJ.