COMER & BEBER 2018/2019: Bares – Zona Sul
Confira a seleção dos melhores endereços nessa região
A edição especial COMER & BEBER 2018/2019 apresenta os melhores bares da cidade. Abaixo, conheça os endereços da Zona Sul:
BOTAFOGO E HUMAITÁ
Alfa Bar. Com pouco mais de 65 anos de serviços prestados à boemia de Botafogo, o lugar foi descoberto pelas novas gerações depois que o vizinho Comuna, logo em frente, se tornou point. Cervejas geladas em cascos de 600 mililitros garantem a alegria da clientela, que não se cansa de atravessar a rua — e às vezes a ocupa, transformando o lugar num baixo boêmio. Antarctica, Brahma (R$ 10,00 cada uma), Eisenbahn (R$ 12,00), Heineken e Serramalte (R$ 13,00) são as alternativas. Chope Brahma (R$ 7,00 a tulipa) e cachaça Salinas (R$ 10,00, a dose) podem ser acompanhados de linguiça de pernil aperitivo (R$ 5,50). Também vêm da brasa o galeto, levado à mesa com arroz, fritas, feijão, farofa e molho à campanha (R$ 44,00), e a picanha à brasileira, ladeada por arroz à grega, farofa brasileira e fritas (R$ 70,00).
Alice Bar. A inspiração na personagem de Lewis Carroll se estende aos belos painéis grafitados pela artista Rafa Mon, espalhados pelos três andares do sobrado. Neste ambiente colorido, peça o cardápio de drinques, que levam a assinatura do craque das coqueteleiras Walter Garin. Cítrico e perfumado, o alice tônica (R$ 28,90) leva gim, shrub de pepino, óleos de limão, água de flor de laranjeira, bitter de cardamomo e tônica. Já o rainha de copas (R$ 24,90) reúne cachaça envelhecida em amburana, purê de morango, xarope de hibisco, folhas de manjericão, bitter de cranberry e clara de ovo, ingrediente que confere textura à bebida. Do freezer, há cerveja em garrafa com os rótulos Original (R$ 11,00) e Serramalte (R$ 13,00), além de especiais, como a Colorado Indica (R$ 24,00, 600 mililitros). Na ala dos tira-gostos, o ceviche de peixe e camarão é feito com suco de tangerina, em vez de limão, cebola-roxa, coentro, pimenta e gengibre (R$ 42,90). Na companhia de geleia de abacaxi e pimenta dedo-de-moça, o camarão empanado na tapioca com queijo coalho vai mexer com seus sentidos (R$ 43,90 a porção).
Antiga Mercearia e Bar. Na parte interna da Cobal, o ponto teve o letreiro trocado por painel que reproduz um casarão antigo, e o piso ganhou ladrilho hidráulico, para fazer jus ao nome. Completam o cenário estantes onde ficam expostos produtos artesanais como doces, queijos, grãos e cervejas. São quase 200 rótulos nacionais. Da Three Monkeys, é apresentada a Galaxy Detox (R$ 41,90, 473 mililitros), uma New England IPA bem aromática. Outra IPA que faz sucesso por lá é a Interestelar (R$ 36,00, 500 mililitros), da Hocus Pocus. Das cinco torneiras, duas são dedicadas aos chopes da casa, nas versões pilsen (R$ 8,90) e weiss (R$ 9,90), ambas servidas em copos de 300 mililitros. Na seção de comestíveis, fique de olho em duas pedidas empanadas: o filé de alcatra (R$ 43,90), envolto em farinha panko, chega à mesa com molho de queijo gorgonzola e batatas rústicas, enquanto as tiras de frango (R$ 28,90) em farinhas de especiarias também levam molho à base de gorgonzola.
Bar do Palhinha. A localização estratégica, num cantinho do Largo dos Leões, assegura certa tranquilidade, mesmo no horário de rush. Enquanto, poucos passos adiante, motoristas encaram tráfego pesado, ali a clientela devora sem pressa pastéis de camarão (R$ 6,00), carne e queijo (R$ 4,50 cada um). Os de frango e carne-seca (R$ 4,80 a unidade) levam catupiry. Especialidade da casa, a costelinha de porco (R$ 39,90) chega às mesas do salão ou da calçada com molho barbecue e anéis de cebola crocantes. Reforço recente, a minimoranga recheada de carne-seca e catupiry, gratinada com parmesão e sementes do próprio legume, custa R$ 34,90. Os visitantes enfileiram cascos de Amstel (R$ 9,90), Sol ou Heineken (R$ 12,90 cada pedido). Para quem gosta de IPA, a saborosa Therezópolis Jade (R$ 21,90) é uma opção. Sexta e sábado são dias de feijoada completa (R$ 59,90), que, além das carnes, traz couve, farofa, arroz, laranja e torresmo.
Beer House 57. O ponto onde funcionou o Metrópole opera sob novos nome e direção, mas manteve a decoração de estilo industrial, com paredes e piso de cimento queimado, além da vocação cervejeira: as estrelas ali são dezesseis torneiras de chope, por onde passam rótulos de marcas como Hocus Pocus, Antuérpia e Old School, mais algumas importadas. A boa seleção prioriza receitas locais e costuma incluir dicas como a Filthy Dog, uma dark sour da niteroiense Dead Dog (R$ 16,50, 300 mililitros; R$ 24,75, 500 mililitros). Quarta é o pint day: o copo de meio litro sai pelo valor do menor. Os hambúrgueres, o carro-chefe da antiga encarnação, ganham três versões. O monsterburger, 240 gramas de carne recheada de queijo cheddar, mais bacon, cebola caramelada, rúcula e aïoli de bacon (R$ 37,00), é acompanhado de batatas rústicas e onion rings. No 2º andar, uma pista de dardos é a atração.
Birreria Escondido, CA. Dos mesmos sócios do Colarinho e do Pub Escondido, a casa tem vocação cervejeira, como os outros endereços, mas, para acompanhar os bebes, aposta nas pizzas e nas massas. No cardápio, há opções de redonda em dois tamanhos (25 ou 35 centímetros de diâmetro). A toscana é salpicada de calabresa artesanal moída, cogumelo–de-paris, azeitonas pretas fatiadas e orégano (R$ 38,00 ou R$ 49,00). Na margherita especial a mussarela comum é substituída pela de búfala, acompanhada de basilicão (R$ 39,00 ou R$ 51,00). Vale espiar o cardápio de petiscos, que exibe pedidas apetitosas como as bolinhas cremosas de arroz com queijo e um toque de curry (R$ 28,50, vinte unidades). Atração principal, como sugere o nome do negócio (birreria é cervejaria, em italiano, e Escondido é uma pequena cidade californiana famosa pela produção de geladas), as dezesseis torneiras são dotadas do sistema vom fass, em que o chope vai direto do barril para o copo. Apenas as marcas da casa são fixas: uma pilsen (R$ 9,90, 294 mililitros) e uma weiss (R$ 12,90, 300 mililitros).
Boteco Cabidinho. O endereço resiste como pedida certa para a saideira: nunca baixa as portas. A comodidade tem preço. Na madrugada, a partir de meia–noite, o valor do chope Brahma sofre acréscimo de R$ 2,90 — a tulipa sai a R$ 8,90. Na versão black, na taça de 400 mililitros não há adicional noturno: custa R$ 13,00 a qualquer hora. Petiscos clássicos, como empada aberta de camarão com catupiry (R$ 14,00) e bolinho de bacalhau (R$ 7,00), dividem as atenções com hambúrgueres caprichados que podem ser servidos no brioche ou no pão australiano (R$ 28,90 cada sugestão). O que leva o nome da casa reúne 200 gramas de um blend de picanha, fraldinha e linguiça, queijo gruyère, farofa de bacon, banana-da–terra crocante e molho de mostarda de Dijon. A carne do hambúrguer do chef resulta do processamento de fraldinha, bacon e maminha, também com 200 gramas, e é ladeada por queijo gorgonzola, cebola dorée e maionese agridoce. Acompanham os pedidos, respectivamente, batata canoa e chips de aipim.
Boteco Colarinho Escondido, CA. Quando nem sequer existia a praça em frente — o acesso era por uma espremida passagem de pedestres, entre as ruas Voluntários e São Clemente —, o bar abriu as portas apostando nas cervejas artesanais. Hoje, no agitado point em frente ao metrô de Botafogo, ocupa praticamente o triplo de seu tamanho original, conta com 26 torneiras dedicadas a chopes, além de sete para drinques, e, mais recentemente, ganhou o reforço de churrasqueira a carvão para o preparo de cortes especiais da raça angus. As opções vão de bife de chorizo (R$ 49,90, 300 gramas) ao robusto t-bone (R$ 119,00, 850 gramas). Quem preferir apenas petiscar poderá optar pela empada de palmito (R$ 9,90), de proporções generosas, ou pela cebola recheada de carne–seca (R$ 21,90). Em meio a tantas opções de chope, os de fabricação própria, em versões pilsen (R$ 8,90, 300 mililitros) e de trigo (R$ 11,90), são pedidas acertadas, além de oferecer boa relação entre custo e benefício. De terça a sexta, até as 15h, há serviço de almoço executivo.
Cafofo Pub. A trilha sonora de rock o diferencia de seus pares no concorrido point boêmio em torno do metrô de Botafogo e embala a clientela, que costuma se refrescar com cervejas Stella Artois (R$ 13,00, 600 mililitros), Budweiser (R$ 12,00) e Original (R$ 13,00). Outro caminho é o dos drinques, em preparos clássicos como o Aperol spritz, combinação da bebida italiana de leve amargor, espumante e laranja, e o gim-tônica, feito por lá com a marca Bombay. Cada sugestão custa R$ 30,90. Entre os petiscos, o sticky chicken (R$ 45,90) traz tiras de frango empanadas, com um toque de mel que as deixa grudentas — daí o nome em inglês. O beef drunk (R$ 51,90) é uma versão do trivial filé aperitivo preparada com cerveja escura. No almoço, oferece cardápio executivo.
Casarão 1903. No antigo imóvel, em um pedaço ainda sossegado do bairro, com a data de fundação no nome, funcionou por mais de cinquenta anos um botequim clássico, com mesa de bilhar daquelas de mata-mata. Tombada, a bela fachada de granito olho- de sapo segue preservada, mas, em seu interior, tudo mudou. Os azulejos das paredes deram lugar ao tijolo aparente e o piso de ladrilho hidráulico foi substituído por revestimento que imita madeira. No quadro—negro são anunciados os chopes artesanais, renovados de tempos em tempos. Assíduo, o Antuérpia pilsen é vendido na tulipa (R$ 13,90, 300 mililitros) e num curioso copo em forma de bota (R$ 27,90, 1 litro). Quem for capaz da atrocidade de beber o conteúdo desse segundo recipiente em trinta segundos não paga. Feito com cajá, pela cervejaria Mafia, o session sour Ambarella (R$ 10,80 a tulipa) é leve e frutado. Grandes sucessos do rock batizam petiscos e hambúrgueres. O croquete de rabada com pesto de agrião picante (R$ 37,90, seis unidades) atende por hey joe e o hambúrguer de picanha, fraldinha e linguiça com queijo gruyère, vinagrete e molho dijon (R$ 29,90) é chamado de highway to hell.
Cave Nacional. Com curadoria apurada do casal Marcelo Rebouças e Karina Rodrigues, o restobar, desdobramento da loja virtual criada em 2015, investe em vinhos brasileiros de pequenos e médios produtores. Para escolher entre cerca de 140 opções, os clientes são convidados a ir até a charmosa adega. Os preços variam de R$ 53,00 a R$ 380,00 — garrafas levadas para casa ganham desconto. Nos dias de temperatura amena, a varanda é bom lugar para apreciar o Almaúnica Reserva Cabernet Sauvignon 2010 (R$ 110,00), de Bento Gonçalves. De São Paulo, prove o Casa Verrone Sauvignon Blanc (R$ 86,00). Em taça, as sugestões ficam entre R$ 20,00 e R$ 28,00. Na ala dos tira-gostos, uma dica para acompanhar espumantes é a cocotte de gorgonzola com goiaba e mel (R$ 38,00). Terça é dia de ostras (R$ 30,00, meia dúzia).
Caverna. Os fãs de heavy metal vão se sentir em casa neste bar que, da decoração ao cardápio, faz referência ao universo metaleiro. Repare no neon com o nome de um hit da banda AC/DC, Highway to Hell, posicionado ao lado de um sinal luminoso com um dedo médio em riste e legenda em inglês. Faça um pit stop nos chopes de fabricação própria, servidos em canecas de 400 mililitros. O lager custa R$ 14,00; o weiss, R$ 16,00; e o IPA, R$ 20,00. Outro caminho bem-vindo é o dos inventivos drinques locais. O siberian kiss (28,00) combina uísque irlandês, manga caramelada, especiarias, hortelã, limão e bitter. No kong, a vodca fica em infusão de banana–passa antes de ser misturada a bourbon, xarope de baunilha com canela, suco de melão, limão e perfume de nozes (R$ 24,00). As receitas com hambúrguer de carne (R$ 30,00) mudam toda semana. Do menu fixo, o tartare de salmão com chips de batata-baroa e ervilhas com wassabi (R$ 34,00) é boa dica para beliscar. Aos domingos, o endereço é animado por atrações culturais, como exposições e shows, anunciadas nas redes sociais.
Champanharia Ovelha Negra. Pioneira entre as champanharias da cidade, a casa com matriz em Porto Alegre passou a abrir aos sábados. Mesmo durante a semana, filas na porta são frequentes. O público, em sua grande maioria, está mais interessado na azaração, embalado por DJs, do que na grande variedade da carta, com oitenta rótulos de bebida borbulhante. As opções podem custar até R$ 1 725,00, caso do Dom Pérignon. Mais acessível, o nacional Aurora Conde de Foucauld Brut (R$ 70,00) costuma ser o campeão de pedidos. Por R$ 240,00, degusta-se o premiado Cave Geisse Terroir Nature. A lista de comes traz bruschetta toronto, de pão preto, salmão defumado, creme azedo e manjericão (R$ 25,00), e sanduíches. O cordel árabe (R$ 23,00) leva carne-seca refogada com cebola, queijo de minas padrão, tomate e um toque de requeijão no pão pita.
Cobre. A poucos passos do agitado pedaço do Humaitá que reúne do pé-sujo Fuska ao descolado Meza Bar, uma casa centenária abriga essa charmosa empreitada de três amigos de infância. O projeto manteve elementos originais, como o arco de pedras na varanda, o piso de parquet paulista e as vigas de madeira no teto do salão. Ponto alto, as pizzas de massa de longa fermentação, leves e com a borda tostada, são obra de Pedro Pernambuco e Pierluigi Russo. As redondas ganham tamanho individual em versões como a friarielli (espécie de brócolis italiano), com mussarela fior di latte, queijo scamorza defumado e linguiça toscana (R$ 35,00). Uma opção vegana reúne queijo à base de castanha–de-caju, tomate pelado, cogumelos selvagens e alho-poró (R$ 39,00). O menu aposta ainda em cortes de carne e tira–gostos. Na carta de drinques criada pelo mixologista Alex Mesquita, uma dica satisfatória é o gim-tônica de tangerina, alecrim e pimenta-rosa (R$ 24,00).
Coordenadas Bar. Bem perto do agito noturno do Baixo Botafogo, o amplo casarão que já abrigou um restaurante por quilo foi adquirido pelos idea-lizadores da festa homônima e passou a abrigar um complexo, reunindo pista de dança e palco para shows, no 2º andar, além de bares no mezanino e no térreo. As antigas estações de saladas e comidas, logo na entrada, ganharam tampos de madeira e hoje fazem as vezes de um extenso e aprazível mesão coletivo sobre o qual pendem lustres geométricos. Acomode-se e peça um maracujita (R$ 28,00), versão da margarita na qual o suco de limão é substituído pelo de maracujá. Para harmonizar com a bebida, peça nachos com chilli beans, guacamole, sour cream e pico de gallo (R$ 36,00). Outras pedidas líquidas, aperol spritz (R$ 24,00) e gim-tônica (R$ 32,00) podem ganhar a companhia das bolinhas de costela desfiada (R$ 24,00, quatro unidades). Uma dica: quem chega até 22h ganha pulseira que dá acesso à pista. Depois desse horário, são cobrados R$ 20,00.
Comuna. O amarelo de caixotes de plástico sobressai na decoração deste reduto alternativo que, além de preparar elogiados hambúrgueres, promove happenings, exposições e outras programações culturais. Os frequentadores costumam se espalhar pela calçada e chegam à rua em frente, num vaivém entre o endereço e o vizinho Alfa Bar que transforma a área em movimentado point. No trash humpers (R$ 32,00), entre as duas bandas do brioche de cacau, um elemento apetitoso dá o tom: a carne é processada com bacon, que também serve de base para a maionese e surge caramelado na forma de tiras, ao lado do queijo cacciocavalo e da alface americana. O sanduíche pode ser acompanhado de batata frita sequinha e crocante (R$ 16,00 a porção) ou dos bolinhos de cogumelos portobello e paris ao molho bechamel (R$ 8,00 o trio). Antes de se decidir pela cerveja Original ou Serramalte (R$ 12,00, 600 mililitros), vale analisar a seção de drinques. Por lá, a caipirinha ganha uma versão com limão-galego e cachaça na infusão de hibisco (R$ 16,00).
Cru Natural Wine Bar. A ideia inicial era fechar o pequenino ponto na Rua Paulo Barreto, em Botafogo, e transferir o Winehouse, o primeiro negócio de Dominic e Selene Parry, para um casarão mais espaçoso no mesmo bairro. No meio do caminho, o casal decidiu arriscar e investir em uma paixão mais recente: os vinhos naturais. O primogênito, mais informal, permaneceu intacto (e levou o segundo lugar na categoria), enquanto o novo espaço, inaugurado em junho, ganhou decoração mais arrojada, com paredes de tijolos aparentes, piso de cimento queimado e um charmoso jardim de inverno. No mezanino estão previstos degustações gratuitas e bate-papos com produtores. A bem cuidada seleção reúne mais de 100 rótulos, feitos com o mínimo de intervenção, entre orgânicos, biodinâmicos e aqueles produzidos por meio de fermentação espontânea. Figuram na lista um surpreendente sauvignon blanc alemão da Von Winning (R$ 199,00) e o tinto chileno Cacique Maravilla Pipeño (R$ 119,00 a garrafa de 1 litro), um dos xodós da casa. Em taça, há sugestões desde R$ 16,00. Receita da terra natal de Dominic, a Inglaterra, o scotch egg, espécie de bolovo empanado em carne de porco e farofa de sourdough (R$ 20,00),
Estação 2cabeças. Ponto fixo de uma das pioneiras e mais criativas marcas da cidade, o espaço conta com dez torneiras, todas com bico (e preços especiais) para encher growlers, plugadas em rótulos próprios e alguns convidados. Pedidas certeiras na lista de chopes são a Maracujipa, uma india pale ale com adição da fruta (R$ 15,00), a Antes do Almoço, aromática american blonde ale (R$ 14,00), e a potente strong golden ale Papo Cabeça (R$ 15,00), todas servidas em copos de 330 mililitros. Quem estiver na dúvida pode apostar na régua de degustação, com quatro doses de 100 mililitros à escolha (R$ 26,90). Para matar a fome, há sanduíches como o don diego, um cachorro-quente de linguiça suína artesanal de ervas, mussarela derretida, maionese de bacon da casa e chimichurri na baguete francesa (R$ 20,00). Camisetas e bonés da marca dividem espaço com as geladas.
Êtta. Na esquina onde funcionou o simpático bistrô Lauretta, a casa tem bom movimento durante o almoço, mas investe também na vocação noturna. A partir das 17h, as mesas e o pequeno lounge do lado de fora são mais procurados, e o charmoso endereço (que conta ainda com espaçoso salão) ganha caprichado cardápio de belisquetes e carta de drinques. Carro-chefe do primeiro time, o curioso japêtta consiste em camarões em ervas e cream cheese envoltos em tiras de salmão maçaricado (R$ 34,90, oito unidades). Do vistoso bar saem pedidas como o êêêêêêttaaa (R$ 24,90), refrescante mistura de vodca Absolut Vanilla, espumante, purê de morango, mix cítrico e pepino. Cervejas artesanais e vinhos reforçam a ala etílica. De quarta a sexta, a cozinha para entre 15h30 e 17h, mas bebidas são servidas. Quinta é dia de jazz ao vivo (couvert artístico de R$ 15,00).
Fuska 2.0. Porto seguro da vizinhança, o tradicional pé-sujo andava mal das pernas. Há cerca de três anos, no entanto, o jogo virou. O lugar caiu nas graças de uma turma jovem e animada, que se apinha nas mesas ao ar livre numa esquina do Humaitá em torno de inspirada agenda musical. Responsável pela guinada, Luiz Fernando Santos Ferreira assumiu de vez o negócio da família após a morte do pai, Jaime, em 2017. Sem macular a alma de botequim, ele introduziu no cardápio tira-gostos como os pastéis de carne-seca com abóbora (R$ 33,00 a dúzia), companhia para geladas de marcas comerciais (Original a R$ 11,00). A programação: quinta tem roda de samba; sexta é dia de jazz; no sábado, batucada e forró se revezam; e, no domingo, o choro fica aos cuidados do conjunto Grapiúna. Das 19 às 22 horas, quando os músicos entram em cena, pode ser difícil transitar por ali. Em dias chuvosos, mudanças de planos são informadas pelas redes sociais.
Hocus Pocus DNA. Festejada na leva mais recente de cervejas artesanais brasileiras, a marca transformou em gastrobar a garagem em Botafogo onde ficava estacionado o food truck da Dogaria. A psicodelia que costuma inspirar o visual de suas latas e rótulos se faz presente em projeções e na trilha sonora de rock progressivo. Na decoração, o toque rústico dos tijolos e vigas aparentes e das bancadas e mesões comunitários de madeira crua sobressai. Criações próprias, servidas em copos de 330 mililitros, abastecem sete das catorze torneiras. Entram nessa lista a Magic Trap (R$ 15,00), a primogênita do grupo, belgian strong golden ale de potentes 8,5% de teor alcoólico e aroma frutado de banana, e a APA Cadabra (R$ 14,50), de lúpulo pronunciado. Dos demais bicos jorram chopes de cervejarias convidadas. A seleção de comes traz azeitonas empanadas (R$ 10,00) e tiras de frango empanadas nas farinhas panko e de fubá, acompanhadas de maionese de curry (R$ 15,00). Outra pedida, o hambúrguer vegano (R$ 30,00) leva faláfel com cebola, berinjela e tomate, além de maionese de tahine com hortelã.
Joaquina Bar & Restaurante. Batizada em homenagem à progenitora do imperador Pedro I, dona Carlota Joaquina, a casa faz referências a figuras históricas e aos tempos do Império, na decoração, nos nomes dos pratos e ainda nas receitas dos tira-gostos. A porção de aipim frito com carne-seca desfiada e acebolada, gratinada com catupiry e molho bechamel, é chamada de petisco do coronel (R$ 46,00). Clássico local, o sonho de aipim (R$ 32,00 a dupla), uma espécie de bolinho com massa aerada e leve, pode vir nas versões de camarão ou de carne-seca, ambas com catupiry. Em copos de 400 mililitros, o drinque à base de cachaça conhecido como caipirão custa R$ 22,00. O chope Brahma (R$ 9,90) é servido na caldeireta. Na matriz, no Humaitá, há garrafas de cerveja Original, Bohemia (R$ 13,00 cada uma) e Serramalte (R$ 14,00). As geladeiras ainda guardam uma gelada sem glúten: a pilsen catarinense Farrapos (R$ 22,00, 600 mililitros).
Jungle Garden Pub. Para quem busca tranquilidade, a dica é ficar na varanda. Não ouse ultrapassar o corredor verde decorado com samambaias, palmas e trepadeiras. No salão interno, a noitada é animada por DJ, de quarta a sábado. Na quinta, petardos oitentistas embalam a festa Ploc. A carta de drinques ganhou criações à base do incensado gim nacional Amázzoni: o érotique (R$ 29,90) leva morangos marinados em água de rosas, pimenta-rosa e tônica. Releituras de mojitos, como a que reúne maracujá e gengibre, são servidas em potes de 350 mililitros (R$ 26,90). Na promoção de quarta, a pedida sai a R$ 19,90. A casa ganhou uma blonde ale de marca própria, a Jungle Beer (R$ 15,90 a long neck), que pode ser alternativa às conhecidas Heineken (R$ 12,00), Stella Artois (R$ 11,50), Budweiser (R$ 11,00) e Eisenbahn Pilsen (R$ 11,00). Na seara dos tira–gostos, os ceviches fazem sucesso. No nikkey (R$ 39,90), pedaços de salmão são marinados com alho japonês ponzu, unidos a gergelim torrado e servidos com salada de macarrão tipo noodle harusame. Também merecem atenção as lulas fritas com sumac, especiaria muito comum no Oriente Médio, ladeadas por molho de melaço de cana com gengibre e shoyu (R$ 37,90).
KVA Kitchen & Bar. Após o sucesso na Rua Capitão Salomão, o endereço ficou pequeno. Juliana Gomes e Rodrigo Santos, o casal de proprietários, encontraram espaço mais amplo a poucos metros do primeiro ponto. Na mudança, aproveitaram para trocar o nome, de Calavera Kitchen & Bar para a sigla atual. Além de chope Roter, dos tipos pilsen (R$ 7,90 a tulipa) e APA (R$ 14,00), há enxuta carta de drinques a R$ 25,00. Estão na lista o requisitado moscow mule e o yellow submarine, reunião de vodca, sucos de maracujá e limão-siciliano e monin de manga. Na ala dos tira-gostos, o croquete de pernil (R$ 22,00, quatro unidades) divide as atenções com sugestões originais e apetitosas, como o bolinho de mandioca com jiló (R$ 19,00 a porção) e os dedinhos de bruxa (R$ 23,00), receita de tempurá de quiabo com molhos de pimenta e tucupi. Entre as oito opções de hambúrguer — dois são vegetarianos —, o jabá (R$ 35,00) é servido no pão de mandioca com carne artesanal da casa, queijo da Serra da Canastra, cebola defumada e uma versão de molho béarnaise à base de manteiga de garrafa, páprica e crispy de carne-seca.
Legião Carioca. Na pequena varanda diante do salão, latões de ferro pintados viram mesas e até sofá, garantindo um toque contemporâneo à decoração da casa. Pertencente à geração de bares que deram vida a uma nova área de Botafogo, o negócio aposta na dobradinha entre hambúrgueres e cervejas artesanais. Peça o benza deus (R$ 28,90), com 200 gramas de carne bovina, cheddar, bacon e cebola caramelada no pão australiano, e, para acompanhar, a Friends (R$ 26,00, 500 mililitros), mandarina lager da Dream Beer, gelada feita com lúpulo alemão, que confere à bebida aromas de tangerina. Boa invenção, o jack balanço (R$ 26,00) é um milk-shake de chocolate belga coberto por doce de leite e raspas de chocolate, batizado com bourbon Jack Daniel’s. Opções mais recentes no cardápio, os famosos bolinhos do Aconchego Carioca chegam à mesa em porções de quatro unidades (R$ 30,00), nas versões de feijoada, baroa com camarão e abóbora com carne-seca.
Meza Bar. Se hoje os conceitos de gastrobar e coquetelaria estão bem difundidos no Rio, muito se deve a esse lugar. No ambiente de decoração elegante e moderninha, iluminação suave e bem cuidada trilha sonora, mesas dividem espaço com aconchegantes poltronas e sofás. A inspirada carta de drinques convida a um passeio pela história da casa. Começa por clássicos locais, como o santogold, que reúne espumante rosé, Cointreau, uva rubi e maçã caramelada (R$ 28,00), passa por goles tropicais, a exemplo do mojito do agreste, combinação de cachaça Nega Fulô Jequitibá, graviola, hortelã, limão e soda (R$ 26,00), e evolui até criações mais recentes e elaboradas. Dessa ala, uma dica mais intensa é o tupi or not tupi, feito com gim Tanqueray, jambu, limão-siciliano, xarope de açúcar e Angostura (R$ 31,00). Da cozinha, comandada pela chef e sócia Andressa Cabral, saem delícias em potinhos, caso do polvo tostado com molho picante de tomate e batatas ao murro (R$ 32,00). Para compartilhar, invista no bolinho de risoto de açafrão recheado de queijo e pesto de manjericão (R$ 29,00).
O Plebeu. Perto de completar quatro décadas de história, o bar engrossa as fileiras dos estabelecimentos tradicionais neste miolo do Humaitá. O casarão de dois andares recebe grupos de amigos que se encontram para jogar conversa fora e tomar cerveja gelada em casco: Brahma (R$ 10,00), Antarctica (R$ 12,00), Original, Heineken (R$ 12,00 cada uma) e Serramalte (R$ 13,00) costumam abastecer os freezers. As sugestões mais triviais ganharam a companhia de cervejas especiais, como a witbier Praya e a strong golden ale Hocus Pocus Magic Trap, vendidas a R$ 27,00 cada uma. Para beliscar, no ambiente sem firulas, procurado por uma turma com menos dinheiro para gastar, os tira-gostos sugeridos são as porções de carne de sol e aipim frito na companhia de farofa (R$ 53,50) e de gurjão de peixe com molhos tártaro ou rosé (R$ 36,50).
Teto Solar. A parte da frente de um fusca dá o tom urbano-industrial na decoração do bar, surgido como anexo do teatro Solar de Botafogo. A casa cresceu e hoje tem agenda própria. É endereço certeiro para quem curte chope artesanal e drinques. Das doze torneiras presentes, uma é reservada à cerveja de gengibre, usada como base para um dos drinques mais populares do pedaço: o moscow mule (R$ 27,90). O pink and tonic (R$ 32,90), com espumante, gim e xarope de cranberry, é uma das doze variações com o tão querido destilado aromático. Outra é o gim-tônica 007 (R$ 29,90), que também leva gengibre, alecrim e água tônica (R$ 29,90). O bolinho de queijo de coalho com alecrim (R$ 24,90, doze unidades) ganha um toque de mostarda com mel. Pedida mais consistente, o paris burger (R$ 37,90), com 180 gramas de carne angus, mix de cogumelos frescos e queijo brie, servido na companhia de fritas e maionese, pede um chope Antuérpia Tabla IPA (R$ 26,90, 473 mililitros). A programação musical tem atrações como o jazz ao vivo, na quinta, e a festa Pista Aberta, no sábado.
Titú. Em extremo mais sossegado da badalada Rua Dezenove de Fevereiro, em Botafogo, um terreno desocupado foi o ponto escolhido por dois amigos para instalar seu negócio despojadíssimo e original. Dois contêineres delimitam o espaço. Um, na entrada, abriga o caixa e o bar, onde são preparados drinques como o mosca humilde (R$ 22,00), versão local do moscow mule, com farta espuma de gengibre. O outro funciona como cozinha, especializada em receitas “urbanas do mar”. Completam o ambiente um corredor ao ar livre coberto por lona e luzes, cadeiras de praia e uma parede com o grafite colorido de um polvo. O molusco recheia receitas como as coxinhas (quatro unidades) e o surpreendente hambúrguer, bem temperado com limão e coentro (R$ 28,00 cada pedido). Para variar, aposte no sanduíche de pernil (R$ 24,00). A pilsen (R$ 19,00) e a IPA (R$ 23,00) da casa, ambas em garrafa de 500 mililitros, são feitas em parceria com a Brewpoint, de Petrópolis.
Void Botafogo. Na maioria das filiais da rede gaúcha, a razão de existir são tênis, meias e roupas de marcas identificadas com a cena urbana jovem. No coração do Baixo Botafogo, colada ao cinema Estação, a unidade assumiu a vocação boêmia do ponto onde se instalou. Começou servindo cervejas, de Original (R$ 12,00, 600 mililitros) a Praya (R$ 26,90, 600 mililitros), à venda todos os dias, e depois comes, preparados por coletivos ou cozinheiros convidados. Acompanhe o calendário: na segunda saem pedidas veganas, terça é dia de hambúrguer e quinta, de receitas asiáticas.
Winehouse. Nem dá para lamentar: bicampeão do COMER & BEBER na categoria, o pequeno e informal boteco de vinhos perdeu o título neste ano para um novo negócio dos mesmos donos. A consistente lista de 64 rótulos reúne nacionais e importados a valores convidativos. Para pedir na calçada mesmo, em dias quentes, o branco que leva o nome da casa é feito na vinícola Dom Pedrito, na Campanha Gaúcha, com uvas chardonnay, sauvignon blanc e gewürztraminer (R$ 85,00). Dica do proprietário, o inglês Dominic Parry, o tinto francês Bourgueil Les Hautes Pierres Cabernet Franc (R$ 159,00) é elegante e persistente. Na happy hour, das 17h às 20h, taças ganham desconto de até 40%. Uma alternativa aos vinhos é o porto tonic, drinque com vinho do Porto branco seco, tônica e limão-siciliano (R$ 27,00). A seleção de comidinhas traz, entre outras pedidas, azeitonas marinadas com grissini de parmesão (R$ 17,00) e porção de jamón serrano (R$ 32,00).
COPACABANA
Adega Pérola. Do outro lado da rua, o centro comercial Cidade Copacabana, o popular shopping dos antiquários, recebeu os teatros Opinião, nos anos 60, Tereza Rachel, na década seguinte, e, nos tempos atuais, seu sucessor, o Theatro Net Rio. Espectadores desses três palcos passaram (e passam) pelo bar logo em frente. O salão não muda: tem mesas e bancos compridos de madeira e formidável balcão com 9 metros de comprimento, encimado por longa vitrine que exibe variada seleção de tira-gostos. As sugestões são vendidas em porções de 100 gramas. Entre as muitas pedidas, há delícias como polvo ao vinagrete (R$ 32,00), salada de bacalhau (R$ 30,00) e mexilhões (R$ 24,00). Chegam da cozinha bolinhos de bacalhau (R$ 24,00, seis unidades grandes) e um generoso prato de lulas fritas (R$ 42,00). Para beber, vá de chope Brahma (R$ 8,00 a tulipa). Os adeptos da cerveja artesanal encontram Colorado Indica, Appia, Demoi-selle e Cauim. Cada garrafa de 600 mililitros custa R$ 20,00.
Bip Bip. A boa música tem lugar sagrado neste reduto um tanto peculiar. As poucas mesas e cadeiras disponíveis são reservadas aos músicos. Para não atrapalhar o som nem incomodar os vizinhos, as palmas foram abolidas e substituídas pelo estalar dos dedos. Quem aplaude leva bronca do dono do boteco, Alfredo Jacinto Melo, o popular Alfredinho. Detalhe: não há garçons. Os próprios clientes buscam Heineken, Amstel, Itaipava e Eisenbahn (R$ 7,00 cada uma) diretamente na geladeira. E, ainda assim, há meio século o bar cultiva freguesia cativa. Tudo porque a seleção de músicos que se apresenta ali por simples prazer é tão espetacular que dá vontade de voltar toda semana. Na segunda e na terça tem choro, na quarta, bossa nova e, nos outros dias, samba. Apenas no sábado não há programação definida. Entre os poucos tira-gostos, a porção de bolinhos de bacalhau (R$ 20,00) deve ser esquentada no micro-ondas.
Cervantes. Nada, nem a mudança no perfil da boemia nas redondezas nem a crise renitente, afeta o horário de funcionamento na matriz. Nos fins de semana, a atividade no balcão, voltado para a Rua Barata Ribeiro — a entrada do salão é pela Avenida Prado Júnior —, vai até praticamente o sol nascer. Muita gente saboreia em pé um dos maiores clássicos da boemia carioca: o sanduíche de pernil com queijo e abacaxi no pão de leite (R$ 26,00). Na versão de filé-mignon com queijo (R$ 32,00), a carne costuma vir deliciosamente malpassada. Qualquer das escolhas pede o chope Brahma (R$ 8,00 a caldeireta). O salão refrigerado recebe comensais atrás do filé à milanesa ladeado por guarnição à francesa (R$ 95,00) ou do kassler defumado com salada de batatas (R$ 80,00). Nas duas filiais da Barra, o cardápio é o mesmo.
El Born. O estabelecimento, dedicado a tapas espanholas, tem DNA cearense: por trás do empreendimento etílico está Antônio Rodrigues, dono da rede Belmonte, que tem filial a poucos metros dali. O encontro de culturas se reflete no menu, em criações como o old fashioned rapadura (R$ 31,00), releitura do clássico drinque de angustura, uísque e toque de laranja que ganha um naco de rapadura no lugar do torrão de açúcar. Batizada em homenagem à personagem do romance Dom Quixote, a sangria dulcineia (R$ 118,00, 1 litro) é das mais pedidas, com seu perfumado toque de capim-limão na mistura de aperol, vinho rosé, tangerina, maçã verde, kiwi e laranja. No cardápio, o polvo grelhado com páprica (R$ 59,00), escoltado por purê de aipim, é um prato que também pode ser apreciado como tira-gosto. A seleção de tapas elenca petiscos como anéis de lula (R$ 9,00 a porção) e bolinhas de queijo empanadas com macarrão cabelinho de anjo (R$ 22,00, quatro unidades).
Galeto Sat’s. O letreiro sobre a entrada exibe uma propaganda de refrigerante, está ali há décadas e ninguém se importa. Mais condizente, no salão, é a releitura da Santa Ceia, com Zeca Pagodinho no centro da mesa, Chico a seu lado esquerdo e Maria Bethânia à direita. Desde que Sérgio Rabello, um cliente assíduo, comprou o negócio, em 2010, a vocação do ponto para a saideira foi redobrada. Nem a filial de Botafogo, inaugurada por ele há dois anos, fecha antes das 4 horas da manhã. Na nova unidade, o cardápio é um pouco mais extenso, mas as estrelas são os galetinhos crocantes e suculentos (R$ 28,00) assados na brasa, nos dois endereços. Escolha entre o preparo ao molho de caipirinha, feito de limão e cachaça, e a receita da casa, com sucos de limão e laranja, ervas, alho e pimenta. Outras delícias que saem da churrasqueira para as mesas ou o balcão são o pão de alho ensopado de manteiga (R$ 11,00, duas unidades) e o coração de galinha marinado no vinho com ervas (R$ 25,00). Os presentes matam a sede com chope Brahma (R$ 7,00 a caldeireta), caipirinha de limão (R$ 20,00) ou alguma dica do formidável cardápio de cachaças, uma paixão do proprietário.
HØC. No nome (uma abreviação de House of Cocktails), a casa já diz a que veio. O pequenino e vistoso estabelecimento, com grafites na parede, iluminação aconchegante e bancos acolchoados na calçada, tem nos drinques sua atração principal. A carta traz sugestões elaboradas pelo mixologista Alex Mesquita — como o refrescante tahiti feelings, que reúne licor 43, limão-taiti, amora e espumante (R$ 27,00) — e pela bartender Laura Paravato (ex-Nosso), que deixou o comando do balcão recentemente. É dela o pedra do sour, reunião de gim, limão-taiti, xarope de alecrim, pepino, cardamomo e clara de ovo (R$ 24,00, com gim Amázzoni). O menu de tapas tem dicas como tartare de salmão com chips de aipim (R$ 28,00). O gostoso trio de bruschettas (R$ 24,00), em torradas crocantes, pode trazer versões como guacamole, tomate ao molho pesto e cebola caramelada na cerveja com gorgonzola.
Os Imortais. Fotos de estrelas do cinema e artistas decoram as paredes do estabelecimento no Lido e de sua filial, vizinha ao Beco das Garrafas. O segundo endereço tem belo balcão no salão interno e varanda que avança sobre a calçada, incorporando à decoração até mesmo uma amendoeira. Empanado em massa de milho, o drumete de frango com cream cheese (R$ 32,90, quatro unidades) é excelente pedida. Bolinhos com massa de arroz ou de feijão recebem 21 recheios, entre os quais rabada (R$ 9,00 a unidade), couve (R$ 6,70) e camarão, alho-poró e requeijão (R$ 9,80). Ali chamado de pé de pano (R$ 59,90 a porção), o bife a cavalo, com ovo estrelado, tem versão aperitivo, servida na companhia de cebola empanada. Para beber, escolha entre o chope Brahma (R$ 6,60 a caldeireta) e o da casa, um red ale artesanal produzido em Minas Gerais (R$ 14,00 a caldeireta).
As Melhores Cervejas do Mundo. A loja, com produtos que o cliente pode levar para casa, também mata a sede in loco. Chope e cerveja artesanais são as atrações principais. Em treze torneiras são conectados, mais frequentemente, barris de produtores do Estado do Rio, entre os quais a Motim, que comparece com a IPA, e a Tupiniquim, com sua Session IPA. Ambas são servidas por R$ 14,00 (300 mililitros) e R$ 20,00 (500 mililitros). De fabricação própria, a pilsen Polo Lido é vendida por R$ 10,00 e R$ 15,00, dependendo do tamanho do copo. Na carta de cervejas, com cerca de 200 rótulos, a inglesa London Black Cab Stout (R$ 33,00, 500 mililitros), da Fuller’s, e a alemã Braupakt (R$ 32,00, 500 mililitros), da Weihenstephaner, são boa pedida. Na edição 2017/2018 do COMER & BEBER, o endereço foi lembrado com um voto na categoria Carta de Cervejas. Opções para comer só aparecem na sexta e no sábado, quando entram em ação chefes e cozinheiros convidados.
Pavão Azul. Reduto tradicional, citado em crônica pelo jornalista e escritor Antônio Maria (1921-1964), o botequim chega em plena forma ao século XXI. Cresceu, para além da loja original, e ocupa pontos distintos no mesmo quarteirão, todos cheios a partir da happy hour. A receita, por lá, inclui cerveja sempre gelada — cascos de Bohemia (R$ 11,00), Original (R$ 11,00) e Serramalte (R$ 12,00) — e caprichados petiscos. Para beber, também há chope Brahma (R$ 6,00). O campeão de procura, entre os salgados, é a patanisca de bacalhau (R$ 3,50 a unidade, pedido mínimo de quatro), bolinho com o peixe bem temperado, sem batata na receita. Na retaguarda, pastéis de camarão, carne, queijo ou queijo com tomate seco (R$ 3,30 cada um) disputam as atenções com o bolinho de feijoada (R$ 15,00, cinco unidades). Prato mais pedido, o farto risoto de camarão (R$ 34,00) é servido todo dia e, nos fins de semana, ganha a concorrência do arroz de polvo (R$ 36,00). Aviso: o lugar só trabalha com cartão de débito.
Pub Escondido, CA. Para os entendedores, o nome do estabelecimento não deixa dúvidas quanto à sua vocação: a cidade californiana de Escondido é um dos grandes polos cervejeiros dos Estados Unidos. Neste refúgio, dos mesmos donos dos bares Colarinho e Birreria Escondido, CA, os barris de chope são armazenados em câmara fria para preservar o frescor. No total, podem ser servidos até 24 tipos simultaneamente. É preciso consultar as opções da vez, listadas no cardápio ou na parede, mas é certo encontrar por lá a bebida da casa, servida nas versões pilsen (R$ 9,90, 236 mililitros) e weiss (R$ 12,90, 300 mililitros; R$ 24,90, 600 mililitros). Os hambúrgueres, as estrelas do cardápio de comes, são oferecidos em seis sugestões. O classic burger traz um disco de 200 gramas de carne bovina, cebola–roxa grelhada, tomate e alface-americana (R$ 28,00). Outra aposta é o sea burger, reunião de salmão defumado, mix de brotos, tomate, cream cheese com cebola-roxa, alcaparras e pepino em conserva (R$ 40,00). Entre os aperitivos, o onion cheddar burger (R$ 25,90) é um trio de anéis de cebola empanados, recheados de hambúrguer, cheddar e bacon.
Ruanita. A poucos metros de um albergue, o simpático endereço é procurado por estrangeiros e locais. Em seu cardápio constam cerveja e chope artesanais, além de drinques. Um dos campeões de pedidos é o maracujim (R$ 30,00), preparado com gim importado Bulldog, suco de maracujá, água tônica e zimbro. Se preferir as bebidas à base de cevada, escolha entre garrafas long neck da artesanal Hocus Pocus Magic Trap (R$ 21,00), uma belgian golden strong ale com 8,5% de teor alcoólico, e da importada Brooklyn Lager (R$ 20,00). O cardápio enxuto guarda sugestões certeiras, como o tungo tong, porção de trouxinhas feitas com massa de harumaki, recheadas de frango (R$ 23,00) ou porco (R$ 26,00), servidas com geleia de pimenta. O hambúrguer que leva o nome da casa é oferecido no pão de cevada com 180 gramas de blend próprio, de queijo meia-cura, pepino japonês e bacon caramelado, ao lado de batatas fritas (R$ 32,00).
Tasca Carvalho. Nesta casa portuguesa, cada detalhe foi pensado para que o freguês se sinta na terra do craque Cristiano Ronaldo. Há quadrinhos com paisagens de Lisboa e caixas da cerveja SuperBock (R$ 6,90, 250 mililitros). Espie a vitrine refrigerada para escolher um dos queijos, cujas peças de aproximadamente 500 gramas custam entre R$ 22,90, o de Lamego, e R$ 149,90, o divino Serra da Estrela. Farte-se ainda do polvo à lisboeta (R$ 19,90 a porção), do chouriço português (R$ 25,90 a unidade) ou da porção de tremoços (R$ 5,90). Além de oferecer cerveja, pedida mais óbvia nas calçadas de Copacabana, o ponto pequenino tem excelente carta de vinhos, com boa variedade de tintos, brancos e verdes a preços que variam de R$ 49,90 a R$ 149,90. Uma boa dica é o tinto Quinta do Sol (R$ 99,90), da região do Douro. Feito com água tônica e a versão branca do vinho de sobremesa, o Porto Tonic (R$ 24,90) também agrada em cheio.
FLAMENGO, CATETE e GLÓRIA
Boteco Belmonte. Em seu primeiro emprego, depois de chegar do Ceará, Antônio Rodrigues lavava pratos em um boteco de Niterói. Empreendedor e disciplinado, deu muito duro até virar dono de bar — ou melhor, bares. Rodrigues fez história na boemia carioca ao transformar o antigo Belmonte, no Flamengo, em matriz de uma rede respeitável. O conceito do pé-limpo, que o empresário difundiu, anda desgastado, como comprovam as quedas na concorrência, mas o Belmonte segue firme, com nove endereços. Na Praia do Flamengo, o balcão de granito preto e as paredes pintadas de verde serviram de modelo para a cadeia, mas hoje há unidades com identidade própria. Não tem segredo: chope Brahma (R$ 7,50, 270 mililitros) ou caipirinha (R$ 21,00) podem ser acompanhados de, entre outros tira-gostos, empadas abertas de carne-seca (R$ 14,00), marca registrada local, ou filé aperitivo oferecido no pão italiano (R$ 69,00).
Café Lamas. Em 1974, a condenação do antigo sobrado diante do Largo do Machado, vizinho do Cine São Luiz, por causa das obras do metrô, provocou a mudança do estabelecimento centenário. Na primeira encarnação, a casa só baixou as portas durante a Revolta da Vacina, em 1904, e no dia do suicídio de Getúlio Vargas, cinquenta anos depois. No segundo endereço, a casa histórica segue sua vocação para porto seguro. O corredor com teto rebaixado leva ao amplo salão dos fundos, onde é possível provar especialidades de antanho como filé à oswaldo aranha (R$ 115,00), coberto por alho frito, guarnecido de arroz e fritas. Para beliscar, há pastéis de camarão, carne, carne-seca, camarão com catupiry ou queijo (R$ 5,50 cada um) e contrafilé aperitivo (R$ 50,00 a porção). O chope é Brahma (R$ 7,00 a tulipa). Há também cascos de Therezópolis e Baden Baden, a R$ 30,00 cada um.
Julieta. Instalada há quinze anos em suntuoso palacete da Praia do Flamengo, a Casa de Cultura Julieta de Serpa tornou-se referência na oferta de drinques graças ao trabalho feito pelo mixologista Alex Mesquita no Paris Bar, dentro do espaço. Desde sua saída, em 2016, ocupa o posto Daniel Milão, que foi braço-direito de Mesquita. Outra mudança foi no nome, mas as misturas ousadas seguem fazendo a felicidade dos fãs da coquetelaria. Cremoso e frutado, o queen cocktail (R$ 37,00) reúne gim, martini dry, xarope de camomila e limão. Já o rosemary (R$ 32,00), com vodca Grey Goose sabor limão, aperol, tangerina, pimenta e alecrim, passeia entre o cítrico e o picante. De quarta a sexta, de 17h30 a 20h30, todos os coquetéis ganham 50% de desconto. Para acompanhar os bebes, são boas pedidas os palitos crocantes de queijo brie ladeados por geleia de pimenta (R$ 32,00, seis unidades) e o filé-mignon aperitivo (R$ 42,00).
Kamaleón. Frequentemente tratado de forma solene, o ritual de beber um vinho ganha ares despojados neste bem cuidado espaço. Cerca de quarenta rótulos, de diversas nacionalidades, alternam-se nas prateleiras do estabelecimento, que não tem uma carta fixa e oferece preços camaradas (a partir de R$ 67,00 a garrafa). Uma boa dica é o tinto português C.S. Bairrada DOC, feito com as uvas vaga, jaen, syrah e merlot (R$ 85,00). Grafadas a giz em plaquinhas, as sugestões em taça podem incluir o branco da casa, da vinícola gaúcha Don Guerino, mistura das uvas chardonnay e riesling (R$ 15,00). Para beliscar, há opções eficientes: a tábua mix (R$ 46,00) reúne caponata de berinjela, tomate confit, tapenade de azeitona, patê de fígado, chutney de manga e torradas.
Sublime Cervejas. Ponto de encontro de aficionados de cervejas artesanais comandado pelo gaúcho Rodrigo Bortollon, a pequena loja foi inaugurada com a intenção inicial de vender garrafas para consumo em casa, mas, aos poucos, para embalar a conversa, começaram ser servidas as geladas ali mesmo. A happy hour hoje conta com o apoio de duas torneiras de chope. O fornecedor varia de semana a semana. Entre os cerca de 100 rótulos à disposição encontra-se a Hop-Dust (R$ 37,00 a lata de 473 mililitros), uma new england IPA da Three Monkeys. De Niterói, vem a sour Saboya (R$ 18,15 a long neck), da cervejaria Matisse, feita com uvaia, uma espécie de pitanga típica da Região Sudeste. O pacotinho de linguiça húngara (R$ 12,00, 90 gramas) é o único aperitivo vendido ali, mas não há empecilho para que a clientela peça tira-gostos dos restaurantes e bares vizinhos.
Tango. De inspiração portenha, o bar é decorado com quadros e pôsteres de dançarinos do gênero que dá nome à casa. Para alegria dos clientes, as homenagens seguem pelo cardápio de acepipes, capitaneado por apetitosas empanadas. A tango (R$ 10,00) é feita com linguiça toscana, provolone e chimichurri, enquanto a saltenha (R$ 10,00) leva carne moída, cebola, alho-poró, batata, pimentão, ovo e páprica. Na ala dos drinques, o evita mistura espumante, abacaxi, morango, caju, gengibre, Cointreau, vodca, suco de laranja e hortelã (R$ 69,00, a jarra de 750 mililitros). Servido na taça, o mandarim ginger (R$ 26,00) reúne gim, água tônica, tangerina, gengibre e espuma de gengibre. Ainda tem chope Brahma (R$ 7,50 a tulipa) e opções de cervejas especiais que variam a cada semana, com preço na faixa dos R$ 14,00. Outra pedida do forno são as pizzas batizadas com nomes de bairros de Buenos Aires, oferecidas em dois tamanhos: individual e grande. A puerto madero é coberta de mussarela, aliche, tomate pelado, salsinha e queijo parmesão (R$ 37,00 e R$ 59,00).
GÁVEA
Braseiro da Gávea. Concorrido endereço, a casa é pouso certo para os fãs de pratos de carne. Ali, os trabalhos começam invariavelmente pela linguiça toscana com molho à campanha (R$ 4,50 cada uma). A robusta picanha ao braseiro (R$ 115,00, para três) ganhou forte concorrência de cortes angus (R$ 125,00 cada sugestão), entre os quais bife de chorizo e bife ancho. Qualquer das três pedidas é ladeada por arroz de brócolis, farofa de ovo com banana e batata portuguesa. O chope Brahma (R$ 7,50, 300 mililitros) completa o programa, que, nos fins de semana, pode começar na calçada mesmo, na fila de espera. Feito com o nacional Amázzoni, o gim-tônica custa R$ 30,00.
Hipódromo. A varanda serve de camarote para quem quer apreciar o movimento do lado de fora, no Baixo Gávea. Além de tira-gostos tradicionais, como pastéis de queijo e carne (R$ 26,40 a porção com oito) e filé-mignon aperitivo (R$ 82,00), a casa vende muita pizza. Cortadas à francesa ou em fatias, as redondas chegam às mesas com tomate e manjericão, na margherita (R$ 55,50), e calabresa (R$ 50,10). No almoço, a picanha na brasa (R$ 120,00), acompanhada de arroz, fritas, farofa de ovos e molho à campanha, é a pedida preferencial. A qualquer hora, refreque-se com o chope Brahma (R$ 7,00 a tulipa).
Inverso Gávea. No agradável deque ao ar livre, ocupado por mesas rústicas de madeira e ombrelones, não é difícil deixar o tempo passar diante dos cavalos que correm na pista do Jockey, emoldurada pelas sinuosas montanhas no entorno da Lagoa. A paisagem alcança o Corcovado e o Redentor, que lindo (obrigado, Tom Jobim). O ambiente é convidativo para ir a dois, nas noites tranquilas do início da semana, que podem abrigar shows de jazz e blues. Sexta e sábado são dias de agito com DJ. Famílias aparecem nas tardes de sábado e domingo, reforçadas por recreação infantil. Para distrair o paladar, a chef Valentina Zanini prepara ceviche de dourado com chips de batata-doce (R$ 40,00) e panelinha de camarão ao vinho branco com lascas de limão (R$ 70,00), entre outras receitas. Drinques, como o gim-tônica de caju e manjericão (R$ 31,00), dividem as atenções com a carta de cervejas especiais.
IPANEMA
Astor. Inspirado num Rio nostálgico, o bar idealizado por empresários de São Paulo reúne o que as duas cidades têm de melhor: serviço atencioso, mais comum no lado de lá da ponte aérea, e a nossa inigualável vista para a Praia de Ipanema. Caso não haja lugar na concorrida varanda, o salão decorado com esmero é garantia de momentos agradáveis, regados a chope Brahma de colarinho cremoso (R$ 9,10; 240 mililitros), muito bem tirado. Também merecem elogios efusivos as criações do barman Rogério Frajola, que assina drinques como o remolacha marguerita (R$ 32,00), à base de tequila com infusão de beterraba, limão e xarope de hibisco. Na seara dos tira-gostos, a besteira à milanesa, adorável porção de canapés de filé à milanesa com queijo (R$ 44,00), é imperdível. Outro acerto local, o steak tartare (R$ 54,00) é acompanhado de batata soufflée e salada verde com tomate. Um informe: o SubAstor, bar dentro do bar, premiado como o dono da carta de drinques da cidade no especial COMER & BEBER 2016, fechou — o espaço passa a abrigar eventos reservados, mas seus coquetéis continuam sendo servidos no Astor.
Baretto-Londra. A sofisticação deste bar de hotel está nos detalhes. Tome-se, por exemplo, o espaço atrás do balcão. Há por ali uma parede de tijolos aparentes, como outras pela cidade. A diferença está na iluminação das centenas de garrafas em prateleiras que se acendem. Dessa forma, o colorido dos recipientes de gim, vodca, tequila, uísque e outras bebidas fica mais evidente e enfeita o espaço. Confortáveis poltronas acomodam os clientes no salão onde desponta uma bandeira do Reino Unido com as cores da Itália — toque pessoal do dono, o empresário Rogério Fasano, descendente de italianos que morou parte da vida na terra dos Beatles. Para beber, escolha entre o very fasano (R$ 44,00), mistura de cachaça, cranberry, abacaxi e limão-siciliano, e o tamarindo pepper (R$ 54,00), à base de tequila, com xarope de amora, tamarindo, limão e pimenta-calabresa. Preparado com arroz arbóreo, o arancini (R$ 40,00, seis unidades) é um bolinho recheado de tomate, mussarela e manjericão. O delicado carpaccio temperado com pasta de azeitona e pinhole custa R$ 72,00.
Barthodomeu. O casarão em tons laranja sobressai na paisagem da Rua Maria Quitéria. Na convidativa varanda ou no salão interno, a clientela encontra tira-gostos tradicionais, como carne-seca acebolada (R$ 59,00) e aipim frito (R$ 28,00). Os dois pedidos integram o robusto mix batizado com o nome da casa (R$ 74,00), ao lado de farofa, costelinha de porco, linguiça calabresa flambada e dadinhos de tapioca. Outra sugestão, o torresmo de pancetta (R$ 27,00) é acompanhado de goiabada picante. Entre os bebes, o chope Brahma é servido na caldeireta de 350 mililitros (R$ 7,50) e em um copo com o dobro do tamanho (R$ 14,20). A carta de cervejas conta com vinte rótulos, a exemplo da IPA Wäls Session (R$ 29,00, 600 mililitros) e da witbier Hoegarden (R$ 20,00, 330 mililitros). Também têm boa saída as caipirinhas de tangerina com gengibre e de morango com manjericão (R$ 22,00 cada uma).
Canastra Bar. Nas noites de terça, as mais concorridas, ostras fresquinhas chegam de Santa Catarina (R$ 20,00, seis unidades). Esse é um dos atrativos para a turma acima dos 30 anos que abarrota a calçada, jogando conversa fora, trocando olhares e bebericando. O ponto, comandado por três franceses que se conheceram no Rio e foram ficando, fica cheio a semana inteira. O público se afeiçoou ao espaço com jeito de birosca, mesas na calçada e vinhos nacionais em conta. Rótulos da gaúcha Don Guerino vão de R$ 49,00, caso do sauvignon blanc Sinais, a R$ 69,00 (o preço do espumante brût). Também há opções em taça por R$ 12,00. Outra aposta, a sangria pode ser tinta ou branca (R$ 38,00 a jarra). Para a ala dos tira-gostos, um conterrâneo dos sócios, o chef Frédéric Monnier, criou dicas como o polvo desarticulado, marinado com azeite e cebola (R$ 27,00). Porções de pastrami, copa e chorizo (R$ 18,00 cada uma) também estão na lista. O sucesso levou à ampliação do negócio para o imóvel vizinho e à abertura de um charmoso bar subterrâneo, com clima burlesco garantido por sofás e poltronas de veludo e couro, além de objetos de antiquário. Disputado para comemorações em grupo, esse ambiente volta e meia recebe shows intimistas. O agito vai crescer: deve ganhar, até o fim de agosto, sucursal em Botafogo, em um casarão na Rua Álvaro Ramos, com direito a churrasco na laje. A boemia agradece.
Delirium Café. Marca registrada, o elefantinho rosa por toda parte não deixa dúvidas: estamos na filial do bar da cervejaria homônima que é ponto turístico de Bruxelas, a capital belga. Por quatro vezes, o endereço ganhou o título de melhor carta de cervejas da cidade, segundo o especial COMER & BEBER. São cerca de 400 os rótulos disponíveis. No cardápio, as sugestões são acompanhadas de informações sobre cor (de 4, a mais clara, a 80, a mais escura), nível de amargor, corpo e teor alcoólico. Mais leve e refrescante, de produção da própria Delirium, a witbier Blanche des Neiges é servida por R$ 21,90 (330 mililitros). Também vem da Bélgica a potente Cuvée Van de Keizer Blauw (R$ 89,90, 750 mililitros), dark strong ale com 11% de teor alcoólico, produzida pela Carolus apenas no dia 24 de fevereiro, em homenagem ao monarca inglês Carlos V. Chopes importados jorram de dez torneiras. O Delirium Tremens (R$ 24,00, 350 mililitros) faz merecido sucesso. Entre os comes, são boas apostas o dog delirium, cachorro–quente com salsicha frankfurter coberta por mistura de queijos gruyére e de cabra, ladeado por cebolas carameladas (R$ 29,00), e o filé fatiado com shiitake e molho à base de cerveja belga, servido com batatas rústicas (R$ 48,00).
Empório 37. Devido ao horário de funcionamento estendido, de segunda a segunda — um ato de resistência nos dias de hoje —, o tradicional ponto da Zona Sul é muito procurado para a saideira. Na casa, há sempre um DJ tocando e não se cobra entrada. Atento às novas demandas da clientela, o lugar adotou o chope artesanal, pilsen Irada (R$ 10,00 a tulipa), e cervejas puro malte, como Império (R$ 16,00, 600 mililitros) e Heineken (R$ 12,00 a long neck). Na promoção em vigor até as 22h, o gim-tônica sai a R$ 18,00 e a caipirinha, a R$ 12,00. Depois, cobram-se, respectivamente, R$ 25,00 e R$ 20,00. Para matar aquela fome no fim da noite, e dependendo do tamanho dela, escolha entre pastel de camarão com catupiry (R$ 15,00, duas unidades) e a porção de filé-mignon aperitivo (R$ 45,00, para dois) com torradas. Com cerveja na massa, a pizza de massa fina e cobertura de linguiça artesanal (R$ 42,00) também tem seus fãs.
Nosso. Em seus domínios, o mixologista Tai Barbin explora as possibilidades do rum: o destilado é estrela do atraente endereço em Ipanema, vencedor nas categorias drinques e ambiente do COMER & BEBER 2017. Renovada a cada seis meses, a carta repassa a história da aguardente à base de melaço da cana-de-açúcar, em receitas como p.n.g. (abreviação de Papua-Nova Guiné, origem da cana cultivada no Brasil), que combina rum branco, bourbon, camomila, limão-siciliano, aroeira e maracujá, com um toque gaseificado (R$ 29,00). Intenso, o black-strap reúne rum envelhecido, licor Triple Sec, demerara e especiarias (R$ 31,00). As sugestões etílicas são o par perfeito para as criações do chef Bruno Katz. No acolhedor mezanino ou no agradável terraço, que abriga jams de jazz aos domingos, prove dicas surpreendentes como as ostras com sorbet, espuma de limão e pipoca de quinoa (R$ 42,00, meia dúzia) e o bun, pão no vapor recheado de porco, kimchi (conserva coreana) e molho agridoce defumado (R$ 21,00). Para uma experiência exclusiva, aposte no menu degustação com sete etapas (R$ 165,00), servido às terças e quartas, mediante reserva, para apenas quatro pessoas.
Pato com Laranja. Na esquina da rua Visconde de Pirajá com a Aníbal de Mendonça, a chef Andréa Tinoco transformou o ponto do Armazém Devassa, que pilotou por mais de dez anos, na reedição de um de seus primeiros negócios. Em atividade até o ano 2000 no Centro, o antigo restaurante virou um moderno gastrobar sob o comando do filho da chef, Pedro. O bem cuidado ambiente, embalado por trilha sonora pop, contrasta com três TVs ligadas em canais de esportes. Do imponente balcão em L, virado para o salão e para as mesas altas na calçada, saem drinques refrescantes como o verão tropical, reunião de rum infusionado com capim-limão, água de coco e xarope de limão (R$ 25,00). Mais temperado, o bloody duck é uma releitura do bloody mary com gim, suco de tomate, limão-siciliano, pimenta-caiena e espuma de gengibre (R$ 25,00 a R$ 55,00, dependendo da marca da bebida). A receita que batiza a casa aparece em duas versões: uma mais robusta, composta de coxa confit, purê de baroa, farofa de castanhas e molho de vinho tinto com laranja (R$ 59,00), e a outra para beliscar: os crocantes de pato são harumakis em tamanho míni servidos com chutney de laranja (R$ 29,00, quatro unidades).
PlayGrowler. A especialidade do bar são bebidas na pressão que o cliente leva para casa em growlers, nome em inglês para os recipientes apropriados para tal carregamento — o sistema de envasamento garante o frescor do produto por até dez dias. Lá mesmo, são vendidas garrafas de 1 litro em material PET e de vidro, a R$ 4,00 e R$ 17,00, respectivamente. O consumo no local também é bem-vindo. Ao todo são treze torneiras, sendo uma delas do espumante Yoo Wines (R$ 17,50 a taça), nas versões brut ou rosé. Todas as outras são dedicadas a chope. O tipo pilsen da Antuérpia é vendido por R$ 13,90 (o copo de 473 mililitros) e R$ 24,90 (a garrafa de 1 litro). Outras pedidas são a american IPA da Tabla (R$ 21,00 e R$ 36,90) e a viena lager da Motin (R$ 18,10 e R$ 31,70). A seleção de acepipes ganhou recentemente o reforço do sanduíche três porquinhos (R$ 29,90), carne de porco na baguete com geleia de abacaxi e alecrim, mais cebola escabeche e rúcula, e da porção de nachos (R$ 27,50), as típicas tortilhas mexicanas acompanhadas de chili de carne e molho chipotle (R$ 27,50 a porção).
Riba. Depois de ascensão meteórica, a rede se restringe a uma unidade em Ipanema e ao quiosque no Leblon, na altura do número 120 da Avenida Delfim Moreira. O primeiro ponto passou a abrir para o café da manhã e, com produtos orgânicos à mostra em suas geladeiras, assemelha-se a um mercadinho. A costela tem lugar privilegiado no cardápio de acepipes: recheia o bolinho de aipim (R$ 38,00, seis unidades) e o sanduíche, que, além da carne, leva broto de agrião e tomate confitado (R$ 32,00). Qualquer das duas pedidas vai bem com os chopes da casa: pilsen (R$ 11,00) e IPA (R$ 15,00) no copo de 300 mililitros. Outra especialidade local é o fresco gravlax de salmão e pirarucu, acompanhado de blinis de beterraba e limão. Essa é a sugestão para acompanhar o drinque gim A+ (R$ 25,00), feito com o destilado da nacional Amázzoni, água tônica, chá de morango, limão-siciliano e manjericão.
Rota 66. Cenário do clássico filme Easy Rider, a estrada de quase 4 000 quilômetros que corta os Estados Unidos hoje é procurada por grupos de motociclistas com suas Harley Davidson. O universo da Rota 66 inspira a decoração e o cardápio da rede, hoje presente em Ipanema, em Copacabana e na Tijuca — a matriz, na Cobal do Humaitá, baixou as portas. O cardápio de perfil tex–mex traz sugestões típicas, como guacamole (R$ 28,00) e margarita (R$ 20,00 a taça). Na ala dos hambúrgueres, o rock (R$ 34,00) é servido no pão vermelho com blend de picanha e fraldinha, bacon, tomate, picles, queijo e pimenta jalapeño, na companhia de anéis crocantes de cebola. Opção para dividir, o combo tex (R$ 63,00) tem tiras de carne e de frango marinadas, linguiça calabresa acebolada, batata frita com chili e cesta de pães. Grupos também se divertem com frozens gigantes de morango com tequila, servidos em taças de 1 (R$ 70,00) ou 2 litros (R$ 130,00). Em versão aumentada, o chope Brahma abastece a tulipa de 640 mililitros (R$ 14,00).
Teva. Peculiar, a proposta de orientação vegetariana funciona muito bem. O cardápio sugere tira-gostos saborosos preparados sem nenhum tipo de proteína animal. Daí vem o nome que, em hebraico, quer dizer “natureza”. O tamanho diminuto não foi empecilho para o arquiteto Chicô Gouveia criar um ambiente elegante. Um dos inventivos drinques de Felipe Rocha, o gim kakau chá (R$ 30,00) leva gim, licor Frangélico, hibisco, kombucha, espuma de mel de cacau e cumaru. Outra dica, o monterrey (R$ 30,00) é finalizado na mesa, quando os garçons queimam o alecrim que vem na borda da taça. Dentro dela vêm gim Tanqueray, tangerina, limão-siciliano e licor Saint Germain. Duas sugestões para beliscar: carpaccio de cogumelo portobello com molho de mostarda, alcaparras e ervas (R$ 42,00) e o momo (R$ 26,00, porção com quatro unidades), pastel nepalês cozido no vapor e selado na chapa, recheado de cogumelos vegetais, gengibre e soja em vagem com chutney de tomate picante. A carta de vinhos traz apenas rótulos biodinâmicos, orgânicos, naturais e sustentáveis.
JARDIM BOTÂNICO
Bar Rebouças. Renomado pé-sujo, o estabelecimento ocupa um diminuto ponto na rua mais conhecida pelos restaurantes refinados. Mesmo com a chegada dos vizinhos, ele se manteve fiel às origens, para a alegria da clientela. Artistas que moram nas redondezas costumam marcar presença por ali para tomar cerveja geladíssima, entre tira-gostos e pratos tradicionais — a rabada com agrião (R$ 22,00) entra no menu às terças, na hora do almoço. À noite, o bar de balcão apertado espalha mesas pela calçada. José Jorge Souza, o Jorginho, já eleito o melhor garçom da cidade no especial COMER & BEBER, desdobra-se para servir garrafas de Heineken (R$ 14,00), Serramalte, Original (R$ 12,00 cada uma) e Antarctica (R$ 10,00). Para beliscar, a escolha recai quase sempre sobre os bolinhos de camarão com catupiry, bacalhau, queijo ou carne-seca com aipim (R$ 30,00 cada porção com dez unidades).
Casa Camolese. O complexo no Jockey, que tem entre os sócios o empresário Cello Camolese Macedo (criador da cervejaria Devassa e da pizzaria Vezpa) e o artista plástico Vik Muniz, é um acontecimento. Cercado por paredes de vidro e tijolos, o espaço com pé-direito de 8 metros reúne restaurante, bar de coquetelaria, cafeteria, brewpub e palco de shows. No amplo balcão, o bartender Thiago Politi prepara o celacanto provoca maremoto (R$ 29,00), mistura de gim Amázonni, chá de capim-limão e trio de limões. No mezanino (que de segunda a quinta abre às 18h), são produzidas e servidas cervejas da casa — a Zazá é uma refrescante witbier (R$ 12,00, 285 mililitros; R$ 24,00, 630 mililitros). A cozinha passa por mudanças: novo chef, o italiano Samuele Oliva prepara receitas de ar mediterrâneo, como a bruschetta de queijo Anésio com creme de shiitake e presunto cru (R$ 47,00).
Do Horto. Da casa em uma pacata esquina, é possível apreciar o verde do Jardim Botânico, do outro lado da rua. A luz baixa do salão, as velas nas mesas e a delicadeza da decoração garantem a atmosfera romântica, o que já assegurou ao lugar, por duas vezes, o prêmio de melhor endereço da cidade para ir a dois, segundo o especial COMER & BEBER. No cardápio, alternam-se influências nordestinas e orientais. As pizzas de tapioca podem ganhar cobertura de carne-seca, requeijão e cebola (R$ 39,00) ou shiitake com tofu (R$ 42,00). Espécie de pastel assado indiano, a samosa leva recheio de couve com gorgonzola (R$ 43,00, seis unidades). Outra dica é o tartare de salmão com iogurte natural e alho-poró (R$ 42,00). Para beber, há cervejas em garrafa long neck das marcas Cerpa, Bohemia e Stella Artois (R$ 10,00 cada uma), além de sugestões de drinque. Homenagem à diva pop, o madona (R$ 24,00) mistura vodca, sucos de limão e cranberry e Cointreau. De quinta a sábado, entre 21h e 1h, músicos fazem suave trilha sonora ao vivo, com couvert opcional de R$ 10,00.
Joia Carioca. Ponto de encontro de integrantes do bloco Suvaco de Cristo, que no Carnaval se concentra na esquina em frente, o tradicional reduto ganhou um belo banho de loja em 2012 e também renovou o cardápio. Um hambúrguer caprichado é batizado com o nome da casa. São 200 gramas de carne bovina com queijo cheddar, bacon, cebola e molho barbecue (R$ 28,00), na companhia de batata frita. No menu há mais tempo, indefectíveis frango à passarinho (R$ 49,00) e porção de carne de sol com aipim (R$ 59,00) têm clientela cativa. Para beber, vá de chope Brahma (R$ 6,50, 300 mililitros) ou cerveja em garrafa das marcas Heineken, Original ou Serramalte (R$ 12,80 cada uma). Outra pedida requisitada é a pizza com borda recheada de catupiry, em sabores sem firulas, como calabresa com cebola (R$ 12,00 a fatia, R$ 79,00 a família).
La Carioca Cevicheria. A aposta na culinária peruana, aliada ao ambiente elegante, garantiu clientela cativa. Na decoração do pequeno salão, chama atenção a canoa de junco, típica dos povos andinos. Para fazer jus ao nome, são apresentadas doze versões de receitas marinadas, da clássica (R$ 30,00), com peixe branco, cebola-roxa, pimenta, coentro e suco de limão, a ousadias como o ceviche tailandês (R$ 31,00): nessa sugestão, o atum é mergulhado em preparo de limão, pepino, nabo, cebola-roxa, castanha, óleo de gergelim, mel e geleia de pimenta. Uma alternativa ao carro-chefe, o sanduíche butifarra (R$ 25,00), na ciabatta, é recheado de pernil cozido lentamente com especiarias e acompanhado de salsa criolla, uma variação do molho vinagrete. Pela quantidade de jarras nas mesas, nota-se que as sangrias fazem sucesso. A de frutas vermelhas, morango e espumante (R$ 76,00) é uma das apostas. Típica aguardente de uva, o pisco entra na receita de drinques como o mancora (R$ 26,00), que traz ainda Cointreau, carambola e limão-siciliano. A enxuta carta de cervejas exibe dois rótulos próprios, dos tipos pilsen (R$ 15,00, 355 mililitros; R$ 24,00, 600 mililitros) e weiss (R$ 16,00 e R$ 25,00).
Sobe. Instalado num terraço ao lado do parque do Jardim Botânico, o lugar tem visual deslumbrante para palmeiras-imperiais, de um lado, e o Cristo Redentor, do outro. Drinques são o carro-chefe local. Aperol e clericot podem vir em jarras de 1 litro, por R$ 80,00 e R$ 180,00, respectivamente. Para quem aprecia coquetéis à base de uísque, há quatro opções, a exemplo do laranja mecânica (R$ 26,00), que inclui Aperol e soda de cenoura. Aromático, o azedin (R$ 39,00) traz vodca Grey Goose Le Citron, licor de açaí, limão e espuma de tamarindo. O menu de tira-gostos, reformulado, ganhou o reforço de bolinhos de costela (R$ 30,00 a porção com seis). Feito com feijão-manteiga, o caldinho (R$ 17,00) é temperado com bacon, alho torrado e couve picadinha.
Venga! Taberna. Os clientes ocupam a agradável varanda aberta e o salão interno de iluminação aconchegante. Além das tapas espanholas, esta unidade conta com pedidas preparadas na churrasqueira a carvão. Portanto, sugestões como a croqueta de presunto (R$ 32,00, com quatro) ou o polvo cozido com batata e páprica (R$ 46,00) disputam as atenções com os cortes na brasa, lista que inclui atum (R$ 60,00), polvo (R$ 74,00), hambúrguer (R$ 45,00), espeto de cogumelos com alho-poró (R$ 45,00) e, em porção para duas pessoas, o t-bone (R$ 135,00). As sugestões dessa ala são acompanhadas de uma guarnição, que pode trazer, por exemplo, legumes na brasa ou batatas fritas. Espanhola, mesmo, a pilsen Estrella Galicia custa R$ 13,00 (na long neck). Opção refrescante, a água de valencia, à base de espumante, com suco e licor de laranja, é servida em jarras de 500 mililitros (R$ 62,00) e de 1 litro (R$ 86,00).
LAGOA
Bar Lagoa. Exemplar dos mais bem preservados da arquitetura art déco na cidade, o estabelecimento é uma verdadeira pérola com balcão e parte das paredes de mármore de Carrara. O nobre material teria desembarcado num cais que existia próximo ao canal do Jardim de Alah. Depois que eclodiu a II Guerra Mundial, o Bar Berlim precisou mudar de nome para seguir em funcionamento sem correr o risco de ser depredado, assim como ocorreu a outras casas alemãs na cidade. Com profissionais mais jovens assumindo as bandejas, o folclórico mau humor foi abandonado, mas outras tradições permanecem intactas, como o bem tirado chope Brahma (R$ 8,90 a caldeireta), que continua impecável. Em porção aperitivo, o salsichão, vermelho, branco ou misto, pode ser frito ou cozido (R$ 35,00). A salada de batata ou o chucrute são guarnições indispensáveis ao espetacular bife à milanesa (R$ 79,00) e ao kassler defumado (R$ 68,00). Ambas dividem atenções com especialidades de outras nações, a exemplo do lusitano bolinho de bacalhau (R$ 38,00, dez unidades) e do brasileiríssimo filé à oswaldo aranha, preparado como manda o figurino: com batatas portuguesas, farofa e muito alho frito (R$ 87,00).
Palaphita Kitch. Com um pouquinho de sorte, uma capivara, símbolo do quiosque próximo ao Corte do Cantagalo, pode aparecer por ali. Araras e tucanos circulam livremente entre as poltronas e namoradeiras de madeira rústica, à beira do espelho d’água da Lagoa. Terra natal do proprietário e mestre-cuca Mário de Andrade Netto, mais conhecido como Mário Maluco, o Amazonas fornece frutas e outros ingredientes para receitas como o janauari (R$ 55,00), carpaccio de pirarucu defumado sob relish de maçã com tucupi. Feita com cachaça, saquê ou vodca nacionais, a caipikitch (R$ 30,00) mistura hortelã, gengibre e melancia. A casa tem uma animada filial dentro do Jockey, fechada para reforma (com reabertura prevista para agosto), e outra no Galeão.
LARANJEIRAS E COSME VELHO
Assis Garrafaria. Perto da estação de bonde do Corcovado, o ponto atrai turistas, além de moradores da região, com imensa variedade de cervejas artesanais. Em uma das mesas na calçada, sob a marquise, avista-se a placa que revela um detalhe da história do bairro: o prédio que abriga o estabelecimento no térreo foi construído no lugar do solar onde morou um dos maiores escritores de todos os tempos: Machado de Assis. Na carta, escolha entre a witbier Praya (R$ 28,60, 600 mililitros) e a weiss Mistura Clássica Matilda (R$ 29,60, 500 mililitros). Na unidade de Copacabana, inaugurada em 2017, há chope artesanal. Os nomes dos tira-gostos remetem a personagens ou passagens da obra de Machado: chama-se olhos de ressaca a linguiça artesanal acebolada flambada na cachaça (R$ 34,80). Os cortes da raça angus (R$ 42,80, o miolo de paleta, a R$ 98,60, o bife ancho) podem ser acompanhados de batatas assadas (R$ 6,80) ou cogumelos-de-paris assados (R$ 19,80). Sem programação fixa, a música ao vivo varia entre jazz e bossa nova.
Bar do Serafim. Ali em frente, durante o Carnaval, concentra-se o Volta, Alice no dia em que o bloco sobe a rua. No restante do ano, a vizinhança e os trabalhadores das redondezas garantem o faturamento. O acervo etílico fica exposto em vitrines suspensas. Bastante conhecida e aprovada pelos clientes mais assíduos, a batida de maracujá (R$ 11,90) é servida na taça de vinho. Além do coquetel, bebe-se chope Brahma (R$ 6,00, na caldeireta), entre um pedaço e outro da saborosa porção de carne assada acebolada (R$ 49,90). Na seção de bolinhos, escolha entre o tradicional de bacalhau (R$ 4,90, a unidade) e o novato de feijoada (R$ 5,50). No almoço, a rabada com batata e agrião (R$ 69,90) é pedida acertada. Servida de sexta a domingo, a feijoada (R$ 95,00) é suficiente para até quatro pessoas.
Botero. Desde 2012 no Mercadinho São José, e responsável por uma injeção de ânimo no espaço, o reduto boêmio mudou de endereço no fim de 2017, mas não de CEP: está a poucos metros do original. Um casarão de dois andares acomoda os clientes com mais conforto. Na cozinha aparente, as receitas criativas do sócio e chef Bruno Magalhães ganharam reforços — prove o saboroso croquete de joelho de porco (assado por cinco horas) com geleia artesanal de abacaxi (R$ 22,00, seis unidades). Dica apetitosa da seleção de minissanduíches, o sr. barriga é feito com essa parte do porco curada e empanada em farinha panko, coberta por maionese de hoisin e saladinha thai no brioche artesanal (R$ 41,00, seis unidades; R$ 22,00, meia porção). Pelo charmoso balcão no 2º piso passam os drinques do mixólogo Marcos Néia. O frida leva tequila, Cointreau, grenadine (xarope de romã), maracujá e gotas de tabasco (R$ 25,00). Caipirinhas, como a fabi, de abacaxi e xarope de canela, podem ser feitas com a cachaça Claudionor, produzida em Minas pela família do proprietário. Domingo é dia de feijoada (R$ 32,00, individual; R$ 62,00, para dois) e samba. Filhote do negócio, o Botero em Pé é uma sanduicheria na Tijuca.
Pisco Gastrobar. Batizado com o nome da tradicional aguardente andina de uva, o lugar, que resiste dentro do histórico Mercadinho São José, tem decoração despojada e cozinha caprichada. Da lista de tira-gostos, preparados pela chef peruana Claudia Ugás, formada pela renomada escola Le Cordon Bleu, peça tiraditos de salmão com molho de maracujá (R$ 35,00) ou os anticuchos de polvo grelhado e apimentado com batatas coradas (R$ 55,00). Para fazer jus ao nome do estabelecimento, não deixe de provar o pisco sour (R$ R$ 30,00), com limão. Outro drinque, mais raro nestas paragens, o típico alfarrobina reúne, além do pisco, leite e mel de alfarroba (um fruto de polpa doce, eventualmente usado no lugar do cacau).
Tasca do Edgar. Tradicional ponto no começo da Rua Alice, o bar perdeu seu fundador, Edgar da Costa Maia, aos 89 anos, em 2017. Depois do luto inicial, a família decidiu seguir à frente do ponto de decoração espartana e comida bem fornida. Se a ideia for apenas beliscar mesmo e jogar conversa fora, peça o gurjão de peixe sequinho com molho tártaro (R$ 50,00 a porção). Também há bolinhos de bacalhau ou de feijoada, a R$ 25,00 a porção com dez. Um dos carros-chefe é a feijoada de frutos do mar (R$ 75,00, para duas pessoas, e R$ 95,00, para quatro). Acompanha arroz e farofa de dendê. O chope na tulipa pode ser Amstel (R$ 6,00) ou Heineken (R$ 7,00), mas também são servidos cascos gelados de Sol (R$ 10,00), Amstel (R$ 10,50) ou Heineken (R$ 11,50).
Villa 25 Restobar. Dentro do hostel-butique Villa 25, o bar tem cardápio de inspiração andina idealizado pelo peruano Marco Espinoza, do Lima Gastrobar, e executado por seu conterrâneo Ernesto Carillo. Acomode-se no convidativo pátio ao ar livre, no qual a arquitetura contemporânea convive harmoniosamente com o sobrado do século XIX. Para abrir os trabalhos, escolha entre croquetas de frango ao curry com chutney de manga (R$ 23,00, quatro unidades) e ceviche de peixe do dia, leite de tigre, batata-doce e milho tostado (R$ 32,00). Outra ala do cardápio lista chapas para compartilhar. São pedidas como filé-mignon salteado com cogumelos, cebola–roxa, batata, tomate e tempero oriental (R$ 79,00) ou frutos do mar, com polvo, camarão, lula, batata, tomate-cereja, cebola–roxa e alcaparras (R$ 99,00). Do bar com belo balcão de pinho-de-riga partem drinques clássicos, como bloody mary e cosmopolitan (R$ 19,00 cada um), além de criações do chef. Uma das invenções, o el charro (R$ 23,00), reúne tequila, sucos de manga e limão e triple-sec de laranja.
LEBLON
Antuérpia On Tap. Posto avançado da cervejaria mineira Antuérpia, o estabelecimento pequenino trabalha apenas com chope de fabricação própria em suas doze torneiras. Os fregueses se acomodam numa das mesas do salão ou da calçada. Os tipos e preços de chope estão escritos nas paredes laterais: pilsen (R$ 9,90, 350 mililitros), red ale (R$ 11,90, 350 mililitros), Tabla IPA (R$ 16,90, 380 mililitros) e tripel (R$ 17,90, 400 mililitros). Para beliscar, uma aposta sem erro é o queijo camembert no forno, coberto por melado picante (R$ 39,90), mas também encontra boa saída o mix de salsichas alemãs (R$ 19,90 a porção). O sanduíche de pernil com queijo gouda (R$ 27,90) ganha o toque agridoce do molho de abacaxi.
Azur. Impressa no nome e na bem cuidada decoração, com o inconfundível toldo listrado e mobiliário nas cores azul e branca, a inspiração vem da Riviera Francesa — mais precisamente da luxuosa e badalada Côte d’Azur. Na orla do Leblon, o espaço quase na areia do chef Pedro de Artagão (à frente de casas como Irajá e Formidable Bistrot, premiado como o melhor francês neste COMER & BEBER) equilibra na medida certa sofisticação e descontração. A brisa praiana disputa as atenções com a esmerada cozinha: um hit local, a opulenta empada de cavaca (R$ 22,00) não é barata, mas vale o investimento. Peixes fresquíssimos, entregues no dia, são oferecidos na forma de tartare ou crudo, em fatias regadas por molho cítrico (R$ 42,00 cada pedido). Na ala marítima figuram ainda ostras carnudas (R$ 6,00 a unidade). Para apetites maiores, o delicioso estrogonofe de camarão (R$ 160,00) chega em panela de barro escoltado por arroz e batata cozida puxada na manteiga e serve até três pessoas. A cargo da sommelière Julieta Carrizzo, a seleção etílica não fica atrás, com boas opções de vinho e espumante, além de drinques: duas dicas refrescantes são a caipi de carambola, maracujá e alecrim (de R$ 28,00, com cachaça 51, a R$ 36,00, com vodca Cîroc) e o garota do porto, feito com vinho do Porto rosé, tangerina e hortelã (R$ 32,00 a taça e R$ 120,00 a jarra). Um cantinho que certamente não deixa nada a desejar ao balneário europeu.
Bracarense. No rico universo dos botecos cariocas, alguns redutos ganham fama que extrapola as fronteiras da cidade. O ponto no Leblon pertence a essa lista seleta. Hoje, a administração está aos cuidados de Kadu e Carla Tomé, netos do fundador Arnaldo Tomé. A qualidade do chope Brahma, tradicionalmente servido no copo longo de suco (R$ 7,80), contribuiu para o reconhecimento internacional da casa, que já foi assunto no jornal The New York Times. O balcão de vidro exibe ótimos quitutes. O mais procurado ainda é o bolinho de aipim com camarão e catupiry (R$ 5,50 a unidade). Leve e delicioso, o salgado é criação da cozinheira Alaíde Carneiro, talento revelado por lá, hoje sócia do Chico & Alaíde. Também valem a visita a saborosa empada aberta de carne-seca com catupiry (R$ 7,50) e o sanduíche de pernil com queijo e abacaxi (R$ 19,50). A caipivodca de maracujá com lima (R$ 19,90, preparada com Smirnoff, R$ 25,50, com Absolut) atende pelo apelido carinhoso de cremosa. Aviso: só são aceitos cartões de débito.
Brewteco. São 36 torneiras (quinze na matriz, no Leblon, e 21 na Barra) plugadas, em sua maioria, em rótulos fluminenses, vendidos a preços camaradas. Por causa desses atributos, é bom chegar cedo para disputar as poucas mesas no Leblon, mas o papo também rola solto na calçada, cheia de gente de copo americano na mão. Marcas como Three Monkeys, Hocus Pocus, Oceânica e 3 Cariocas são presença certa, além do chope da casa, feito pela Penedon, em versões como a APA Pé Sujo e a IPA Traçado. Os valores variam, em geral, de R$ 9,00 a R$ 15,00 (300 mililitros). Na Zona Oeste, shows de samba e blues são outro atrativo. A animação vai crescer: deve ser aberta até o verão uma filial na Tijuca.
Cafe de la Musique Beach. Palco de festas badaladas na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis, o negócio do empresário Álvaro Garnero se multiplicou por balneários descolados como Trancoso e Angra dos Reis. No Rio, a filial, aberta em parceria com Dionísio Chaves e Nicola Giorgio (donos de casas como Duo e Gusto), ocupa um quiosque no Posto 12. Ao entardecer, nos fins de semana, o lugar ferve ao som de house. Durante a semana, o clima é mais tranquilo para provar pedidas como o tartare de atum e salmão com ovas marinadas em wasabi (R$ 48,00). Outra aposta certeira é o sanduíche de barriga de porco com geleia de pimenta-biquinho e pepino (R$ 34,00). Entre os drinques, a opção mais empolgante da lista é o refrescante brisa do mar (R$ 35,00), um gim-tônica com chá de hortelã e fatia de laranja.
Casa Clipper. Devido à proximidade com a sede do Flamengo, o local se tornou um tradicional reduto de torcedores do time na volta para casa depois de jogo no Maracanã. Ali, as comemorações são embaladas por chope Brahma gelado (R$ 6,50 a tulipa) e caipirinha clássica de limão (R$ 16,00). Nos dias mais sossegados, é possível beliscar com calma pedidas robustas, como o italiano (R$ 75,00), porção de tiras de mignon empanadas, cobertas por queijo e ladeadas por fritas, ou o baiano (R$ 95,00), reunião de camarões ao alho e óleo gratinados com catupiry e nacos de aipim frito. Comandado por portugueses, o lugar serve um primoroso bolinho de bacalhau (R$ 8,00 a unidade; R$ 50,00 a porção com vinte, em tamanho menor). Nas poucas mesas diante do balcão, a feijoada completa (R$ 58,00) entra em cena na sexta e no sábado. Na filial da Ilha do Governador, aberta em 2008, o cardápio pode ter variações de preço e o chope ganha a companhia de cervejas artesanais.
Chico e Alaíde. A dupla que batiza a casa fez fama no Bracarense: Francisco Chagas, o Chico, era garçom e um mestre na arte de tirar o chope; e Alaíde Carneiro, cozinheira de mão-cheia. Já se vai uma década desde que os dois partiram para empreitada própria no bairro onde se consagraram. Reza a lenda que as receitas para os petiscos mais famosos surgem na cabeça da cozinheira durante seus sonhos. Depois de anotar as dicas, ela parte para a cozinha e as transforma em maravilhas, como os bolinhos de massa leve de aipim recheada de camarão e catupiry (R$ 7,00) e o baião de dois (R$ 7,50), em adaptação da típica receita nordestina. Dica: peça que preparem o salgado na hora. Para beber, vá de chope Brahma (R$ 6,50 a tulipa; R$ 9,80 a caldeireta). De uns tempos para cá, a casa tem enxugado o cardápio para se adaptar à atual conjuntura.
Desacato. A empreitada resiste com sua espaçosa varanda na galeria que, no auge, concentrava bares concorridos. Na carta de vinhos, idealizada pelo experiente sommelier Celio Alzer, têm boa saída o branco italiano Pieno Sud (R$ 70,00) e o carmenère chileno Portal del Alto (R$ 80,00). Há pedidas como o sul-africano Niel Joubert (R$ 82,00), um sauvignon blanc aromático que pode fazer bela companhia para as pizzas de massa fina. O sabor que leva o nome da casa tem mussarela, cebola, champignon, ovo cozido e linguiça defumada (R$ 55,00). Aos domingos, a partir de 18h, comem-se duas pelo preço de uma. Também de produção própria, as minicoxinhas com catupiry ganham porção extra do queijo cremoso (R$ 28,00, oito unidades). O chope Brahma pode ser pedido na caneca zero grau (R$ 8,20), na caldeireta (R$ 7,20) e na tulipa (R$ 6,80). Outra opção são os cascos de Original, Bohemia e Serramalte (R$ 13,00 cada um). Sem cobrança de couvert artístico, a programação musical traz jazz, às terças, voz e violão, às quintas, e DJ, às sextas.
Diagonal. Com o Real Astória, que já não existe mais, e a Pizzaria Guanabara, na esquina em frente, formava-se a trinca de bares que marcaram época no Baixo Leblon. As mesas próximas à varanda são concorridas pois servem de camarote para quem quer acompanhar o vaivém entre uma rodada e outra de chope Brahma (R$ 7,90 a tulipa). Também têm boa saída as caipivodcas de limão, lima, tangerina, abacaxi, morango, maracujá ou kiwi (R$ 23,00 cada pedido). Na cozinha, são fritos na hora pastéis de carne, queijo (R$ 20,00), carne-seca com catupiry (R$ 27,00) ou camarão (R$ 27,00), servidos em porções de quatro unidades. Mais prestigiadas no cardápio, as pizzas guardam um segredo em sua receita: no lugar de água, a massa leva leite. A diagonal, de mussarela, mussarela de búfala, rúcula, tomate seco e palmito, pode chegar nos tamanhos brotinho (R$ 42,00) ou grande (R$ 69,00). Suntuoso, o corte de picanha (R$ 145,00), com cerca de 1 quilo, é servido na chapa, fatiado, com três acompanhamentos — as sugestões são fritas, farofa brasileira e arroz maluco.
Garoa Bar Lounge. As garrafas de diversos formatos e origens que ocupam bom espaço nas prateleiras, além das duas dezenas de marcas presentes na composição dos coquetéis, não deixam dúvida: trata-se de um bar de gim. O destilado à base de cereais com zimbro é a grande estrela do movimentado e bem decorado lounge no final do Leblon, filial de um badalado pub em Santiago de Compostela, na Espanha. Desde a abertura, em dezembro de 2016, a casa se firmou como porto seguro para os fãs da boa coquetelaria. Essa vocação se renova com a carta mais recente, criada a oito mãos pela equipe comandada por Igor Renovato (eleito o bartender do ano nesta edição). Hits da temporada anterior permanecem na lista: com mais de 4 000 unidades vendidas desde a inauguração, o gitano (R$ 33,00), com caju, açafrão, xarope de gengibre e alecrim, lidera a ala de gins-tônicas. Reforço na área, o guapísima (R$ 32,00) leva gim Amázzoni, soda de grapefruit, tônica e cardamomo. Outros protagonistas etílicos ganham vez em releituras como o piña garoa (R$ 28,00), para paladares mais doces. À base de rum, licor de abacaxi artesanal, leite de coco e bitter de laranja, o drinque é servido com um canudo comestível de gelatina, uma forte tendência. Fora da carta, clássicos como boulevardier e ny sour são preparados a pedidos. Fique de olho: receitas sazonais costumam surpreender. A enxuta lista de comes inclui, entre outras dicas, a tábua de queijos, embutidos espanhóis e terrine (R$ 75,00).
Herr Pfeffer. Na tradução do alemão para o português, o nome da casa na Conde de Bernadotte quer dizer “Senhor Pimenta”. Assim era conhecido Holf Pfeffer, fundador da Adega do Pimenta, em Santa Teresa — comprada por seu freguês e amigo William Guedes, a casa deu frutos, como este, no Leblon, que também tem como sócio Fábio Santos. A aposta nas especialidades alemãs se repete, reforçada por esmerada carta com quase 200 rótulos de cerveja, além de oito torneiras. Na ala dos chopes, duas sugestões frequentes são o da casa (R$ 18,50, 500 mililitros), um pilsen, e a versão de trigo da Paulaner (R$ 16,00, 300 mililitros). Para beliscar, sem sair do clima, decida entre o ótimo currywurst (R$ 29,90), um salsichão coberto por catchup temperado com páprica e curry, e a linguiça da diretoria (R$ 32,00), processada com pimenta-verde.
Jobi. Mais concorrido endereço para saideiras no Leblon, o boteco preserva tradições, como as mesas forradas com toalhas de estampa xadrez e um enorme painel de Nilton Bravo, pintor que ganhou o apelido de “Michelangelo dos botequins”. Nos fins de semana, não raramente a bebedeira se prolonga até o amanhecer, com a clientela se espalhando também pela calçada. Para evitar acidentes com os copos de vidro, o chope Brahma, do lado de fora, é servido em copos plásticos de 400 mililitros (R$ 12,00) e 500 mililitros (R$ 15,00). Quem consegue lugar para se sentar no salão ou na varanda, espaços concorridíssimos, pode pedir a bebida bem tirada e cremosa na caldeireta (R$ 9,00). Na lista de caprichados tira-gostos, escolha sem medo de ser feliz uma das empadas, nos sabores de frango, camarão e palmito (R$ 7,00 cada uma), ou o bolinho de bacalhau (R$ 7,00). Preparadas com cebola, pimentões e salsinha, as sardinhas portuguesas grelhadas (R$ 30,00, duas unidades) são de comer de joelho. Servida somente às sextas, a dobradinha com feijão-branco (R$ 43,00, para uma pessoa) também tem seu séquito de fãs.
Mixxing. Surgido como uma escola de coquetelaria em Laranjeiras, o balcão quase secreto comandado por Lelo Forti e Alex Miranda já passou por Rio Comprido e Botafogo. No atual endereço, manteve o ar de speakeasy (bar clandestino da época da Lei Seca americana): nos fundos do restaurante italiano Gusto, sob iluminação baixa e em clima intimista, a dupla prepara receitas próprias, resgata clássicos esquecidos e improvisa ao gosto do freguês, em um show à parte. Da ala autoral, o di angelo, mistura de gim, limão-siciliano, soda de capim-santo e gengibre (R$ 32,00), é o carro-chefe. Entre um gole e outro, belisque arancini de cogumelos com creme de trufas e fondue de grana padano (R$ 34,00, quatro unidades).
Noi. Em busca de novos desafios, o descendente de imigrantes italianos Osmar Buzin deixou a pacata vida de agricultor em Sarandi, no Rio Grande do Sul, para trabalhar como garçom numa rede de churrascarias em Minas Gerais. Transferido para o Rio, estabeleceu-se em Niterói, onde passou de funcionário a dono do próprio restaurante, o Buzin, que deu origem a uma bem-sucedida rede. Hoje, fazem parte de seus negócios a cervejaria Noi e seu posto avançado no Leblon, ponto que ostenta dez torneiras. É possível degustar todas as sete variedades de produção própria em uma fileira de copinhos de 90 mililitros (R$ 31,90). Medalha de prata na edição 2017 da South Beer Cup, a Amara (R$ 21,90, 330 mililitros) é uma encorpada imperial IPA. A Avena (R$ 14,90, 330 mililitros) é uma belgian pale ale que, além de malte e lúpulo, leva flocos de aveia em sua composição. Quem não quer fugir do básico deve optar pela Bionda (R$ 8,60, 330 mililitros). Usado nas bebidas, o malte também é ingrediente da massa do pastel, com recheios de carne, queijo (R$ 31,00), costela ou camarão (R$ 46,90), servido em porções de oito unidades. No almoço ou no jantar, há boa variedade de massas artesanais de fabricação própria.
Pabu Izakaya. Revelação do último COMER & BEBER, o botequim japonês surpreende com receitas distantes do lugar-comum. O balcão em U é o melhor local para provar iguarias como o karaage, frango crocante com deliciosa maionese caseira e molho de shoyu e cerveja (R$ 27,00). Olho-de-cão, prejereba, robalo, cioba e outros peixes podem entrar no sashimi do chef (R$ 72,00), reunião de quinze cortes de cinco variedades do dia. A carta de saquês, com dezoito opções, ganhou a companhia de drinques, como o ume james, de uísque, umeshu (licor de ameixa), mel, bitters e gengibre (R$ 28,00), e da cerveja da casa, uma brown ale com gengibre, raiz-forte e limão-siciliano (R$ 32,00, 600 mililitros). Fique de olho: os sócios devem abrir em agosto um segundo negócio do gênero, o Ko Ba, em Ipanema.
Sabor D.O.C. Instalado no ponto onde funcionou o saudoso Tio Sam, o pequenino bar é comandado por um grande especialista em carne: Marcelo Malta fornece cortes especiais aos mais prestigiados restaurantes da cidade. Os produtos expostos nas geladeiras podem ser levados para casa ou preparados lá mesmo. A fraldinha, por exemplo, rende um prato para até três pessoas (R$ 120,00). Da parte dianteira do boi, a costela (R$ 180,00, para quatro) resulta ainda mais macia e suculenta. Se a ideia for apenas beliscar, aposte nos bolinhos de costela (R$ 21,00, três unidades) e complete a visita pedindo chope Praya (R$ 13,00) ou a Country Grill (R$ 28,00, 500 mililitros), cerveja da BrewHood, de Itaipava.
Stuzzi. O sucesso das tapas espanholas no início desta década encorajou a chef Paula Prandini a abrir um bar dedicado a pequenas porções, mas com influência italiana. Deu certo e a casa conta hoje com dois endereços: um no Leblon e o outro, inaugurado no ano passado, em Copacabana. Nos dois pontos o balcão tem lugar de destaque no salão. Na filial, o revestimento vermelho do mobiliário contrasta com o painel de garrafas verdes. O menu nas duas unidades é o mesmo, com pequena variação de preços. Aqui listamos os valores da matriz, onde a focaccia com burrata, salada de rúcula e tomate confitado sai a R$ 56,00, e o tartare de salmão, a R$ 42,00. O filé-mignon aperitivo à milanesa (R$ 44,00) é outra pedida acertada. Da seleção de drinques com gim, prove o maracujá tônica (R$ 33,00), complementado por pimenta-rosa, baunilha, limão-siciliano e tomilho. Entre os clássicos, peça o aperol spritz (R$ 30,00).
Tropeço. Dos mesmos donos do Degrau, um dos mais tradicionais restaurantes do Leblon, que fica coladinho, o bar tem forte conexão com o irmão mais velho. De lá vêm os famosos pastéis de queijo com cebola (R$ 5,20 a unidade; R$ 28,00 a porção com seis) e camarão com catupiry (R$ 6,80 e R$ 36,00, respectivamente). Por esses mesmos valores, o salgado também pode ganhar recheio de filé–mignon com cheddar. Apetitoso, o camarão boêmio (R$ 69,80 a porção) traz o crustáceo empanado em massa de tempurá com cerveja, ladeado por molho tártaro. Qualquer que seja a escolha, em geral o petisco é acompanhado de chope Brahma (R$ 6,90 a tulipa) ou garrafas long neck das marcas Stella Artois (R$ 9,50) e Budweiser (R$ 8,50). Nas paredes há curiosas fotos que mostram pessoas em situações que remetem a mancadas, topadas e afins, fazendo piada com o nome do negócio — por sua vez, inspirado no degrau do vizinho, que, logo na entrada, tantos sustos já deu na clientela.
Veloso. A esquina onde fica o endereço é concorrido point de azaração. Repaginada há cerca de dois anos, a casa ganhou tratamento acústico, novos banheiros e grafites nas paredes. Entre os reforços do cardápio, há pizzas, hambúrgueres e espetadas, como a de filé, acompanhada de farofa e molho à campanha (R$ 47,00). Os crostini, espécie de bruscheta, nos sabores parmesão e ragu de linguiça (R$ 27,00, seis fatias), também são boa pedida para acompanhar o chope Brahma (R$ 6,80 a tulipa) ou a cerveja Original (R$ 12,00, 600 mililitros). Servido em jarra de 1,5 litro, o clericot de espumante (R$ 89,00) reúne Cointreau, lima-da-pérsia, maçã verde e pêssego. Pelo ponto um tanto quanto estratégico, o lugar é procurado pela turma da praia, durante o dia, e ganha contornos de baixo noite adentro.
Venga!. A rede surgiu no diminuto ponto da Rua Dias Ferreira, apostando na combinação de tapas espanholas e sangrias. Caiu no gosto do público e logo a fórmula foi copiada. A qualidade dos preparos, no entanto, ainda distingue a casa, que também prima pela decoração, condizente com a proposta gastronômica. Em relação à unidade da Avenida Atlântica, mais ampla, o cardápio apresenta algumas variações na parte dos comes. Entre os bebes, é certo encontrar em qualquer uma delas coquetéis como o el raval (R$ 27,00), à base de cachaça, com infusão de mel e gengibre, limão–taiti, vinagre, Jerez e tomilho, e a sangria de fresas (R$ 99,00 a jarra de 1 litro), feita com espumante, refrigerante de limão, conhaque e frutas. Na matriz, o salteado de setas, mix de cogumelos coroados com ovo de gema mole, sai a R$ 32,00, e o carpaccio de polvo, a R$ 37,00. Anéis de lula com aïoli de limão (R$ 34,00) também valem a visita.
LEME
Mundeco. Aberta em maio de 2017 no lugar do Epifania Oriental, no Leme, a casa mudou-se, três meses depois, para alguns metros adiante: passou a ocupar o ponto — mais espaçoso — do ex-vizinho Mani BCA, também da sócia e chef Juliana Reis. Na fusão, o estabelecimento ganhou mesas na calçada, local para shows e festas no subsolo, além de sugestões herdadas do antigo negócio. É o caso das pizzas de massa fina, como a receita feita de peperone, catupiry, bacon e cogumelo-de-paris (R$ 40,00, 30 centímetros). Um bom começo pode incluir o guacamole com chips de banana, batata-doce e batata–baroa (R$ 20,00). Outra dica é o dadinho de tapioca com geleia de abacaxi e pimenta (R$ 25,00 a porção). Opção mais robusta, o burguer do sarda (R$ 25,00), no pão artesanal, reúne 160 gramas de carne bovina, queijo mussarela, cebola caramelada, bacon, maionese especial caseira e rúcula. Refrescante, o gim do thiago, infusionado em cardamomo, com suco de grapefruit, xarope de gengibre, tônica e alecrim (R$ 28,00), é acertada pedida.
Salutem. Um mesão comunitário ocupa todo o acanhado espaço do salão deste simpático ponto, que é um misto de loja de cervejas e bar. Ao todo, a carta conta com 150 cervejas, na sua grande maioria nacionais. Com adição de noz-pecã, a gaúcha Tupiniquim Pecan (R$ 30,00, 310 mililitros) é uma potente imperial stout com 12% de teor alcoólico. Produzida pela mineira Antuérpia, a Vert Mont (R$ 34,00) é uma new england double IPA que surpreende pela aparência turva. Enxuto, o cardápio fica exposto no quadro-negro. São boa pedida a tábua com quatro queijos artesanais e geleia de pimenta (R$ 38,00) e o mix de minissalsichas com mostardas clara e escura (R$ 23,00).
URCA
Bar Urca. Da famosa mureta, a vista da Baía de Guanabara e do Cristo é imbatível, tanto que o lugar conquistou o título na categoria Melhor Visual do Rio em edições do especial COMER & BEBER por sete anos e se consagrou como concorrido ponto turístico. Enquanto apreciam a paisagem e jogam conversa fora, clientes apoiam suas geladas e seus copos no “balcão” à beira-mar, a amurada em frente ao bar, propriamente dito. É preciso atravessar a rua para buscar geladíssimas Serramalte, Brahma Extra e Original (R$ 13,00 cada uma), escolhas que fazem deliciosa dobradinha com crocantes pastéis de queijo, carne, siri ou camarão (R$ 5,00 a unidade). Com massa leve, as empadas podem ser recheadas de carne-seca, queijo, frango, camarão ou palmito (R$ 6,50 cada uma). Em dias frios, prove o bem temperado e delicioso caldinho de frutos do mar (R$ 22,00). No 2º andar da casa, um salão oferece serviço à la carte, com foco em preparos generosos de frutos do mar.