Bagatelle. Desde janeiro na filial carioca da marca nova-iorquina, o chef Ignácio Peixoto (ex–Irajá) segue diretrizes da matriz, mas implementou sua marca em receitas de acento francês. No ambiente requintado da tribuna social do Jockey, com sofás de couro e lustres de estilo provençal, não há lugar para sisudez. Jovens garçons que se esmeram no serviço de domingo a terça tornam-se animados partners dos clientes de quinta a sábado, quando entram em cena festas com DJ. Nesse clima, os comensais degustam pizzas trufadas de toque defumado (R$ 43,00), preparo clássico da rede que ganhou em sabor com a massa de longa fermentação do carioca Peixoto. Dias mais frios pedem o creme de ostras com croûtons e caviar mujol (R$ 48,00). Na sequência, o polvo grelhado com jamón serrano, batata-doce crocante e tomate assado (R$ 82,00) é uma das melhores dicas com frutos do mar. Se a ideia for compartilhar, vá de peito bovino braseado com aspargos grelhados, cogumelo-de-paris e purê de batata em estilo Joël Robuchon (R$ 145,00, para dois). Na sobremesa, nem pense em dispensar o pain perdu de brioche (R$ 26,00), rabanada à francesa com Nutella, frutas vermelhas e creme inglês.
Chez l’Ami Martin. O último ano foi intenso para a grife: o chef Pascal Jolly deixou o bistrô em maio. Quem pilota as panelas agora é outro francês, Pierre Landry, com passagens por casas como Laguiole, além dos extintos Le Saint Honoré e Blason. Uma versão brasserie e um café foram inaugurados recentemente no Botafogo Praia Shopping. Na filial são servidos bufê livre (R$ 42,00 de segunda a sexta; R$ 46,00 no fim de semana), almoço executivo e, no jantar, opções à la carte. Enquanto não lança seu cardápio autoral, o bretão Landry optou por criar degustações em São Conrado: um menu executivo com quatro opções de entrada e seis de pratos (R$ 49,00, duas etapas) e uma fórmula de jantar disponível diariamente, com seis alternativas de entrada e dez principais (a R$ 69,00, com dois cursos). São boas escolhas a terrine de beterraba, seguida por risoto de camarão flambado (que custa R$ 95,00 pedido à la carte) e pain perdu, a típica rabanada francesa, de sobremesa.
Formidable Bistrot. O chef Pedro de Artagão coleciona acertos como o Azur, eleito o melhor quiosque nesta edição do COMER & BEBER, e o Irajá, seu primeiro (e mais autoral) restaurante. Entre um e outro, investiu na culinária francesa, com a casa de esquina no Leblon, criando a mais perfeita tradução carioca para a atmosfera envolvente de um típico bistrô parisiense. Na cozinha, um toque original: há espaço para influências contemporâneas. As sugestões são listadas no quadro-negro, comme il faut. Depois do primeiro prêmio, em 2016, o local passou por ajustes bem-vindos. A fórmula fechada de couvert, entrada, prato e sobremesa foi trocada pelo sistema à la carte e os preços caíram. O nhoque de aipim ao molho roquefort, por exemplo, foi de R$ 84,00, no esquema antigo, para R$ 58,00. A mudança trouxe novas receitas. Dessa leva, prove o peixe à belle meunière (R$ 68,00), filé de cherne com delicioso molho de manteiga, cogumelo e alcaparras, além de brócolis ao alho. O maître sugere acompanhar de batata gratinada o clássico filet au poivre (R$ 72,00), mas os clientes podem trocar as guarnições sem que ninguém torça o nariz — afinal não estamos na França. Na sobremesa, são imbatíveis os profiteroles recheados de sorvete, cobertos por calda de chocolate (R$ 36,00). Durante a semana, no almoço, o menu executivo inclui couvert, prato e sobremesa por R$ 60,00. É o mesmo preço cobrado pelo petit déjeuner (o nosso café da manhã), oferecido todos os dias até as 18 horas.
Laguiole LAB. Em 2013, quando foi eleito chef revelação no especial COMER & BEBER, Ricardo Lapeyre estava à frente do contemporâneo Laguiole, seu primeiro posto como chef de cozinha. Depois, alçou voo-solo e comandou duas casas com seu nome, até voltar ao lugar que o consagrou. Os dois, Lapeyre e o restaurante do MAM, mudaram. Na proposta atual, o valor de R$ 150,00 permite saborear todo o cardápio, água e café incluídos. Em um lado do menu, sugestões diárias compõem uma degustação de sotaque francês. Ali o cozinheiro dá asas à criatividade, materializada em receitas como a inesquecível galinha-d’angola recheada de acelga, presunto cru, trufas e cogumelos. No outro, ficam clássicos que não saem de cartaz, como o arroz de bacalhau. O comensal pode optar pela sequência proposta pelo chef, criar a sua e até solicitar “provinhas”.
L’Atelier Mimolette. Versão refinada da Brasserie Mimolette, no Shopping Leblon, a casa é a quinta empreitada do Grupo 14zero3, do qual também fazem parte a Pici Trattoria, o Luce e o grego Oia. No ponto onde funcionou uma unidade da rede Alessandro e Frederico, na esquina das ruas Barão da Torre e Redentor, a varanda ganhou decoração romântica, com o teto forrado de flores brancas. O menu, concebido pelo chef Elia Schramm, bebe na tradicional culinária francesa, revisitada por adaptações. Deliciosa, a salada de lagosta (R$ 69,00) chega sob palmito fresco e caviar mujol. Outro início certeiro, o gougère, típico pão de queijo de massa aerada, ladeado por creme trufado, sai a R$ 19,00 (três unidades). Depois, decida entre risoto de abóbora com queijo brie, manteiga de sálvia e amêndoas tostadas (R$ 49,00) e coxa de pato confit com guarnição grand mère (de batata, cebola, cogumelo e bacon), além de molho poivre (R$ 82,00). Profiteroles de massa crocante recheados de sorvete de creme, sob calda quente de Nutella (R$ 32,00), encerram o percurso.
La Villa. Empreitada do sommelier francês Marc Avit e de seu conterrâneo Gregoire Forta, o bistrô ocupa um casarão centenário de pé-direito alto. Durante a semana, até as 16h, pratos executivos (R$ 29,90 cada um) podem ser acompanhados de entrada ou sobremesa (o preço passa para R$ 39,90 e, com as três etapas, para R$ 49,90). Mais elaborado, o menu bistrô (R$ 74,00, três cursos) é servido de terça a sábado, no almoço e no jantar. Um bom percurso inclui patê de campanha com pão feito na casa, o clássico boeuf bourguignon de paleta bovina marinada no vinho tinto com cebola, cenoura, batata e cogumelos e, de sobremesa, petit gâteau de mel e especiarias com bananas carameladas e sorvete de baunilha. Opção mais recente, um cardápio franco-brasileiro oferece aos domingos carnes, peixes e frutos do mar grelhados na brasa (R$ 79,00 cada prato). Pedidas como filé de costela bovina, turnedô com azeite trufado e polvo ao azeite de gergelim e ervas chegam à mesa com pão de alho, molho vierge (de azeite, limão e alcaparras), patê, farofa da casa, ratatouille e batata sautée. As guarnições são repostas à vontade.
Le Bistrot du Cuisinier. Dono de um bistrô no Centro que só funciona no almoço, o chef David Jobert dá expediente à noite na casa em Ipanema, vencedora do especial COMER & BEBER no ano passado. Trilha sonora da terra da chanson, salão aconchegante e a presença do chef, finalizando pratos ou circulando entre as mesas, fazem parte do cenário. Fórmulas de degustação dominam o menu: pagam-se R$ 75,00 por prato principal; R$ 99,00, incluídas entrada ou sobremesa; e R$ 140,00 pelo percurso completo. Entre as receitas mais recentes, a musse de namorado com base de massa choux e molho de camarão e estragão é sugestão de entrada. Escolha principal, o arroz negro com camarões e chorizo divide as preferências com o coelho recheado, de receita secreta. A doçura da baba ao rum pode finalizar o percurso. Entre as poucas opções à la carte estão a coxa de pato confit com musseline de batata-baroa, molho de vinho tinto e pera e o steak tartare guarnecido de batatas caseiras (R$ 65,00 cada pedido). Dica bissexta, o escargot com manteiga de alho e salsa (R$ 39,00, seis unidades) é um dos clássicos do chef.
Le Blond. Apresentador de TV e chef respeitado, Claude Troisgros dirige um grupo que soma sete casas. Aberta em abril de 2018, a mais nova chega pouco depois do Chez Claude, que é do fim de 2017. O teto, de onde pendem utensílios de cozinha, os espelhos, que homenageiam cozinheiros famosos, e um bar sobressaem no ambiente. Sem cozinha aparente, o mestre-cuca investe no conceito de brasserie, despojado, com entradas e pratos do dia (de terça a sexta, R$ 58,00 pelas duas etapas). No sistema à la carte, os valores sobem. O poke de salmão com melancia (R$ 36,00), sem arroz, traz peixe e fruta em cubos pequenos, mergulhados no saboroso caldo à base de missô e ladeados por torradas. Outra dica, o ovo poché paul bocuse é valorizado por molhos de carne e béarnaise, aspargos e presunto cru crocante (R$ 32,00). Adiante, a moqueca de peixe (R$ 62,00) não tem nada de francesa: benfeita, lembra o prato à moda capixaba (sem dendê), com toques próprios, a exemplo da castanha–de-caju. Para encerrar, prove o petit gâteau de doce de leite (R$ 28,00) com requeijão e queijo da Serra da Canastra.
L’Etoile. No topo do hotel Sheraton, o belíssimo restaurante, com vista para as praias do Leblon e de Ipanema, parece ainda fora do radar dos cariocas. Não deveria. Após início irregular, a casa aprumou-se com a chegada de Félix Sanchez. O chef chileno executa com mestria o menu do francês radicado no Uruguai Jean-Paul Bondoux, que é renovado a cada seis meses. Pedidas como o pato confit com musseline de cenoura e coco (R$ 120,00) serão trocadas no início de setembro. A nova leva inclui o prime rib (R$ 240,00, para dois), servido no carrinho com cinco guarnições do dia — farofa e musseline de raízes são atrações fixas. Outra novidade, a degustação de ostras (R$ 60,00), às quartas e sextas, trará o molusco em seis versões. Para a sobremesa, Sanchez promete um shakespeariano sorvete de queijo e texturas de goiaba (R$ 35,00). Dica para aquele dia especial: um passeio por preparos locais é proporcionado pelo menu degustação (R$ 330,00, sete etapas; R$ 205,00, quatro etapas).
Le Vin Bistrô. Com dois restaurantes na cidade, a marca paulistana também mantém quiosques no VillageMall, no BarraShopping e no Fórum de Ipanema. Os pontos cariocas são chefiados por Fred Barroso, filho dos fundadores Francisco Barroso e Nancy Mattos. Entre as entradas para compartilhar, o steak tartare (R$ 68,20) chega à mesa com gorduchas batatas fritas, assim como o tradicional moules et frites (R$ 68,20), prato de mexilhões servidos na concha. Dias mais frios pedem a sopa de cebola gratinada com queijo gruyère (R$ 42,00), clássico francês que nunca sai de moda. Outra delícia, o cassoulet (R$ 63,80) exibe feijão-branco com carnes de pato e porco, em porção generosa. Na ala das sobremesas, o pudim de leite com calda de caramelo (R$ 19,80) tem textura tão sedosa que impressiona. Acompanhe o percurso com um dos 200 rótulos da carta de vinhos, que carece de mais opções em taça.