Existem diversas lendas sobre a origem do saquê. A única certeza é de que começou no Japão e foi descoberto por acaso. Há cerca de 2000 anos, um camponês teria deixado um tonel de arroz destampado, estragando o alimento. Para evitar o desperdício e como punição pelo ocorrido, o fazendeiro informou ao seu funcionário de que aquele arroz seria o seu pagamento do mês. Sem alternativa, o camponês levou o mingau para casa e, depois de algumas colheradas, percebeu que estava ficando alegre.
Com o tempo, os produtores foram aprimorando o processo de fabricação da bebida e o saquê, como conhecemos hoje, tem cerca de 70 anos. Com ajuda do especialista em saquê Eduardo Preciado, do restaurante Minimok, listamos abaixo diversas curiosidades sobre a bebida japonesa.
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1. O Saquê é uma bebida feita a partir da fermentação do arroz
2. Antigamente o arroz era mastigado para que fosse fermentado com saliva e depois cuspido em tachos onde continuavam a produção;
3. Em muitos lugares do Japão, os camponeses colocavam apenas mulheres virgens para fazer esta mastigação, pois acreditava-se que isso deixava a bebida mais pura;
4. Durante a II Guerra Mundial, as plantações de arroz foram devastadas e o governo determinou que se colocasse álcool para diluir o saquê e render mais, além de baixar o preço. Quando o governo permitiu parar com isso, nenhum produtor queria voltar à antiga produção;
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5. Nos anos 70, foi descoberto que um pouco de álcool em alguns tipos de saquêss ajudava na fermentação e ressaltava determinados sabores;
6. Mas até hoje em dia alguns saquês recebem álcool para que a bebida renda mais e o custo de produção seja mais baixo.
7. Os principais fatores para determinar a qualidade do saquê são: qualidade do arroz, polimento do arroz, participação do mestre de produção (toji) no processo;
8. Existem mais ou menos 130 tipos de arroz para saquê no Japão. Muitos são feitos de mistura de mais de um tipo;
9. Yamadanishiki é considerado por muitos o melhor tipo de arroz para saquê no mundo;
10. No Japão, existem dois tipos de competição de saquê, uma só com arroz Yamadanishiki e outra com outros tipos;
11. Muitas vezes o arroz recebe um polimento para que retire a gordura e sobre apenas a parte mais importante, o amido que fica no interior do grão;
12. Saquês super premium aproveitam 60% ou menos do grão de arroz;
13. Existem saquês feitos com apenas 23% do grão de arroz;
14. É a bebida fermentada mais alcóolica que existe, por isso costuma receber água em sua preparação;
15. No Brasil são produzidos cerca de cinco tipos de saquês diferentes
16. No Japão hoje existem aproximadamente 1400 fábricas de saquês (Kura).
17. A produção de saquê no país tem diminuído a cada ano porque os japoneses estão preferindo outras bebidas mais ocidentais, como cerveja e uísque;
18. Em compensação, o número de exportação do saquê cresce a cada ano. Mas apenas 3% da produção da bebida são vendidos para outros países;
19. O quadrado de cerâmica usado para tomar saquê no Brasil não é um copo. Na verdade, o massu era usado pelos japoneses como uma medida para a quantidade de bebida a ser vendida pelos fazendeiros ou em pagamento de impostos;
20. Os japoneses usam pequenos copos de vidro ou de cerâmica chamados choko;
21. O japonês trata o saquê de forma mais simples, menos preocupado com taças e harmonização. O ideal é degustar como cada um achar melhor;
22. O saquê no Japão nunca é serviço para si mesmo, sempre servido ao próximo;
23. Saquês podem ser tomados a qualquer temperatura. Mas os mais elaborados podem perder alguns elementos ao ser esquentados por serem muito suaves. Já os produtos mais alcoólicos e super secos podem responder bem ao aquecimento.