Samba do magnífico compositor Geraldo Pereira (1918-1955), o Escurinho traz um personagem encrenqueiro que, entre outros malfeitos, “foi no Morro do Pinto acabar com o samba”. Se chegasse ali atualmente, nas noites de quinta-feira, o sujeito se esbaldaria até a meia-noite, entre tragos na batida celestial de maracujá (R$ 5,00 a dose, e R$ 20,00 a garrafa long neck) e mordidas em disputados bolinhos (como o de abóbora com camarão, a R$ 38,00, seis unidades).
A coisa esquenta quando o grupo Sambarilove inaugura os trabalhos às 19h13, pontualmente, no efervescente terraço do Bar do Omar. Tendo como pano de fundo a figura do presidente Lula em grafite da artista RafaMon de um lado e o horizonte, em vista única da região portuária, do outro, a roda oferece como aperitivo um senhor pôr do sol.
Na voz do cantor Jonatas Silva e de mais seis músicos em violão, cavaquinho, sopro, pandeiro e tantãs, a casa chega a receber cerca de 400 pessoas, cantando em coro e acompanhando com palmas sambas como Água de Chuva no Mar. O Nordeste marca presença em momentos como Morena Tropicana, de Alceu Valença, e até um axé baiano aparece de vez em quando. Um dos hinos desse festivo encontro, como não poderia ser diferente, é o hit Tá Escrito: “mete o pé e vai na fé, manda essa tristeza embora…”.
Bar do Omar. Rua Sara, 114, Santo Cristo, ☎ 99591-5032 (200 lugares). 17h/0h (sáb. 15h/0h; dom. 15h/23h). https://www.instagram.com/bardoomar. Aberto em 2008.