Após quase quatro meses de portas fechadas (e funcionamento em sistema de take away e delivery), chegou a hora de bares e restaurantes receber o público. A reabertura – de muitas empreitadas – ocorre nesta quinta (2) em meio à terceira fase do plano de retomada da economia da cidade elaborado pela Prefeitura do Rio. Para voltar à ativa, os estabelecimentos terão de seguir regras de ouro impostas pelo órgão municipal – muitos vão até além nos cuidados – e se adequar às diversas restrições adotadas em função da pandemia causada pelo novo coronavírus, a exemplo da redução da capacidade para 50%, uso obrigatório de máscaras, disponibilização de álcool em gel, priorização de áreas externas para acomodar os convivas e funcionamento máximo até as 23h.
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O “novo normal” é um desafio à maioria dos modelos de negócio (se não todos), incluindo endereços focados em self-service e casas dedicadas aos fartos rodízios de carne, e requer diversas adaptações. Nesse sentido, a tradicional Churrascaria Palace, em funcionamento há 70 anos em Copacabana, aboliu o farto bufê, no qual o cliente se servia, e complementava com alguns cortes nos espetos. A partir de agora entram em cena os cardápios virtuais acessados via QR Code. Logo, cortes nobres, acompanhamentos e saladas chegam à mesa cobertos (essas, por sua vez, terão distanciamento de dois metros e haverá marcação de segurança no piso).
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A montagem, por sua vez, será realizada por uma equipe, ao passo que o recolhimento do serviço será executado por outra. Entre outras medidas, pratos e talheres serão embalados individualmente, enquanto taças e copos serão sanitizados no aparador mais próximo à vista do conviva. “Todas as medidas necessárias foram tomadas para que equipe e clientes se sintam seguros quando a casa reabrir. Apesar das mudanças, a tradição e a qualidade dos produtos e o serviço da casa permanecerão”, garante o empresário Antônio Saraiva, que manteve os noventa funcionários de sua brigada pré-pandemia (todos passarão por aferição de temperatura diariamente).
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O Bar Urca, que fechou as portas em 18 de março e retornou à cena com delivery e take away em junho, reduziu a lotação do segundo andar de 66 para trinta e passa a aceitar reservas diariamente a fim de garantir a segurança da freguesia. Para treinar a equipe de acordo com as novas normas uma consultoria foi contratada. Além disso, diversos procedimentos de limpeza, desinfecção das instalações e equipamentos foram adotados. No bar, localizado no primeiro andar, o funcionamento se dará com demarcação de filas espaçadas no chão, para o cliente poder comprar e retirar as fichas, assim como os pedidos (serão quatro atendentes e quatro filas separadas). O desafio vai ser a turma respeitar o distanciamento na famosa mureta do outro lado da rua.
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Ter um amplo jardim à disposição faz toda a diferença nessas horas. Sediada no Jardim Botânico, com vista privilegiada no Jockey Club, a Casa Camolese investe em seu espaço a céu aberto e deque com cobertura para garantir o afastamento nesta nova fase de reabertura. No interior, os janelões de vidro, com mas de cinco metros de altura, estarão sempre abertos para permitir a circulação de ar. Ainda na seção dos protocolos, máscaras serão trocadas a cada três horas pelos funcionários e sabonetes foram trocados por uma versão que inclui álcool na composição. Na hora de pagar, o cliente poderá optar pelo QR Code. “É também uma forma de ter menos contato com objetos e reduzir ainda mais os riscos de contaminação”, conta Cello Camolese, à frente do complexo.
No VillageMall, a Adega Santiago terá os guardanapos de tecido ensacados individualmente, assim como os talheres (também esterilizados e lacrados com adesivos). Além do menu virtual, o cardápio físico, plastificado, será higienizado a cada toque. Esse último cuidado também integra as medidas do Grupo Irajá, capitaneado pelo chef e restaurateur Pedro de Artagão, que reabre três de suas cinco casas: Irajá Redux, Azur – este de quinta a domingo – e Cozinha Artagão. Para agradar os saudosos do Irajá, o endereço do Leblon servirá parte do menu do primogênito, que permanece fechado nesta fase, a exemplo do picadinho, do piamontese e do polvo. “Nossos colaboradores foram treinados e orientados para seguir todas as regras e medidas de segurança recomendadas pelas autoridades. Estamos adaptados a tudo. A saudade dos clientes e amigos é grande e estamos felizes de poder revê-los”, diz Artagão. Como se vê não faltam estratégias no plano dos estabelecimentos fisgar os comensais e trazê-los de volta – com segurança – ao entorno da boa mesa.
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