Amigos de longa data, os chefs Manu Zappa e Ricardo Lapeyre uniram forças, conhecimento e habilidades para criar o Prosa, inaugurado nesta sexta (7) após três meses de obra e treinamento, no belo imóvel que abrigou a saudosa Casa Carandaí, no Jardim Botânico. Ali, naquele amplo casarão, com diferentes ambientes projetados pelo MZNO, o foco é valorizar os pequenos produtores locais, os preparos artesanais, tudo ancorado na brasilidade.
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Trata-se de um misto de padaria, mercadinho de produtos artesanais nacionais, bistrô e bar de vinhos, ou seja, uma experiência gastronômica completa, com curadoria de primeira. O nome, claro, deriva do projeto Prosa na Cozinha, comandado por Manu Zappa, com aulas de culinária. Eis a cereja do bolo. Lá, um ambiente aconchegante e bem equipado está tinindo para receber alunos prontos a colocarem a mão na massa e aprender receitas com os chefs anfitriões e seus convidados em cursos descontraídos em volta do fogão. Neste mês de janeiro, as atrações incluem os chefs Rafa Costa e Silva (Lasai) e Pedro Coronha (Mäska), a doceira Bel Carvalho, da Bel Trufas, Mariana Rezende, do Bar da Frente, e Paula Prandini, do Empório Jardim.
Mas vamos aos comes e bebes já prontinhos para provar e aprovar. No primeiro piso, a padaria Fermento oferece variedades de fermentação natural, baguetes, croissants, brioches, gougères, tudo preparado pro Antonio Carlos (que comandava a padaria da Casa Carandaí). Ao fim do corredor, A Mercê reúne geleias, compotas, embutidos, granola, mel e seleção especial de queijos, pinçados pelo especialista André Deolindo (Produtos D.O.C). Essa parte nada mais é do que a concretização do Prosa em Casa (lembra das cestas caprichadas?) que Zappa iniciou na pandemia. “Estou apaixonada. Cada produto ali exposto tem uma história. Garimpamos meses, muitos nem tinham registro para vender. Até com isso nos preocupamos e demos o caminho das pedras”, lembra Manu Zappa. Exemplos: os azeites são da Casa Albornoz, produzidos por uma família de mulheres no Rio Grande do Sul. O fubá, por sua vez, vem do Projeto Crioulo, fundado pela família Sousa em Belo Horizonte a partir de sementes de milho crioulo orgânico, sem nenhuma intervenção química. E por aí vai…
Nos fundos, o piso de ladrilhos vermelhos e brancos leva ao Manjar, um bistrô com direito a cozinha aberta, de onde saem pratos marchados pelo chef Cristóvão Duque, amigo de infância de Lapeyre e com passagens por casas como o extinto Laguiole (viu como a amizade é a alma do negócio?). Por lá, o almoço dispõe de delícias como terrine de fubá (R$ 38,00), baião de polvo, servido com feijão verde, arroz de altitude, bacon artesanal e queijo de coalho (R$ 86,00) e curry de legumes (R$ 62,00). Aos fins de semana, futuramente, a ideia é ter café da manhã, para degustar sem pressa.
A partir das 19h, o protagonista local é o Copas, charmoso bar de vinhos com mais de 20 rótulos naturais, entre nacionais, austríacos, franceses italianos, selecionados por Manu e e pela experiente sommelière Julia Derado, gerente da casa. “Ter um bar como esses era um sonho antigo”, celebra Manu Zappa. Entre um gole e outro, as opções de beliscos vão de steak tartare com fritas coloridas a gravlax de robalo. “Fizemos um lugar aconchegante, de troca colaborativa, para todos se sentirem em casa e terem acesso a uma experiência completa”, sintetiza Manu. Sejam, então, todos bem-vindos!
Serviço: Rua Lopes Quintas, 165, Jardim Botânico. A Mercê e Fermento: 8h às 21h Manjar : 12h às 17h (seg. a dom.). Copas: 19h a 0h (fecha ter. e qua.)
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