Sentiu frio, pensou em queijo, falou em vinho. Não há casamento mais famoso envolvendo taça e prato, embora as melhores harmonizações não sejam tão fáceis de se obter, como julga o senso comum. Ou seja, não basta abrir qualquer garrafa e cortar um queijo qualquer para que a mágica aconteça. É possível se divertir de muitas maneiras, não queremos estragar prazeres, mas um pouco de atenção aos atributos sensoriais do que entra pela boca torna sublimes as experiências. Sugerimos dois tintos, um rosé, um espumante e um vinho “de sobremesa”, e cinco tipos de queijos: do mais fresco e leve ao mais forte e curado. Uma bela fatia de pão ao lado, e mãos à obra.
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Vinho do Porto e Gorgonzola
A bebida encorpada e doce cria na boca um contraste gostoso com o queijo potente e salgado, e os aromas de frutas secas do vinho fortificado, como figo, passas e amêndoas, complementam as notas complexas de um bom exemplar do queijo famoso – e seus pares de mofo azul. O alto teor alcoólico da bebida segura a gordura do prato e o casamento é um clássico divino.
Merlot e Grana Padano
Um vinho e um queijo que fazem sucessos nas mesas cariocas, fáceis de encontrar nos supermercados, inclusive, com versões nacionais interessantes. O merlot traz taninos mais suaves (e, portanto, de menor adstringência) do que um cabernet sauvignon, por exemplo, o que favorece o encontro com o sal do queijo e sua textura granulosa. A frutas escuras e notas de chocolate no vinho encontram a ponta de fruta e caramelo do queijo – de preferência aquele mais maturado.
Pinot Noir e Gruyère
Se queijos mais duros e maturados pedem tintos encorpados, a delicadeza do pinot noir sugere um exemplar aromático e de intensidade média como o suíço gruyère. As frutas vermelhas acentuadas e especiarias presentes no vinho abraçam os sabores de nozes do queijo, que também possui nota frutada, criando uma experiência na medida para o inverno carioca.
Rosé e Burrata
A burrata não se espalhou pelo cardápio dos restaurantes por acaso. Prática e deliciosa, também perfeita para um jantar caseiro rápido, ela é como uma tela em branco, fresca e cremosa, na hora de harmonizar. E merece um rosé, vinho que aumenta a cada ano seu prestígio perdido em passado recente. As notas lácteas do queijo adoram os aromas de morango que pulam das taças, assim como as notas florais e a acidez viva que atravessa lindamente o ambiente cremoso.
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Espumante e Brie
Um chardonnay também cai bem com queijos de massa mole como brie e camembert, mas a experiência das bolhas na taça – é bom que se diga, não devemos abdicar delas em nenhuma estação do ano – constrói, junto à acidez marcante dos espumantes (brut, de preferência), um ambiente perfeito para revigorar a boca após a mordida no queijo untuoso. Se champagne houver, o luxo aumenta no complemento das notas de levedura e brioche da bebida.