Quem nunca começou uma refeição em restaurante árabe misturando todas as entradas da mesa no pão da casa, regando com um fio de azeite e fechando os olhos para morder, não sabe o que está perdendo. Porque os sabores se complementam que é uma beleza. Se houvesse um manual para a degustação, ele recomendaria seguir o método ‘juntos e misturados’.
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Pensando bem, esse manual existe, na forma de uma torre comestível que há alguns anos ‘quebra’ o Instagram, desde que um cliente assíduo de um chef criativo em Jardim Taboão, na paulistana Vila Sônia, pediu que tudo viesse misturado na mesa: a coalhada, o quibe cru, o tabule, a cebola frita e o escambau.
O quibe montado, invenção do libanês-armênio Stephan Kawijian, do Saint Marie Gastronomie, em São Paulo, é tão bonito quanto gostoso e pinta em cores vivas na paisagem carioca, nas versões de dois restaurantes de sucesso, abertos em tempos diferentes.
No Basha, a casa do libanês Nicolas Habre em Copacabana (Av. Nossa Senhora de Copacabana, 198 A. tel.: 3547-3663), a churrasqueira em brasa é um trunfo para os sabores do cardápio, mas é da cozinha fria que sai o kibbe hajj (R$ 59,90 e R$ 39,90, meia porção), a torre montada com quatro camadas de quibe cru, tabule, coalhada, carne moída temperada, e a cebola caramelizada em abundância por cima, fundamental como elemento aromático e na crocância. As porções acompanham pão árabe e, pedida como entrada, a meia dá para duas pessoas.
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Inaugurado em 1993, no Centro, o Bar do Elias (Av. Olegário Maciel, 162, unidade da Barra da Tijuca, tel.: 3435-4977) virou rede famosa com o cardápio inicial baseado nos clássicos da família do imigrante sírio que dá nome à empreitada. O tempo levou novidades às mesas como o quibe cru montado (R$ 74,00 e R$ 39,00, meia porção) com as mesmas quatro camadas da carne crua com trigo, só que a carne moída e refogada, que no Basha fica na parte de baixo do edifício, sobe para o penúltimo andar, com o branco da coalhada seca adornando a base. O conjunto coberto e rodeado de cebolas fritas. Para elas, quanto mais, melhor, vamos combinar. Mas será que a ordem dos fatores altera o produto?