No verão de 2007, abria em Ipanema a primeira loja de frozen yogurt da cidade, o sorvete azedinho à base de iogurte que, com baixo teor calórico, prometia prazer sem culpa. Resultado: ele logo se tornou sucesso entre os cariocas, que formavam fila diante dos balcões pelos quatro cantos da cidade. Passada a moda do produto, o mercado esfriou, e o fechamento dos pontos de venda veio com a mesma força. Das 35 unidades da pioneira Yogoberry, por exemplo, restou menos da metade ? apenas quinze. Vítima do próprio sucesso, o frozen yogurt parece ter aberto caminho para um concorrente de peso: os avantajados picolés de origem mexicana. Feitos com ingredientes naturais, sem corantes ou conservantes, recheados ou não, e com o dobro do tamanho das versões convenvcionais, eles conquistaram rapidamente a clientela à beira-mar. Nascida no fim de 2012, no Balneário Camboriú, em Santa Catarina, a principal representante do modismo é a marca Los Paleteros, que já soma 28 pontos, três deles no Rio (Barra, Botafogo e Del Castilho) e um em Niterói. “Durante o Carnaval, chegamos a vender 4?300 unidades em um único dia”, conta Gean Chu, sócio-fundador da rede, que faturou 6,5 milhões de reais no ano passado.
No rastro do sucesso fica a pergunta: até quando essa moda vai durar? Para tentar driblar o desgaste da fórmula aparentemente simples, baseada em quiosques espalhados por pontos de grande circulação, o empresário aposta na criação regular de sabores ? ainda que o de morango recheado com leite condensado se mantenha como hit absoluto. Chu também acredita em certas particularidades de seu negócio, que não o levariam a repetir a história dos frozens. “A produção é inteiramente controlada por nós, numa fábrica central”, assegura ele, que garante já ter recebido mais de 1?000 pedidos de franquia. “O frozen yogurt é muito fácil de ser replicado. Basta ter uma máquina e a base em pó que todo mundo faz igual. O mercado acabou se canibalizando. Não faremos isso”, diz. Apesar do espírito confiante, o sucesso já chamou a atenção da concorrência e novas marcas começaram a surgir por aqui. Com a mesma proposta, aportou em dezembro no Shopping Tijuca a primeira loja da Paleteca, egressa de Curitiba, no Paraná. No mês seguinte foi a vez de Ipanema ganhar uma unidade e, há três semanas, a terceira filial chegou à Ilha do Governador. “O plano é fechar o ano com dez unidades na cidade”, afirma Raphael da Silva, responsável pela marca no Rio. “Ainda devemos ver muitas surgir, é verdade, mas só as melhores ficarão”, acredita. É esperar para ver se o negócio não derreterá com o tempo.