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Templo da culinária japonesa, Azumi fecha as portas em Copacabana

Restaurante aberto em 1989 pelo japonês Isao Ohara, tornando-se a maior referência das tradições culinárias do Japão, não resistiu à crise pós-pandemia

Por Pedro Landim
23 abr 2023, 21h39
Azumi: peixe fresco e tradição seguida à risca em receitas de família
Azumi: peixe fresco e tradição seguida à risca em receitas de família (Reprodução/Instagram)
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Depois de 34 anos abrindo caminhos para a culinária japonesa no Rio, da forma com que ela é tradicionalmente preparada e consumida no Japão, o restaurante Azumi, inaugurado pela família Ohara em 1989, fechou as portas no conhecido endereço da rua Ministro Viveiros de Castro, no Leme. Com os negócios abalados desde a pandemia, a casa não resistiu à crise e encerrou as atividades neste domingo (23).

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Nas últimas três décadas, não foram poucos os clientes e os prêmios conquistados, assim como a admiração de celebridades de todas as áreas. No último sábado (23), uma cliente postou a foto de um autógrafo de 1995, exibido em quadro com a foto do ídolo no restaurante: “Para o Azumi, com a amizade do Rei Pelé“.

Considerado um templo da cozinha japonesa e idolatrado por duas gerações de fregueses, o Azumi surgiu pelas mãos de Isao Ohara, que nasceu em Tóquio e chegou ao Brasil em 1963, trabalhando primeiro na agricultura e depois na área de minérios, até resolver se dedicar à gastronomia e abrir a casa para a frequência de imigrantes japoneses.

O criador faleceu em 2018, ficando a casa nas mãos da filha Alissa Ohara, que manteve o endereço como um centro de preservação da tradição nipônica, ao mesmo tempo em que nasciam no Rio numerosos restaurantes japoneses e orientais com tendências a fusões e invenções.

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No ambiente único com a entrada nos fundos de um prédio de Copacabana, um cardápio com cerca de 300 itens formou-se entre as vitrines de peixes e o balcão de grelhados, assim como as disputadas ozashikis – salas reservadas com tatames -, palcos de um repertório que incluía também sugestões diárias empolgantes de uma equipe que nunca abriu mão de trabalhar com peixes e frutos do mar sazonais e frescos.

“Com o fechamento do Azumi, o Rio perde sua grande referência e o grande norte da comida japonesa, nas mãos de uma família que preza pela tradição e o embasamento cultural. Uma casa que ficou décadas no imaginário carioca”, disse o restaurateur Menandro Rodrigues, dono do premiado Haru Sushi, em Copacabana, ao saber da notícia do fechamento, na noite desse domingo (23).

No momento em que o número de novos restaurantes aumenta, e as pesquisas apontam um reaquecimento do setor, a despedida do Azumi é uma notícia triste e um prejuízo irreparável à restauração carioca neste outono de 2023.

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