Na noite deste sábado (16), a chef Roberta Sudbrack se pronunciou sobre a ação da Vigilância Sanitária, que apreendeu e descartou alimentos em sua cozinha no Rock in Rio. “A ação é lícita quando realizada com bom senso, e não com truculência e arrogância. A vigilância sanitária poderia ter mantido sua autoridade sem se utilizar deste lamentável espetáculo de desmandos”, disse a chef, em sua página no Instagram.
Após a inutilização de 160 quilos de queijos e outros produtos, e um prejuízo estimado em 400 000 reais, Roberta decidiu fechar seu estande na Cidade do Rock, localizado no Gourmet Square, e deixou o festival. “A vigilância sanitária poderia ter mantido sua autoridade sem se utilizar deste lamentável espetáculo de desmandos. Não à toa, todo o estoque complementar está protegido por liminar protetiva, o que comprova a plena condição destes insumos”, afirmou.
Confira o texto publicado na íntegra:
Roberta Sudbrack não nega a importância da vigilância sanitária. Em 25 anos de profissão, sempre manteve relação de parceria e respeito com as ações de inspeção. Justamente por isso, a operação gerou espanto por sua truculência. O SIF (Selo de Inspeção Federal) é uma garantia extra. O selo original é o da inspeção local (em âmbitos municipal e estadual). Os produtos descartados na operação do Rock in Rio gozavam de denominação de origem, selo de inspeção e atestados sanitários locais, além de notas fiscais. Foram escolhidos justamente por serem produtos de alta qualidade, representativos de um Brasil que dá certo e que expressam nossa identidade. O estande de Roberta Sudbrack situava-se numa área do evento intitulada Gourmet Square, e a chef foi convidada justamente porque representava esta chancela de produtos artesanais de alta qualidade. A operação estava sendo monitorada por três nutricionistas, e todas as informações de procedência dos produtos foram passadas previamente ao Rock in Rio, bem como ao respectivo órgão de consultoria de vigilância sanitária do evento. Não houve qualquer restrição ou proibição, bem como não havia nenhum risco sanitário no local. Embora o trabalho da vigilância sanitária seja de proteção à saúde humana, isto não ocorreu quando foi inutilizada uma quantidade substancial de produtos de grande qualidade, dentro do prazo de validade. Se não tivessem sido descartados incorretamente (jogados no lixo junto a produtos químicos), poderiam ter sido destinados a populações carentes, num país em crise e em estado de fome. A ação é lícita quando realizada com bom senso, e não com truculência e arrogância. A vigilância sanitária poderia ter mantido sua autoridade sem se utilizar deste lamentável espetáculo de desmandos. Não à toa, todo o estoque complementar está protegido por liminar protetiva, o que comprova a plena condição destes insumos. Roberta Sudbrack tem 25 anos de carreira e durante todo este tempo utilizou estes mesmos produtos, o que há de melhor entre os ingredientes brasileiros. Através deles, levou a nossa gastronomia para o mundo e tornou-se uma referência internacional.