Coronavírus: atendimentos psiquiátricos crescem 25% com a pandemia
Pesquisa realizada pela ABP mostra também uma alta de 54% nas queixas de pacientes sobre o excesso de videoconferências nos últimos cinco meses
A pandemia do coronavírus está afetando seriamente a saúde mental dos brasileiros. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) acaba de divulgar dados parciais da primeira pesquisa realizada pela instituição sobre o excesso de reuniões virtuais e como ele impacta os trabalhadores desde o início da longa temporada de home office, por conta da Covid-19. O resultado é preocupante.
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De acordo com o levantamento, 54,8% dos psiquiatras associados entrevistados perceberam um aumento nas queixas dos pacientes sobre o excesso de videoconferências nos últimos cinco meses. Mais: 61% deles perceberam um aumento de prescrição de receituários A, B e C (substâncias psicotrópicas e/ou de uso controlado) nos últimos 5 meses, e 68,6% aumentaram as prescrições de psicoterapia para seus pacientes. A pesquisa começou no final de agosto e os dados apresentados são até o dia 06 de outubro.
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Desde o início da pandemia, aspectos como o distanciamento social, o “ficar em casa” e o home-office fizeram com que todos os compromissos profissionais e pessoais se tornassem virtuais. Como já orientado pela ABP desde março, em artigo publicado no Brazilian Journal of Psychiatry, as preocupações com a onda de consequências à saúde mental derivadas da pandemia chamam a atenção. O assunto também foi abordado em VEJA RIO, no início da pandemia: Meu mundo caiu: pandemia aumenta casos de depressão no Rio
“É importante lembrar que já está em formação a quarta onda relativa à pandemia, que se refere ao trauma psíquico, doença mental, impacto econômico e burnout. Esses dados nos mostram exatamente este cenário. Ao contrário das outras curvas, esta permanece ascendente, mostrando que as consequências serão maiores e durarão mais tempo“, afirma Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria.
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Em outro estudo realizado recentemente pela ABP, os associados perceberam um aumento de até 25% nos atendimentos psiquiátricos e 82,9% do agravamento dos sintomas de seus pacientes após o início da pandemia.