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Point dos Jogos, a Orla Conde atrai multidões enquanto seu futuro é planejado

Em outubro, além de receber o Mondial de la Bière, 53 quiosques serão instalados na região 

Por Jana Sampaio
Atualizado em 2 jun 2017, 12h01 - Publicado em 13 ago 2016, 01h00
boulevard olímpico
boulevard olímpico (Gianne Carvalho/)
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Antes mesmo de Rafaela Silva jogar para o alto sua oponente Sumiya Dorjsürengiin, da Mongólia, e faturar nosso primeiro ouro, os Jogos já haviam revelado um campeão carioca: o Boulevard Olímpico. No fim de semana anterior à luta histórica da judoca da Cidade de Deus, realizada na segunda, 8, o passeio pelos 3,5 quilômetros da recém-inaugurada Orla Luiz Paulo Conde, tomada por atrações ligadas aos Jogos, foi o programa escolhido por cerca de 250 000 pessoas — o equivalente a quatro Maracanãs lotados. A multidão vem se esbaldando por lá desde então. Em três palcos ao ar livre, alternam-se shows e a transmissão das provas nos telões espalhados em diversos pontos do calçadão. Filas intermináveis formam-se diante das nove casas temáticas de países participantes, e para usufruir as ações patrocinadas, como os radicais bungee jump e voo de balão, baseadas entre a Praça XV e a Gamboa. A pira olímpica, diante da Igreja da Candelária, virou concorrido cenário para selfies — o povo em busca de um retrato espreme-se no seu entorno na semana inteira. Completa a farra o cardápio variado de 51 food trucks. O sucesso inegável, e bem-vindo, do Boulevard Olímpico deixa no ar a pergunta: e depois? 

+ Cem programas para se esbaldar esbaldar na Olimpíada

Já vai longe a polêmica sobre a derrubada do Elevado da Perimetral, iniciada há três anos. Sem a sombra do viaduto, o belo cenário que se descortinou à beira da Baía, com marcos como a Praça Mauá, além do Museu de Arte do Rio e do Museu do Amanhã, foi prontamente adotado pelo carioca. E, em seguida, pela família olímpica. Espaços antes inacessíveis ao pedestre, como uma parte da área que é exclusividade da Marinha há 250 anos e a própria Avenida Rodrigues Alves, compõem hoje um agradável passeio público, atendido pelos trens do VLT. O desafio, agora, é a continuidade. “É preciso que a prefeitura faça um trabalho de curadoria urbana para promover a vida 24 horas por lá. A combinação de usos voltados para o lazer, o turismo, a habitação e o trabalho vai promover o desenvolvimento sustentável. Além disso, é necessário que o policiamento ostensivo, hoje fornecido pela Guarda Municipal e pela Operação Centro Presente, permaneça”, opina o arquiteto Washington Fajardo, presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade. 

Além da teoria, o poder público tem planos efetivos para depois dos Jogos. Secretário municipal de Turismo, Antonio Pedro Figueira de Mello exibe seu cronograma. “A região vai receber ampla programação, a começar pelo Mondial de la Bière, que ganha nova edição logo depois da Olimpíada”, informa. A grande festa cervejeira, que levou 38 000 pessoas ao Porto no ano passado, vai se espalhar, de 12 a 16 de outubro, pelos armazéns 2, 3 e 4. “No mesmo mês, serão instalados 53 quiosques de bares e restaurantes ao longo da Orla”, promete o secretário. Outras instituições, como o AquaRio e o Theatro Municipal, preparam-se para se estabelecer na vizinhança (veja o quadro acima).  Cumpridos o planejamento e as previsões, a palavra “legado”, tão repetida nos últimos tempos, vai recuperar seu sentido. Por enquanto, tudo é festa. Vestidas de verde e amarelo da cabeça aos pés, as amigas cariocas Marly Gomes, 64 anos, Jane Vital, 70, e Cleia Santos, 76, prestigiaram o Boulevard no primeiro fim de semana. “Soubemos da pira e viemos garantir nossa foto”, contou Cleia. Que elas tenham muitas razões para voltar. 

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Quadro Boulevard Olímpico 2491
Quadro Boulevard Olímpico 2491 ()

 

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