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Luis Lomenha oferece aulas gratuitas a jovens e crianças da periferia

O produtor de cinema é o fundador do projeto Cinema Nosso

Por Heloiza Gomes
Atualizado em 5 dez 2016, 11h10 - Publicado em 30 jul 2016, 01h00
Luis Lomenha
Luis Lomenha (Felipe Fitipaldi/)
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Na adolescência, em Inhaúma, Luis Lomenha descobriu a literatura e entrou para o teatro. Mas decidiu que queria viver de cinema ao assistir quinze vezes (isso mesmo!) ao filme Central do Brasil (1998), de Walter Salles. O sonho, no entanto, ainda demorou um pouquinho para ser realizado. Primeiro, Lomenha se formou em letras e trabalhou com produção de teatro. A virada se deu quando ele fez uma pequena participação como membro da turma de Zé Pequeno (Leandro Firmino da Hora) no aclamado Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles e Kátia Lund. Para manter unidos os atores do longa — a maioria era moradora de comunidades e não tinha experiência na área —, Luis, com a ajuda de cinco colegas, fundou o Cinema Nosso, com o objetivo de produzir filmes com o olhar da periferia. Fez muito mais. Desde então, o projeto, com sede na Lapa, promove cursos gratuitos voltados para crianças e jovens de regiões menos favorecidas. “Atendemos os alunos das escolas públicas que ficam em torno da Central. Fazemos a divulgação nos colégios, os interessados se inscrevem e realizamos uma entrevista para selecioná-los. Para ser escolhido, basta ter um interesse genuíno na área”, detalha Lomenha. 

“Vamos formar esses jovens para que eles sejam protagonistas da própria história e possam melhorar o mundo e a vida em sua comunidade”

O Cinema Nosso oferece dois tipos de curso, o vocacional e o profissionalizante. O primeiro destina-se a crianças de 10 a 12 anos; o segundo, a jovens com mais de 16. “Eles têm aula de roteiro, iluminação e áudio. No fim, acompanham toda a produção de um filme e saem prontos para trabalhar. Aliás, a inserção no mercado é de 90%”, conta Luis, que, para viabilizar os cursos, criou a Jabuti Filmes. “Estamos produzindo com grandes diretores, como Kátia Lund e João Wainer”, diz. “Acredito que a sétima arte é um vetor econômico potente, que pode nos tirar da estagnação.” Lomenha costuma citar o economista Celso Furtado (1920-2004) para fundamentar seu raciocínio. “Já nos anos 1950 ele dizia que o grande ativo do brasileiro é a criatividade. Então, vamos formar esses jovens para que eles sejam protagonistas da própria história e possam melhorar o mundo e a vida em sua comunidade”, conclui.

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