Em homenagem aos 90 anos de Nelson Leirner (1932-2020), a exposição Peregrinações no Saara reúne trabalhos que estão relacionados a um dos programas favoritos do artista: as idas ao mais famoso comércio popular do Rio em busca de objetos, que ele ressignificava em seus trabalhos
Com América, América (2005), feita de fotografia e aviões de plástico, o artista provoca uma reflexão. “Desde pequenos brincamos de mocinha e bandido, de guerra. Será que isso não tem nada a ver com a violência que vivemos hoje?”, pergunta o curador Agnaldo Farias.
Era Uma Vez (2006), feita com técnica mista sobre madeira, traz a ideia de fabulação, de contar uma história, do entretenimento. “Através desse trabalho, ele mostra que você vai assistir a um filme porque precisa alimentar o seu imaginário”, explica.
Colares (2012-2019) é uma ciranda dos objetos. “É como se eles dançassem de mãos dadas. Ninguém como Nelson Leirner, na arte brasileira, mostrou para nós como esses itens triviais estão carregados de ideologia”, diz.
Silvia Cintra + Box 4. Rua das Acácias, 104, Gávea. → Seg. a sex., 10h/19h. Sáb., 12h/16h. Grátis. Até 30 de abril.
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