Arte para todos os lados! 7 novas exposições para conferir no Rio
Destaque para a mostra no Museu Bispo do Rosario, com manuscritos inéditos do artista, e a restrospectiva do fotógrafo Antonio Augusto Fontes
Dezembro é mês de encontros, de confraternizações, de compras e de comida gostosa… Mas também é tempo de aproveitar a programação cultural carioca, sempre pujante. O circuito de exposições tem novidades interessantes, a maior parte gratuita. Confira abaixo as opções:
100 Anos da Colônia Juliano Moreira: Arquivos, Territórios e Imaginários.
Mais de 300 obras e documentos estão reunidos na nova exposição do Museu Bispo do Rosario, além de produções inéditas de artistas convidados e do Ateliê Gaia. Com curadoria de Carolina Rodrigues, Gabriel Reis, Geovana Melo e Napê Rocha, a mostra passeia pela obra de Arthur Bispo do Rosario, inclusive com manuscritos inéditos do artista, destacando assuntos como ‘mulheridades’, ‘imaginações, fabulações e infâncias’, ‘reflexões sobre o tempo e ‘trauma colonial’.
A exposição foi elaborada durante um ano e o processo de pesquisa se apoiou em visitas ao arquivo do Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira e de outras instituições, como o Arquivo Nacional, ao acervo do Museu, e um amplo mergulho na memória da história oral desse território. Foram ouvidos participantes das oficinas, de eventos, conviventes, artistas, trabalhadores, crianças das escolas e moradores.
Museu Bispo do Rosário. Estrada Rodrigues Caldas, 3400, Curicica. Ter. a sáb., 9h/17h. Grátis. Abertura no sábado (7). Até julho de 2025.
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Espelhos d’Água Viva.
Em cartaz no Solar dos Abacaxis, a mostra tem curadoria de Bernardo Mosqueira, Catarina Duncan e Matheus Morani e explora as complexas relações entre água, vida e humanidade. Obras de doze coletivos e artistas, como Alessandro Fracta, Carlos Alfonso, Isabela Prado e Maria Thereza Alves foram selecionadas. As criações refletem as conexões entre os sistemas aquáticos e a vida humana, chamando a atenção para para a preservação dos recursos naturais e a valorização de saberes ancestrais quilombolas, ribeirinhos e indígenas.
As obras dialogam com a espiritualidade e a simbologia das águas como entidades vivas, como o orixá Oxum, propondo uma reflexão sobre a responsabilidade coletiva em cuidar do planeta. A exposição é um convite para imaginar novos caminhos de coabitação entre os seres humanos e o meio ambiente, num momento de urgência ecológica.
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No mesmo espaço está em cartaz a Mostra de Ateliês da Oficina Solar, que apresenta os resultados da residência artística realizada por oito talentosos artistas brasileiros que mergulharam em processos criativos e educativos ao longo de três meses. Os trabalhos são de Almeida da Silva, amori, Desali, Kaetérine Terra, Mona Cara, Simba, Tayná Uràz e trojany, explorando diversas técnicas, como vídeo, tecelagem, pintura e escultura.
Neste sábado (7), o Solar dos Abacaxis celebra seu 9º aniversário numa festa em parceria com o Festival Novas Frequências, com a participação de Podeserdesligado, Carmem Jaci, Lyzza, DJ Galo Preto e Marta Supernova.
Solar dos Abacaxis. Rua do Senado, 48, Centro. Qua. a sáb., 10h/18h. Grátis. Até 8 de março.
Assim É Se Lhe Parece.
Antonio Augusto Fontes, um dos mais atuantes fotógrafos brasileiros ganha uma retrospectiva de seus trabalhos na Galeria da Gávea. Com curadoria de João Farkas, a mostra tem cerca de 60 imagens do fotógrafo paraibano, que abrangem diversos aspectos de uma produção igualmente rica nos variados temas que retratou e no apuro técnico do fotógrafo, um entusiasta do preto e branco que se manteve fiel à fotografia analógica.
Além de exemplares da famosa série Raso da Catarina e de seu desdobramento, Sertão ao Quadrado, a exposição reúne trabalhos feitos em três países: Estados Unidos, onde residiu por alguns anos na década de 1970 para estudar fotografia, antropologia e história da arte, registrando a contracultura e os protestos contra a Guerra do Vietnã; França, para onde viajou depois de ganhar o prêmio Eugène Atget, e China.
Há ainda belas imagens do Rio de Janeiro que fogem ao clichê (como um registro do Morro Dois Irmãos muito diferente daquele que se vê habitualmente das praias de Ipanema e Leblon); retratos de personalidades da cultura brasileira, como o poeta João Cabral de Melo Neto, o cineasta Glauber Rocha, a escritora Nélida Pinon, o fotógrafo Walter Firmo, e o compositor e escritor Chico Buarque.
Galeria da Gávea. Rua Marquês de São Vicente, 432, Gávea. Seg. a sex., 11h/19h. Grátis. Até 28 de fevereiro.
Quantum.
O artista visual paulistano Alexandre Vianna questiona os limites da linguagem em exposição que ocupa a Galeria 2 da Cidade das Artes, na Barra, a partir desta quinta (5). O projeto é
composto por obras nas quais fotografias e pinturas se misturam, além de projeções e um documentário audiovisual. As obras resultam da pesquisa do artista e fotógrafo que retrata corpos
humanos, evidenciando uma força invisível que envolve o indivíduo ao expressar sentimentos mais profundos. São imagens que se contrapõe aos padrões midiáticos contemporâneos de estética, beleza, buscando capturar a essência da força humana.
Cidade das Artes (Galeria 2). Av. das Américas, 5.300, Barra. Qui. a dom., 14h/20h. Grátis. Até 23 de dezembro.
Daras Cultura Negra.
O fotógrafo Euri Bezerra retratou quinze mulheres participantes do projeto Daras Cultura Negra, conectando-as a figuras históricas e contemporâneas que moldaram a cultura negra no Brasil. Entre as personalidades homenageadas estão as atrizes Zezé Motta e Taís Araújo, e a primeira bailarina do Dance Theatre of Harlem (NY), Ingrid Silva, o ator Lázaro Ramos, além de personalidades como Machado de Assis, Zumbi e Tia Ciata, representadas por substantivos simbólicos como resiliência, ancestralidade e audácia — conceitos que inspiram o protagonismo feminino negro. Essas mulheres são interpretadas por Luciana Barbosa (foto), Fabíola Barbosa e Carolina Silva, mães atendidas pelo instituto e participantes do projeto.
Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Padre Velloso. Praça Corumbá, 32, Botafogo. Seg. a a sex., 8h/17h. Grátis. Até 6 de janeiro.
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Entre, Palavras.
O Atelier Fernando Jaeger, no Jardim Botânico, foi ocupado por ideias dos alunos do curso de design de interiores da Universidade Candido Mendes, que criaram uma decoração surpreendente em cinco ambientes da casa, além de uma loja na qual os livros são a principal inspiração.
Cada ambiente tem uma dupla de escritores como inspiração. São eles Itamar Vieira e Martha Batalha; Arnaldo Antunes e Ferreira Gullar; Torquato Neto e Hilda Hilst; Fernanda Young e Carla Madeira; Cartola e Matilde Campilho; Ana Cristina César e Manoel de Barros.
No sábado (7), às 11h, Su Amelia e Priscila Sztejnman falam sobre como é ler e escrever sobre amaducerimento, enquanto na quarta (11), às 19h, Julia Wahmann e Eugênia Ribas-Vieira debatem ler e escrever sobre si mesma. Heloísa Seixas e Bianca Ramoneda encerram o ciclo de conversas no dia 18 de dezembro, às 19h, com ler e escrever sobre o tempo.
Atelier Fernando Jaeger. Rua Corcovado, 252, Jardim Botânico. Seg. a sex., 10h/19h. Sáb., 10h/15h. Grátis. Até 15 de fevereiro.
