Desde os Jogos Olímpicos de 1920, em Antuérpia, na Bélgica, quando os atletas do tiro esportivo Guilherme Paraense e Afrânio da Costa conquistaram três medalhas – ouro (Paraense) e prata (Afrânio) individuais, e bronze por equipes – 82 brasileiros já tiveram a honra de subir ao pódio mais de uma vez. Os mais vitoriosos são os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, que conquistaram, cada um, cinco medalhas olímpicas.
Scheidt foi ouro por duas vezes na classe laser (1996, Atlanta/EUA e 2004, Atenas); prata também por duas vezes: uma na classe laser, em 2000 (Sydnei/Austrália), e outra na classe star, em 2008 (Pequim), e bronze na classe star, em 2012 (Londres). Grael também conquistou quatro medalhas. Na classe star, foram dois ouros (em 1996 e 2004) e dois bronzes (1988, Seul e 2000). Na classe soling, uma prata, em 1984 (Los Angeles).
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O velejador Marcelo Ferreira foi parceiro de Grael em três dessas conquistas (1996, 2000 e 2004). “Faz bem para o ego ter obtido os resultados que a gente obteve ao longo dessa carreira. Espero que venham mais medalhistas, não só na vela como em outras modalidades”, diz o ex-atleta, que hoje é empresário do ramo da construção civil.
Depois dos dois velejadores, o nadador Gustavo Borges é o maior medalhista brasileiro, com quatro conquistas: duas pratas (nos 100 metros livres em 1992, em Barcelona, e nos 200 metros livres em 1996) e dois bronzes (nos 100 metros livres em 1996 e no revezamento 4×100 metros livres em 2000).
Em seguida, aparecem dez brasileiros com três medalhas. Além de Marcelo Ferreira, a honra de ter três medalhas olímpicas pertence a atletas como o nadador César Cielo (ouro, em 2008, e bronze em 2008 e 2012) e o cavaleiro Rodrigo Pessoa (ouro, em 2004, e bronze em 1996 e 2000).
Também figuram na lista de medalhistas que subiram três vezes ao pódio quatro atletas da equipe de vôlei que conquistou o ouro em 2004 e a prata nas duas olimpíadas seguintes (Dante, Giba, Serginho e Rodrigão) e uma atleta do vôlei feminino: Hélia Souza, a Fofão (ouro, em 2004, e bronze em 1996 e 2000).
Fechando a lista, dois atletas do vôlei de praia: Emanuel Rego e Ricardo Santos, ambos com um ouro, uma prata e um bronze. Para Ricardo, para se manter no pódio por várias edições olímpicas é preciso dedicação, foco, suor e apoio. “O atleta precisa ter disciplina e uma boa equipe de trabalho. No meu caso, no vôlei de praia, temos uma equipe de mais de 15 pessoas, todos são mais do que importantes, são fundamentais para que a nossa dupla entre em quadra sempre pronta para dar o melhor. Somos um time e, nessa equipe, os patrocinadores, os apoiadores, possuem uma importância fundamental também, porque preparação e estrutura dependem de investimento”.
Já Emanuel, parceiro atual de Ricardo e também nas conquistas de 2004 e 2008, acredita que é preciso muito equilíbrio e concentração, para se manter competitivo e em alto nível: “Disputar os Jogos Olímpicos é, mais do que uma conquista, um privilégio. Representar o país num evento como esse é algo que marca, que não se esquece, não se apaga. Conquistar uma medalha olímpica é algo que transforma a carreira e a vida de uma pessoa”.
Segundo o velejador Marcelo Ferreira, foi preciso muita preparação para que seu parceiro Torben Grael ganhasse sua terceira medalha , em 1996, depois de uma decepção da dupla nos Jogos de 1992.
“Em 92, nós fomos para as olimpíadas como favoritos e acabamos com um resultado muito ruim. Acabamos em 11º. E a gente se preparou bastante para as olimpíadas de 96, que culminou com a medalha de ouro. Em 2000, fomos até o último dia liderando e terminamos com o bronze. Aí, nos preparamos mais uma vez para a olimpíada de Atenas [em 2004], que foi a olimpíada de todos os tempos. Ganhar o ouro onde tudo começou faz toda a diferença”, disse.
Dos 69 atletas brasileiros que conquistaram duas medalhas olímpicas, 19 são do vôlei, 15 do futebol, 13 do basquete, sete do atletismo, quatro do vôlei de praia, três da vela, três do judô, dois do tiro, dois do hipismo e um da natação.