Na cadência bonita da sofisticação
Sem o violão, Adriana Calcanhotto solta a voz para lançar O Micróbio do Samba
Um cisto na mão direita quase impediu que a cantora e compositora saísse em turnê com O Micróbio do Samba. Quando descobriu o problema, Adriana já havia marcado algumas datas na Europa que não poderia cancelar. Ovacionada por onde passou, a gaúcha radicada no Rio voltou atrás e marcou novos shows no Brasil e no Japão, para onde parte depois das três noites no Espaço Tom Jobim, entre sexta (14) e domingo (16). Uma motivação extra para a apresentação é a indicação da faixa Mais Perfumado ao Grammy latino de melhor canção brasileira. Sem o violão, a cantora sobe ao palco vestida de malandro e, por onde o espetáculo já passou, tem encantado o público com interpretações precisas de sambas e marchinhas próprios. Em Porto Alegre, apresentou duas versões: para Esses Moços (Lupicínio Rodrigues) e Argumento (Paulinho da Viola), que, ironicamente, ganhou contornos roqueiros. A banda afiada traz o inspiradíssimo baterista Domenico Lancellotti, que, sem usar pratos, extrai sons da caixa, do bumbo, dos aros e das baquetas. A linha de baixo elegante de Alberto Continentino e o belo violão de Davi Moraes completam a formação. Em alguns momentos Adriana surpreende tirando sons de secador de cabelo, xícaras e talheres numa bandeja, além da caixinha de fósforos.
Adriana Calcanhotto. Livre. Espaço Tom Jobim (500 lugares). Rua Jardim Botânico, 1008, Jardim Botânico, ☎ 2274-7012. Sexta (14) e sábado (15), 21h; domingo (16), 20h. R$ 80,00. Bilheteria: 14h/18h (ter. a qui.); a partir das 14h (sex, a dom.). IC →?Estac. grátis a partir de 17h.