Continua após publicidade

Atletas com paralisia destacam papel da bocha na volta por cima

Após conquistar medalha inédita, esportistas dão verdadeira lição sobre a vida com deficiência

Por Agência Brasil
Atualizado em 5 dez 2016, 11h05 - Publicado em 13 set 2016, 13h43
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Terminar a paralimpíada com uma medalha no peito é, para qualquer atleta, a sensação de um trabalho bem feito, do dever cumprido. Quando deixaram o pódio na tarde dessa segunda-feira (12), Dirceu Pinto, Eliseu dos Santos e Marcelo dos Santos também cumpriram mais uma etapa de um objetivo traçado por eles: divulgar a bocha adaptada e mostrar que a vida não termina quando a cadeira de rodas começa.

    “Espero que, por meio das medalhas que têm sido conquistadas, abram-se as portas para que as pessoas deficientes que estão trancadas dentro de casa, pessoas que têm a mobilidade reduzida, que elas possam praticar a bocha, que possam voltar ao convívio da sociedade e praticar um esporte”, disse Marcelo dos Santos.

    Dirceu, ouro em Pequim e Londres, e prata no Rio, descobriu na bocha uma forma de voltar à ativa. Ele sofre de distrofia pélvica de cinturas, doença degenerativa que lhe tirou a força das pernas. “Muitas pessoas ficam dentro de casa e não conhecem os esportes paralímpicos ainda. De 19 aos 22 anos eu só ficava em casa, com depressão. Quando conheci a bocha, minha vida mudou”.

    Ele usa o próprio exemplo para motivar outras pessoas a descobrirem o esporte e mudar de vida. “Para mim, é especial divulgar essa modalidade porque temos paralisados cerebrais graves, que não conseguem nem falar, lesados medulares, que ficam só em casa, vendo a vida passar. Quando a pessoa conhece a bocha, a vida dela tem de novo um sentido. Hoje, eu viajo o Brasil e o mundo todo trazendo resultados para o nosso país. Dou essa medalha de prata para todos os brasileiros, com ou sem deficiência”.

    Continua após a publicidade

    Esporte como terapia

    Eliseu e Marcelo são irmãos. Os dois sofrem da mesma doença, a distrofia muscular progressiva. Eles usam o esporte para auxiliar, junto com o tratamento médico e a fisioterapia, a frear a evolução da doença, que encurta os membros. “A bocha é um esporte que as pessoas com maior grau de comprometimento podem praticar, podem ir para uma paralimpíada. Nosso objetivo é que mais pessoas possam sair de casa, praticar o esporte ou simplesmente praticar o esporte socialmente e estar aqui com a gente”, disse Eliseu.

    Evani da Silva joga na categoria BC3, para paralisados cerebrais com maior comprometimento dos movimentos. Ela usa um capacete com uma vareta para empurrar a bola por uma calha, além de ser ajudada por outra pessoa. Ela começou a praticar o esporte em 2010 e seis anos depois deixou a Arena Carioca 2 com uma medalha de ouro no peito.

    “Para mim, o importante é mostrar que nada é impossível. Há atletas com mobilidade muito mais reduzida e que jogam. A gente mostra para ninguém ficar em casa. Corram atrás dos seus sonhos, busquem o que vocês querem”.

    Continua após a publicidade

    Evelyn de Oliveira tem atrofia muscular espinhal, não tendo movimentos nos membros inferiores. Evelyn saía pouco, limitava sua convivência social aos estudos. Quando conheceu a bocha, aos 22 anos, mudou sua maneira de encarar a vida e leva para casa a primeira medalha de ouro em paralimpíada.

    “Eu sou um exemplo vivo, o esporte foi uma ferramenta transformadora na minha vida. Eu vivia essa realidade da pessoa com deficiência, dentro de casa, só estudava, não tinha muito contato com a sociedade. Passei a praticar o esporte e descobri que limites que eu acreditava que tinha, na verdade não existiam”.

    Publicidade

    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

    Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
    *Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

    a partir de 35,60/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.