Os jardins, pilotis e cinemateca do MAM recebem neste fim de semana a oitava edição do Arte Core. Depois de uma pausa em 2020 por conta da pandemia, o evento de cultura urbana acontece de sexta (29) a domingo (31) com programação gratuita de shows, oficinas, palestras e exibição de instalações artísticas. A questão racial está no centro da edição.
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O evento será norteado pelo Sankofa, projeto da pedagoga e educadora Gaby Makena, a convite do curador artístico do evento, Pedro Henrique Rodrigues. A Sankofa é um símbolo parte de um conjunto de ideogramas chamados adinkra, que significa que é preciso retornar ao passado para ressignificar o presente e construir o futuro. Neste caso, o foco está no fato de que a diáspora africana é parte central da construção social brasileira, jogando luz sobre a importância da influência negra em nossa cultura.
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Paulo Paiva Tassinari, diretor-geral do Arte Core, afirma que, por ser um evento de cultura urbana, o Arte Core sempre teve a questão racial presente. Mas, nas edições anteriores, foi mais focado na música e artes visuais. “Como esse ano não foi possível uma superlotação no MAM, por questões óbvias da pandemia, optamos por buscar um caminho mais educativo. Foi aí que encontramos uma mestra em educação negra, Gaby Makena, que desenvolveu um projeto bem legal, que visa à educação antirracista. Gostamos tanto do que a Gaby propõe que o Arte Core 2021 acabou tendo essa essência”, explica ele.
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Ele frisa também que o perfil desta edição tem a ver com um amadurecimento do evento ao longo dos anos. “Nesse sentido, achamos relevante trazer uma abordagem mais educacional para as nossas atrações e promover o início de uma consciência antirracista, que precisa ser praticada diariamente, nos pequenos detalhes”, frisa Tassinari.
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Entre as atrações, estão a oficina de quadros com símbolos africanos, com a artesã criativa Alexia Sant’Anna, a palestra Diálogos em Sankofa, com o professor e escritor Renato Noguera, e a performance Ilé, com Quilombo da Provi e Ernane Ferreira.
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Os jardins serão ocupados pelos trabalhos de 12 artistas visuais, que estarão presentes. Entre elas, a artista multimídia Agrade Camíz. Carioca, ela une a estética da arquitetura popular do Rio a questões relacionadas à sexualidade, beleza e opressão feminina. Outra participante é a paulistana Larissa de Souza, que tem as experiências afro-diaspóricas como inspiração para seu trabalho.
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Responsável pela curadoria musical do Arte Core desde a primeira edição, o DJ Tamenpi se apresenta sábado e domingo. A cantora, compositora e instrumentista baiana Jadsa, revelação da música brasileira, faz show no sábado. No domingo, quem se apresenta é o pianista e compositor Jonathan Ferr, destaque da cena atual com seu urban jazz.
MAM. Avenida Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo. Sex. (29) a dom. (31), 10h/21h. Grátis.
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