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Artista plástica dá aulas gratuitas de balé para jovens carentes

Projeto Eflorescer atende cerca de 450 crianças e jovens, com aulas duas vezes na semana

Por Heloiza Gomes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 abr 2018, 09h30 - Publicado em 6 abr 2018, 09h30
“O objetivo é trabalhar a socialização, a autossuficiência e a autoestima para que eles consigam enfrentar esta vida da melhor forma possível” (Felipe Fittipaldi/Divulgação)
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Durante 28 anos, a artista plástica Doris Geraldi manteve a escola de balé Corpo Livre, na Barra. Em 2012, ela decidiu fechar o negócio, mas já tinha outra empreitada em mente: alimentava, há tempos, a ideia de fundar um projeto social com o foco na dança. Dois anos depois, concretizou seu sonho ao abrir as portas do Eflorescer, com aulas gratuitas de balé para jovens de 5 a 18 anos, além de atividades como ioga, kung fu e tai chi chuan. “Tudo começou quando a escola fez 21 anos e eu resolvi dar bolsas às crianças da Tijuquinha (antiga favela no Itanhangá). O resultado foi tão maravilhoso que optei por trabalhar para o pessoal dessa comunidade. Demorei dois anos para encontrar o lugar adequado, mas achei”, recorda. O espaço, de 200 metros quadrados, funciona dentro do Clube dos Médicos. Além de bancar o aluguel e as reformas necessárias, a artista mantém o projeto com recursos da venda de suas esculturas. “Não quero patrocínio. Gosto de desafios, de realizações e de ajudar o próximo. Eu me encontrei, estou muito feliz de poder fazer isso na minha idade”, afirma a mineira de 75 anos, radicada no Rio há quatro décadas.

O Eflorescer atende hoje cerca de 450 crianças e jovens, com aulas duas vezes na semana. “No fim de oito ou dez anos, teremos bailarinos profissionais, mas isso não é o principal. O objetivo é trabalhar a socialização, a autossuficiência e a autoestima para que eles consigam enfrentar esta vida da melhor forma possível”, diz Doris. Empolgada, ela, neste ano, começou a promover, uma vez ao mês, palestras abertas à comunidade sobre temas como alimentação natural e depressão. Antes de cada aula, as turmas fazem três minutos de meditação. “No ano passado conseguimos um ônibus e levamos 180 crianças para conhecer o Theatro Municipal. Elas ficaram tão emocionadas que eu chorei ao ver sua reação. Então, agora, vou tentar conseguir apoiadores apenas para o transporte, para levá-las a outros espaços culturais. Vamos trabalhar e torcer.”

 

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