O tradicional Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, mais conhecido como Feira de São Cristóvão, atrai 300 000 visitantes por mês. Turistas e cariocas vão atrás das 700 barracas de produtos típicos e os 35 restaurantes que servem as melhores iguarias regionais. Sons e cores também se misturam aos sabores e aromas neste pedacinho do Nordeste no Rio. Lojas de artesanato, de CDs, roupas e sapatos completam as atrações espalhadas nos 156 000 metros quadrados do pavilhão, onde há ruas e avenidas que levam o nome de estados nordestinos. Isso sem contar os dois grandes palcos de shows, onde repentistas improvisam rimas e grupos de forró se revezam com bandas de outros sons genuínos, como xote, baião, xaxado, brega, coco, arrasta-pé e maracatu. O que não faltam são opções para se divertir – e deliciar. Selecionamos algumas das atrações que fazem a visita ao local valer a pena.
Mantas de Caruaru e pônei enfeitado
As mantas aveludadas de Caruaru, Pernambuco, são destaque na barraca Gota Serena, principalmente no inverno. Há também esculturas e bonecas de argila pintadas à mão em diferentes preços e tamanhos. Mas o que chama mesmo a atenção está do lado de fora da loja: um pônei em tamanho real, todo paramentado e com indumentária típica do sertão, fica à disposição para fotos com crianças e adultos.
Gota Serena. Av. Bahia, D-38. Tel.: 3860-0221.
Todos os ritmos em um só lugar
Para quem gosta de música, uma passada na loja Carlinho’s CD’s , do cearense Carlinhos, é obrigatória. Localizada na avenida principal da Feira, ela dispõe em suas prateleiras desde Nirvana, AC/DC, Rihanna, Chris Brown e Justin Bieber até clássicos nordestinos e o que mais pintar no cenário musical. Na loja, há ainda uma coletânea incrível de artistas que marcaram época, como Zezo, de Natal (RN), que canta o brega em ritmo de seresta, Evaldo Braga e, por fim, Bartô Galeno, uma espécie de Roberto Carlos do Nordeste.
Carlinhos’s CD’s. Av. Bahia, D-105. Tel.: 2580-0893.
Carne de sol e afins
No Xodó das Carnes, um dos poucos açougues da feira, é possível encontrar a autêntica carne de sol, além de mocotó e costela. Mas o chamariz mesmo é a cabeça de boi (de mentirinha) pendurada do lado de fora do estabelecimento.
Xodó das Carnes. Rua Zé do Norte, em frente ao Açougue Guarabiense.
Sorvetes artesanais
Os doces nordestinos não ficam restritos apenas à rapadura e à tapioca. Na sorveteria Sabor do Norte não faltam sabores diferentes feitos artesanalmente com a polpa de frutas regionais como bacuri, cupuaçu, graviola, mangaba, murici, umbu, seriguela, graviola, taperebá e pitanga. Para a criançada, o tradicional chocolate e o colorido sorvete de chiclete são satisfação garantida.
Sabor do Norte. Rua Piauí, E-115. Tel.: 7840-1445.
Literatura de cordel
Na praça central da Feira, a Catolé do Rocha, uma tenda imita um caminhão de pau-de-arara, famoso por transportar trabalhadores no Nordeste ilegalmente. Nela está exposta uma porção de livrinhos de literatura de cordel, todos da Editora Luzeiro, especializada no ramo, com os mais variados temas em forma de poesia. São vendidos em média 150 livretos por fim de semana, dias de maior movimento na Feira.
Praça Catolé do Rocha, S/N.
Karaokê para soltar a voz
Uma principais diversões do público que visita a Feira são os vários karaokês em que é possível soltar a voz. Um dos mais concorridos é o Bazar da Cantoria, onde os clientes podem até gravar CDs com as suas performances. Há ainda outras opções, como o simpático Já Disse, em que a proprietária costuma dar canjas com direito a caracterização.
Bazar da Cantoria. Rua Paraíba, 38. Tel.: 2580-0521 / 99139-6662. www.bazardacantoria.com
+ As músicas preferidas dos cariocas nos karaokês da cidade
As melhores tapiocas
Entre as muitas barracas em que é possível encontrar tapiocas, a Kantinho das Tapiokas concorre à melhor tapioca da Feira. Entre os sabores doces e salgados, feitos na hora, se destacam leite condensado com coco, doce de leite, doce de cupuaçu com coco e queijo, leite condensado com coco e amendoim, pizza (queijo, presunto e orégano), calabresa, carne seca com queijo coalho e queijo com leite condensado. A barraca vende também farinhas de diversas regiões, como Ceará e Bahia, e goma de aipim para fazer tapioca em casa.
Kantinho das Tapiokas. Av. do Nordeste, 374. Tel.: 99739-6955 / 99561-6858.
Delícias para levar para casa
Em barracas como a Mandacaru e a J & S Cantinho do Nordeste é possível encontrar, entre outras delícias, um tipo de inhame chamado acará e camarão seco ou defumado, do Maranhão, para quem quiser se arriscar a cozinhar em casa. Entre os queijos, o manteiga, da Bahia, e o coalho artesanal, da Paraíba. Tem também bolo de massa puba, feita com mandioca; pão de peso, da Paraíba, que leva erva-doce, cravo e canela; sordas, um tipo de pão de mel feito com rapadura; castanha do Pará e castanha de caju; a clássica manteiga de garrafa; o famoso biscoito 3 de Maio e feijão de corda, aquele que vai no baião de dois, entre outras delícias da terra. E só na Feira de São Cristóvão, é claro, é possível encontrar o famoso guaraná Jesus, refrigerante do Maranhão, sabor tutti frutti, que é um sucesso no Nordeste. Na Barraca Mandacaru, além deste, tem também o famoso São Geraldo, de caju.
Barraca Mandacaru. Rua Ceará, D-78. Tel.: 2580-7017.
J & S Cantinho do Nordeste. Avenida Rio Grande do Norte, D-72. Tel.: 3878-0288.
Almoço cearense em grande estilo
Na Barraca da Chiquita, o must, além da comida, é claro, são os garçons caracterizados de nordestino. Com tradição de mais de 30 anos na Feira de São Cristóvão, o restaurante tem vista privilegiada para as atrações musicais que acontecem no palco Jackson do Pandeiro, logo em frente. Além da decoração típica criada pela própria Chiquita, a Francisca Alda, com objetos que lembram a sua terra, o Ceará, a casa conta também com salão climatizado no segundo andar e telões que exibem os jogos do Campeonato Brasileiro. O cardápio serve ainda iguarias como a generosa porção de carne de sol, feijão tropeiro, queijo coalho, aipim frito, arroz e farofa, com manteiga de garrafa, que serve duas pessoas. A paleta de cabrito com baião de dois e aipim cozido vem no ponto e também é servida para dois. Já para quem quiser provar um prato com o toque especial da dona da casa, a pedida é o Escondidinho da Chiquita, com carne seca desfiada e feijão verde. O restaurante oferece, ainda, uma carta de cachaça com oitenta rótulos, como Rainha (Paraíba), Germana (Minas Gerais) e Mangueira (Piauí), além de uma boa adega de vinhos com cerca de sessenta opções.
Barraca da Chiquita. Av. do Nordeste, em frente ao palco Jackson do Pandeiro. Tel.: 3860-2929 / 2047. www.barracadachiquita.com.br
Queijos, queijos e mais queijos
Na Queijaria Lampião, o queijo campeão de vendas é o coalho, seguido pelo de manteiga, da Paraíba, e pelo curado. Mas não é só de queijo que vive a barraca – o bolo de massa puba, pão de mel nordestino, com rapadura, também estão entre as opções.
Queijaria Lampião. Rua Rio Grande do Norte, loja D-143. Tel.: 3860-8387.
Temperos do Nordeste
A barraca Rei dos Temperos tem pimentas em conserva variadas (malagueta, de cheiro, cumari, defumada e por aí vai), em vidrinhos ou garrafas, além de especiarias mil moídas na hora e vendidas por peso. Temperos como cominho, coentro e orégano também emprestam aromas à barraca. E ainda tem as bebidas, castanhas, manteiga de garrafa, cereais, farinhas, entre outros produtos.
Rei dos Temperos. Av. Bahia, D-32. Tel.: 2580-3177.
Branquinha da boa
Na barra Cachaça da Feira são encontradas as melhores cachaças do Norte e do Nordeste – entre elas, Salina, Canarinha, Nega Fulô, Seleta, Nativa e Serra Limpa. O espaço vende ainda vinhos e outras bebidas quentes.
Cachaça da Feira. Rua Piauí, E-180. Tel.: 3317-3469 / 7891-6509.
Redes para relaxar
A barraca M&M Bonfim os destaques são as redes, os tapetes e os acessórios. Uma das redes com mais saída vem do Maranhão e é feita com palha de buriti trançada a mão, além de detalhes de coco. Outra peça muito procurada é a feita em tear manual, 100% algodão e com macramê (pequenos nós que dão o belo acabamento). Entre os tapetes, o mais cobiçado é o feito com fios de sisal, planta cultivada principalmente na Paraíba e na Bahia, trançado com chenille (tecido ornamental parecido com o veludo, feito a partir do algodão, da seda e da lã).
M&M Bonfim. Avenida Rio Grande do Norte, D-74. Tel.: 3860-7066.