Por mais que o avanço da tecnologia e a invasão de smartphones, computadores e tablets tenham posto o papel e a caneta em segundo plano, há uma turma que está liderando um movimento de resistência. São os adeptos do Bullet Journal, sistema de organização de rotina e tarefas criado pelo americano Ryder Carroll, em que a proposta é reunir afazeres, datas de aniversário, listas de objetivos — tudo anotado a mão em um caderno. Graças à dedicação dos seguidores do método, que adotam adesivos, posts-its e marcações com canetas de cores variadas, essa reencarnação moderninha e colorida da velha agenda — por incrível que pareça — virou moda na internet. Só no Instagram, a hashtag #bulletjournal soma mais de 600 000 publicações, com rasgados elogios ao poder terapêutico do hobby. “Decorar o caderninho virou uma maneira relaxante de se desligar do mundo e focar seus planos e atividades, longe da tecnologia e do mundo exterior”, atesta a psicóloga Rafaella Bordin.
A ciência, ao que tudo indica, corrobora a tese. Pesquisa publicada na revista americana Applied Cognitive Psychology mostrou que elaborar pequenos desenhos na agenda ajuda as pessoas a memorizar seus afazeres. A médica carioca Maria Lowen garante que se tornou mais organizada, sua alimentação melhorou e ainda passou a seguir uma rotina de exercícios. Ela tomou tanto gosto pela novidade que criou um canal no YouTube para mostrar como se faz um Bullet Journal. “Assim como eu, muita gente encontrou nesse artifício uma maneira eficiente de ordenar a vida”, diz Maria, que tem mais de 20 000 seguidores. Na internet, ela mostra, por exemplo, como fazer as listas, dá ideias de decoração das páginas e dicas sobre itens de papelaria. Tudo para registrar o dia a dia de um jeito cheio de bossa.
Querido diário > Por que o caderno de tarefas voltou a fazer sucesso
› É possível criar tabelas para facilitar o cumprimento de metas. Que tal ficar sem tomar refrigerante por 21 dias?
› Para quem precisa de uma dose de organização na vida, ele ajuda a planejar as tarefas por hora, dia ou mês
› Segundo pesquisas, os desenhos, além de terem efeitos terapêuticos, facilitam a memorização dos afazeres