Na semana que passou, o boato deu lugar ao anúncio oficial. O palacete em Botafogo, minuciosamente reformado ao longo de seis anos para abrigar, por menos da metade desse tempo, a programação do centro cultural Casa Daros, foi vendido ao grupo Eleva Educação. Até 13 de dezembro, o público ainda encontra no endereço atrações como a exposição Cuba — Ficción y Fantasía, sessões de cinema, oficinas e o cardápio do café Mira!. Depois, de portas fechadas, começa o trabalho de adaptação do espaço. Criado há quatro anos, o Eleva Educação tem 25 000 alunos no Rio e em Minas Gerais e já exibe bom desempenho no Enem. O projeto, com o toque de Midas do empresário Jorge Paulo Lemmann — um dos controladores da AB Inbev, o maior grupo cervejeiro do planeta, entusiasta e membro do conselhoda rede de ensino —, é transformar o casarão em um centro educacional de excelência. Curiosamente, a construção de estilo neoclássico levantada em 1866 volta à vocação original. Seus 11 000 metros quadrados tiveram como primeiro ocupante o Recolhimento das Órfãs e Desvalidas de Santa Tereza, dedicado à criação e instrução de meninas carentes. Em 1900, o imóvel passou a abrigar o Educandário Santa Theresa, e, até o fim do século passado, sediava o Colégio Anglo-Americano. Inviabilizado financeiramente, o projeto carioca da Daros Latinamerica, instituição suíça detentora da maior coleção de arte latino-americana na Europa, se encerra, depois de atrair mais de 270 000 visitantes. Uma nova era, agora na educação, está prevista para 2017.