A partir desta quarta (20), o Centro Cultural Banco do Brasil oferece mais uma mostra dedicada aos amantes de cinema. O Curta CineCCBB reúne curtas-metragens produzidos no país e que se destacaram em mostras e festivais. Durante o evento, que acontece até segunda (25), as obras serão divididas em três sessões temáticas, com quatro filmes cada. Os ingressos são vendidos uma hora antes de cada sessão e custam R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia).
Caracterizada pela diversidade, a programação reúne ícones do gênero, como Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado, Meow! (1981), de Marcos Magalhães, Mamãe, eu fiz um Super 8 nas calças (1974), de Carlos Zilio, Partido Alto (1976), de Leon Hirszman, Recife Frio (2009), de Kleber Mendonça Filho, e Batuque na Cozinha (2004), de Anna Azevedo, entre outros.
+ Mostra na Cinemateca do MAM explora a relação da música com o cinema
+ Imperator recebe exposição com pôsteres e filmes dos anos 80
Confira abaixo a programação completa:
Quarta (20)
- 18h – Programa 1: Curta como local de crítica social
- 19h30 – Programa 2: Curta como local de resistência cultural
Quinta (21)
- 18h – Programa 3: Curta como retratos – Samba e memória
- 19h30 – Programa 1: Curta como local de crítica social
Sexta (22)
- 18h – Programa 2: Curta como local de resistência cultural
- 19h30 – Programa 3: Curta como retratos – Samba e memória
Sábado (23)
- 18h – Programa 1: Curta como local de crítica social
- 19h30 – Programa 2: Curta como local de resistência cultural
Domingo (24)
- 18h – Programa 3: Curta como retratos – Samba e memória
- 19h30 – Programa 1: Curta como local de crítica social
Segunda (25)
- 18h – Programa 2: Curta como local de resistência cultural
- 19h30 – Programa 3: Curta como retratos – Samba e memória
Veja as sinopses dos curtas de cada programa:
CURTA COMO LOCAL DE CRÍTICA E RESISTÊNCIA CULTURAL
Os filmes desta sessão foram organizados a partir de uma das inúmeras características do curta-metragem: a de lugar de crítica e de registro da cultura. O que liga estes filmes é a questão de uma cultura negra, originária.
– Alma no Olho, de Zózimo Bulbul [RJ, fic, 11min, p&b, 1974]
- Sinopse: Considerado por críticos como o melhor trabalho de Zózimo Bulbul, faz uma reflexão sobre a identidade negra no Brasil, através de mímica e linguagem corporal focando a origem africana, a colonização européia e a liberação através da identidade cultural.
– Nego Fugido, de Claudio Marques e Marília Hughes [BA, fic, 16min, cor, 35mm, 2009]
- Sinopse: Dois jovens artistas partem para conhecer um antigo ritual que revive a fuga dos escravos, no interior do Brasil. Lá, eles se envolvem com a celebração de uma forma inesperada!
– Uns e Outros, de Tunico Amancio [RJ, exp, 13min, cor, 35mm, 2002]
- Sinopse: Em 1504 normandos chegam numa tribo de carijós no sul do Brasil e levam um indio para a França. Este encontro histórico é tratado como uma fantasia conceitual.
– Partido Alto, de Leon Hirszman [RJ, doc, 22min, cor, 16mm, 1976/1982]
- Sinopse: Com raízes na batucada baiana, o partido alto sofre variações porque , ao contrário do samba comprometido com o espetáculo , é uma forma livre de expressão e comunicação imediata, com versos simples e improvisados, de acordo com a inspiração de cada um. Partido alto é uma forma de comunhão, reunindo sambistas em qualquer lugar e hora pelo simples prazer de se divertir.
CURTA COMO LOCAL DE CRÍTICA SOCIAL E POLÍTICA
Os filmes desta sessão foram organizados a partir de uma relação crítica ao sistema capitalista com muito bom humor.
– Meow!, de Marcos Magalhães [RJ, ani, 8min, cor, 35mm, 1981]
- Sinopse: Um gato é disputado por dois donos. Um tem pouco leite para alimentá-lo, e outro tenta de todas as formas acostumá-lo a beber um refrigerante chamado “Soda-Cólica”.
– Mamãe Eu Fiz Um Super 8 nas Calças, de Carlos Zílio [RJ, fic/exp, 1min, cor, silencioso, Super 8, 1979]
- Sinopse: Créditos feitos em folha de papel anunciam um filme político e de suspense. Estética da precariedade usada para ironizar o cinema de grande produção. As duas primeiras “folhas” do fime, por exemplo, ironizam o “leão que ruge”, tradicional abertura da produtora americana MGM.
– Recife Frio, de Kleber Mendonça Filho [PE, fic, cor, 24min, 2009]
- Sinopse: Estranha mudança climática faz Recife, na região Nordeste do Brasil, passar a ser uma cidade fria. O documentário de uma TV estrangeira examina os efeitos da mudança em toda uma cultura que sempre viveu em clima quente.
– Ilha das Flores, de Jorge Furtado [RS, 12min, cor, 35mm, 1989]
- Sinopse: Um tomate é plantado, colhido, transportado e vendido num supermercado, mas apodrece e acaba no lixo. Acaba? Não. ILHA DAS FLORES segue-o até seu verdadeiro final, entre animais, lixo, mulheres e crianças. E então fica clara a diferença que existe entre tomates, porcos e seres humanos.
CURTA COMO RETRATOS
A sessão é pautada em personagens do samba, com uma pegada musical para o público entrar no clima do Carnaval.
– Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba, de Thomaz Farkas e Ricardo Dias [SP, doc, 10min, cor, 35mm, 2006]
- Sinopse: Em abril de 1954 Thomaz Farkas filmou, com uma câmera 16mm de corda, uma apresentação de Pixinguinha e o Pessoal da Velha Guarda, no parque do Ibirapuera em São Paulo, nos festejos do IV Centenário da cidade. Este material se perdeu e foi reencontrado 50 anos depois. O filme conta esta história e recupera o material.
– Jorjão, de Paulo Tienfenthaler [RJ, doc, 18min, cor, 35mm, 2004]
- Sinopse: Um portrait do diretor de bateria de escolas de samba, Mestre Jorjão. Ele fala da sua relação com os ritmistas, da sua criatividade na hora de criar as famosas “paradinhas”, da polemica que causou ao introduzir uma batida funk na bateria da Unidos da Viradouro e de como começou na Padre Miguel. O filme ainda traz fortes imagens da bateria da Mocidade evoluindo no desfile de carnaval na Avenida Marquês de Sapucaí sob comando do Mestre Jorjão e o depoimento da sua esposa que esperou vinte anos para se casar com ele.
– Batuque na Cozinha, de Anna Azevedo [RJ, doc, 19min, 2004]
- Sinopse: A história de mulheres que dedicaram suas vidas ao samba e fizeram dessa relação uma tradição cultural brasileira. Tia Doca, tia Eunice, tia Surica. A história do samba passa pelo quintal, pela cozinha e pela vida dessas mulheres, ícones da Velha Guarda da Portela.
– Babau na Casa do Cachaça, de Luiz Guimarães de Castro [RJ, doc, 20min, 2005]
- Sinopse: O encontro de dois velhos amigos. O sambista Babaú da Mangueira visita seu amigo Carlos Cachaça, cantando seus sambas e contando suas histórias.