AVALIAÇÃO ✪✪✪
Comunicador-prodígio na simbiose entre vanguarda e popularidade, José Abelardo Barbosa de Medeiros (1917-1988), o Chacrinha, engrossa a lista aparentemente interminável de grandes nomes das artes que têm sido alvo de musicais biográficos nos últimos anos. Aqui, porém, nota-se uma tentativa, se não plenamente realizada, ao menos meritória na ambição de ir além da fórmula dominante no gênero. Escrito por Pedro Bial e Rodrigo Nogueira, o texto é pontuado por encontros algo simbólicos entre o jovem Abelardo (Leo Bahia, confirmando o talento revelado em The Book of Mormon) e o Velho Guerreiro (Stepan Nercessian, mimetizando à perfeição voz e trejeitos). Mesmo assim, sobressai a exposição cronológica de episódios marcantes na vida do homenageado — desde sua juventude, no Nordeste, passando pela iniciação como radialista, até a fama na TV. Nada que comprometa a razão de ser da montagem: a diversão apropriadamente caótica, evocativa dos programas do apresentador. Estreante como diretor teatral, Andrucha Waddington não tenta reinventar a roda e mantém o espetáculo positivamente escorado em um desfile nostálgico de figuras conhecidas e no visual esfuziante. Completam o programa dezenas de canções que estouraram sob a bênção de Chacrinha, recriadas através da eficiente direção musical de Délia Fischer (135min, com intervalo). 12 anos. Estreou em 14/11/2014.
Teatro João Caetano (1 143 lugares). Praça Tiradentes, s/nº, Centro, ☎ 2332-9257. → Quinta, 19h; sexta, 20h; sábado, 16h e 20h; domingo,19h. R$ 50,00 a R$ 120,00. Bilheteria: a partir das 14h (qui. a dom.). IC. Até 1º de março de 2015.
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