1 – Curtir o show de Davi Moraes e Moraes Moreira com repertório dos Novos Baianos
Brasil Pandeiro, de Assis Valente (1911-1958), ao lado de composições então inéditas que são assobiadas até hoje, como A Menina Dança e Preta Pretinha, garantiu o lugar do LP na história. Para comemorar os quarenta anos do lançamento de Acabou Chorare (1972), do grupo Novos Baianos, Moraes Moreira juntou-se ao filho Davi Moraes em uma apresentação a princípio única, no Instituto Moreira Salles, e vem repetindo-a diante de plateias cheias há mais de dois anos.
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Um dos fundadores da banda — e autor, ao lado de Galvão, Paulinho Boca de Cantor ou Pepeu Gomes, de todas as músicas do disco (exceto, claro, o samba de Assis Valente) —, Moraes volta ao Circo Voador no sábado (27). Além do filho guitarrista, sobem ao palco Augusto Albuquerque (baixo), Marcos Molleta (guitarra, guitarra baiana e cavaquinho), Cesinha (bateria) e Repolho (percussão). Ao vivo, as canções do álbum dividem espaço com animados sucessos de Moraes Moreira, como Pombo Correio (dele com Dodô e Osmar) e Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira (com Pepeu). 18 anos.
Circo Voador (2 000 lugares). Arcos da Lapa, s/nº, Lapa, ☎ 2533-0354. Sábado (27), a partir das 22h. R$ 80,00 (2º lote). Desconto de 50% com a apresentação do e-flyer ou 1 quilo de alimento não perecível. Bilheteria: 12h/19h (ter. a qui.); 12h/0h (sex.); a partir das 14h (sáb.). IC. www.circovoador.com.br.
2 – Assistir à peça Chacrinha, o Musical
Comunicador-prodígio na simbiose entre vanguarda e popularidade, José Abelardo Barbosa de Medeiros (1917-1988), o Chacrinha, engrossa a lista aparentemente interminável de grandes nomes das artes que têm sido alvo de musicais biográficos nos últimos anos. Aqui, porém, nota-se uma tentativa, se não plenamente realizada, ao menos meritória na ambição de ir além da fórmula dominante no gênero. Escrito por Pedro Bial e Rodrigo Nogueira, o texto é pontuado por encontros algo simbólicos entre o jovem Abelardo (Leo Bahia, confirmando o talento revelado em The Book of Mormon) e o Velho Guerreiro (Stepan Nercessian, mimetizando à perfeição voz e trejeitos). Mesmo assim, sobressai a exposição cronológica de episódios marcantes na vida do homenageado — desde sua juventude, no Nordeste, passando pela iniciação como radialista, até a fama na TV. Nada que comprometa a razão de ser da montagem: a diversão apropriadamente caótica, evocativa dos programas do apresentador. Estreante como diretor teatral, Andrucha Waddington não tenta reinventar a roda e mantém o espetáculo positivamente escorado em um desfile nostálgico de figuras conhecidas e no visual esfuziante. Completam o programa dezenas de canções que estouraram sob a bênção de Chacrinha, recriadas através da eficiente direção musical de Délia Fischer (135min, com intervalo). 12 anos. Estreou em 14/11/2014.
Teatro João Caetano (1 143 lugares). Praça Tiradentes, s/nº, Centro, ☎ 2332-9257. → Quinta, 19h; sexta, 20h; sábado, 16h e 20h; domingo,19h. R$ 50,00 a R$ 120,00. Bilheteria: a partir das 14h (qui. a dom.). IC. Até 1º de março de 2015.
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3 – Pegar um cineminha com O Abutre
Na melhor e mais impactante atuação da carreira, Jake Gyllenhaal perdeu 14 quilos para estrelar este angustiante drama. O físico esquálido do personagem e o rosto pálido, consequência de noites não dormidas, são importantes na composição de Louis Bloom, sujeito asqueroso que mora em Los Angeles e sobrevive de pequenos furtos. Algo, porém, vai fazer o protagonista mudar de vida. Ao conhecer o submundo da imprensa, ele compra uma câmera, contrata um rapaz humilde e, dirigindo pelas madrugadas, sai à procura de acidentes, crimes, vítimas e mortes. O título faz todo o sentido: é a imagem do abutre à caça de uma presa agonizante. No dia seguinte, Bloom visita uma pequena emissora de TV, interessada nesse tipo de jornalismo sensacionalista, a fim de vender a, digamos, reportagem. Em seu primeiro longa como diretor, o roteirista Dan Gilroy, sem fazer julgamento moral do personagem, acerta no posicionamento crítico. A excepcional atmosfera soturna e o desenrolar de tensão eletrizante distanciam a trama do lugar-comum. Direção: Dan Gilroy (Nightcrawler, EUA, 2014, 117min). 14 anos. Estreou em 18/12/2014.
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4 – Apreciar as obras de Amilcar de Castro no MAM
A visita à retrospectiva em cartaz no MAM revela uma mente obstinada. Na linha de Jackson Pollock e suas famosas action paintings, ou de Piet Mondrian e suas reconhecíveis telas cheias de quadriláteros coloridos, o mineiro de Paraisópolis Amilcar de Castro (1920-2002) se dedicou, em grande parte de suas esculturas, a explorar a fundo as possibilidades de um método: em vez de acrescentar ou retirar matéria da obra, partia de uma única chapa de aço corten, que cortava e dobrava para criar um intrigante objeto tridimensional, capaz de conjugar a rigidez do material e a leveza da forma. A reiteração da técnica, porém, não esvazia de virtudes próprias cada um dos trabalhos, dezenas deles nos mais diversos tamanhos, que se espalham pela exposição. Quatro chamam especial atenção, por razões óbvias: em grandes dimensões (o maior tem 4 metros de altura), ocupam os pilotis do MAM, promovendo um diálogo interessante com as colunas do edifício projetado por Affonso Reidy. Em menor número, esculturas de mármore, granito, madeira e vidro, além de pinturas, completam a mostra.
Museu de Arte Moderna. Avenida Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo, ☎ 3883-5600. → Terça a sexta, 12h às 18h; sábado e domingo, 12h às 19h. R$ 14,00. A bilheteria fecha meia hora antes. Pessoas com mais de 60 anos pagam R$ 6,00. Grátis para amigos do MAM, menores de 12 anos e, na quarta, a partir das 15h, para todos. Aos domingos vigora o ingresso-família: pagam-se R$ 14,00 por grupo de até cinco pessoas. Estac. (R$ 5,00 para visitantesdo museu). Até 8 de fevereiro de 2015.
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5 – Tomar uns drinques no Lemonade Bar, na Barra da Tijuca
Na Avenida Olegário Maciel, as atenções se voltam, ao longo do dia, para a galeria de arte, além da loja que vende de vinis raros a peças de roupa. A partir das 19 horas, o ponto muda de cara: pufes, sofás, mesinhas e um DJ, com seu equipamento, ocupam parte da calçada. Acomode-se para explorar a excelente carta de drinques, dividida em duas categorias e elaborada pelo mixólogo Marcos Néia, ex-Astor. Uma delas é a das criações mais leves. Nessa lista, o agradável lynchburg lemonade (R$ 25,00), refrescante combinação de Jack Daniel’s, licor Grand Marnier, mix cítrico e soda artesanal, fez boa companhia ao ceviche ladeado por chips de batata-baroa (R$ 35,00). A segunda parte da carta traz clássicos revisitados, como o manhattan zeppelin (R$ 30,00), feito de Jack Daniel’s Single Barrel, vermute, bitter de laranja, angustura e cereja. O mesmo bitter dá outro toque ao tradicional negroni (R$ 25,00), receita de gim, Campari e vermute italiano. De quarta a sábado, há apresentações ao vivo no palco do 2º andar, com acesso pela loja.
Avenida Olegário Maciel, 130, loja E, Barra, ☎ 3624-0032 (50 lugares). 19h/2h30 (sáb. e dom. a partir das 16h; fecha seg.). Couvert art.: R$ 20,00 (qui.) e R$ 30,00 (sex. e sáb.) Cc: todos. Cd: todos. Aberto em 2014.