Nem só de lives vão viver os artistas em meio à pandemia do novo coronavírus. Aos poucos, empresários do setor do entretenimento começam a se mexer e pensar em alternativas rentáveis que não desrespeitem o decreto de isolamento social. A solução à vista vem do passado: cinema drive-in modernizado, em que as pessoas assistem a filmes – e também a shows e peças de teatro – sem sair de seus próprios carros.
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A Jeunesse Arena, na Zona Oeste, recebe, entre 28 de maio e 28 de junho, o LoveCine Drive-In, que funcionará de quinta a domingo. Serão três sessões às sextas e sábados e duas às quintas e domingos. Cada ‘experiência’, que contará com exibição de filmes, shows e apresentações de DJs, terá duração de quatro horas. A capacidade do empreendimento é de aproximadamente 180 carros por sessão, e o ingresso vai custar 100,00 reais por veículo. Ou seja, não importa o número de pessoas no carro, o preço não varia.
Os filmes exibidos na empreitada serão revelados na véspera, mas todos os gêneros serão contemplados. Clássicos de diferentes épocas e sucessos atuais farão parte da programação.
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”Pensamos no projeto como um momento de descompressão. Antes do LoveCine, pensamos em diversos projetos, cogitamos a Baía de Guanabara num projeto semelhante ao que acontece em Amsterdam, na Holanda, com exibição nos canais da cidade, mas decidimos entrar no universo do Drive-In, por causa da pegada nostálgica, como o saudoso cinema da Lagoa. Quisemos mirar no valor sentimental dessa experiência”, conta André Barros, sócio fundador da Party Industry, que organiza o evento.
O esquema gastronômico será por delivery. Em relação a banheiros, a estrutura terá dois contêineres que, segundo Barros, serão limpos constantemente, disponibilizando álcool gel aos frequentadores e com organização nas filas, para que o distanciamento seja mantido.
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Outro projeto, ainda em fase inicial, é da Dream Factory, empresa que organiza grandes eventos no Rio, como o Carnaval de rua e a inauguração da Árvore de Natal da Lagoa. Os chamados Dream Park estarão em oito cidades brasileiras. No Rio, a previsão é de que as zonas Oeste e Norte recebam os empreendimentos em julho, em estacionamentos de grandes shoppings. As conversas com o Barra Shopping estão adiantadas. No entanto, a empresa vai aguardar que medidas de relaxamento da quarentena sejam adotadas antes de inagurar os parques.
Segundo Claudio Romano, CEO da empresa, o Dream Park será uma ponte entre o momento de reclusão e a ‘nova vida normal’, da qual muito se fala, mas ninguém sabe direito como será na prática. “A ideia nasceu da nossa vontade de ajudar a indústria do entretenimento, que parou completamente. Live é muito legal, mas a maioria dos cantores e atores não ganha um centavo com elas. Artistas pequenos e médios estão sofrendo com essa crise, e queremos que eles se apresentem no Drive-In”, explica.
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Os espaços, de 10000 metros quadrados cada, vão comportar de 150 a 200 carros por vez e terão um pouco de tudo: filmes, shows, setlists de DJs, teatro e apresentações de stand-up comedy. O ingresso também será cobrado por veículo. Os frequentadores terão um aplicativo à disposição para pedir comida – entregue pelos estabelecimentos das praças de alimentação dos shoppings por funcionários caracterizados com uniformes retrô e, claro, máscaras de proteção e luvas.
“Usamos nossa experiência no cadastro de ambulantes do Carnaval para convocar os pipoqueiros de rua, que também estão sem trabalho, para estacionarem suas carrocinhas no Dream Park”, adianta Romano. O Dream Park é pensado para ser um evento temporário, mas o futuro – sobre o qual ninguém consegue opinar – pode mostrar que o Drive-In voltou para ficar.