Corte Fatal e Onde Vivem os Bárbaros: as novidades teatrais no Rio
Programação traz ainda as reestreias de A Palavra que Resta, Sidarta, Ninguém Dirá Que É Tarde Demais e O Homem que Engoliu um Chip, entre outras

Absolvição
A montagem brasileira do monólogo do irlandês Owen O’Neill, dirigida por Daniel Herz, traz Andriu Freitas como um homem atormentado que tem como propósito caçar padres abusadores de crianças e fazer justiça com as próprias mãos. Repleto de reviravoltas e revelações, o texto levanta questões profundas sobre ética e justiça, buscando provocar uma reflexão no público. Para criar o texto, o dramaturgo entrevistou diversos homens que haviam sofrido abusos na infância.
Espaço Abu. Nossa Senhora de Copacabana, 249, loja E. Sex. e sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 30,00 a R$ 60,00. Ingressos pelo Sympla. De 7 a 30 de março.
Copacabana (Tu) Não Me Engana, Uma Revuette Carioca
A estreia do espetáculo marca a inauguração do projeto Cabaret do Gláucio, que promete resgatar a atmosfera dos antigos cabarés artísticos. Como muito humor e performances, a peça promove uma viagem teatral e musical pela história de Copacabana, passando por momentos marcantes como a inauguração do lendário Copacabana Palace, o auge da bossa nova, os emblemáticos shows de travestis da Galeria Alaska e a revolução do grupo Dzi Croquettes, que unia dança, teatro, música e humor.
Teatro Glaucio Gill. Praça Cardeal Arcoverde, s/nº, Copacabana. Sex. e sáb., 22h. R$ 2,50 a R$ 5,00. Ingressos pelo site da Funarj. De 7 a 28 de março.
Corte Fatal
Uma pianista é assassinada em casa, e o agente Nicolas (Fernando Caruso) e seu parceiro, Márcio (Paulo Mathias Jr.), vão ao salão que fica no mesmo edifício investigar. Lá, encontram o cabeleireiro Tony (Carmo dalla Vecchia), a manicure Bárbara (Hylka Maria), o vendedor de antiguidades Eduardo (Douglas Silva) e a socialite Dona Meirelles (Cristiana Oliveira). Essa é a trama do espetáculo do alemão Paul Paul Pörtner, que volta ao Brasil depois de mais de trinta anos desde sua primeira montagem no Brasil. Na peça, interativa, todos são suspeitos e o público também assume o papel de detetive, ajudando a decidir o rumo da história, que a cada apresentação pode ter um final diferente. A adaptação e a direção são de Pedro Neschling.
Teatro das Artes. Shopping da Gávea. Rua Marquês de São Vicente, 52/2º andar. Sex. e sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 70,00 a R$ 140,00. Ingressos pelo Divertix. De 8 de março a 1º de junho.
Deixa Clarear
Com texto de Marcia Zanelatto e direção de Isaac Bernat, o musical é protagonizado pela atriz Clara Santhana, que se apresenta acompanhada por um quarteto de violão, cavaquinho, percussão e sopros. Com direção musical de Alfredo Del Penho, o espetáculo mistura música e poesia lançar um olhar sobre a vida e a obra de Clara Nunes. No repertório, estão clássicos imortalizados na voz da artista, como O Canto das Três Raças (Paulo Cesar Pinheiro e Mauro Duarte) e Morena de Angola (Chico Buarque).
Teatro Adolpho Bloch. Rua do Russel, 804, Glória. Sex. (7) e sáb. (8), 20h. Dom. (9), 17h. R$. Ingressos pelo Ingresso.com. Únicas apresentações.
O Homem que Engoliu um Chip
Comemorando os sessenta anos de nascimento do poeta, escritor e artista plástico carioca Rodrigo de Souza Leão (1965-2009), a adaptação teatral de seu livro Todos os Cachorros São Azuis volta à cena. Na publicação, ele, que tinha esquizofrenia, narra seus dia a dia nos períodos de internação em instituições psiquiátricas de forma bem-humorada, repleta de auto-ironia. Com dramaturgia de Ramon Nunes Mello e direção artística de Adriano Garib, o espetáculo traz Manoel Madeira atuando como um performer, ora relatando, ora vivenciando as situações contadas pelo escritor. A peça traz trechos em off na voz do próprio Rodrigo de Souza Leão e de Adriano Garib.
Casa de Cultura Laura Alvim. Espaço Rogério Cardoso. Avenida Vieira Souto, 176, Ipanema. Sex. e sáb., 19h. Dom., 18h. R$ 25,00 a R$ 50,00. Ingressos pelo site da Funarj. De 7 a 30 de março.
Ninguém Dirá Que É Tarde Demais
Vista por mais de 300 000 pessoas, a peça, com direção de Amir Haddad, volta ao Rio. Inspirada na música Último Romance, do grupo Los Hermanos, a peça se passa durante a pandemia de Covid19 e conta a história de um amor na terceira idade. Durante o período de isolamento, Luiza (Arlete Salles) recebe o neto, Márcio (Pedro Medina, seu neto na vida real e autor do espetáculo). Já Felipe (Edwin Luisi) vai morar com o filho, Mauro (Alexandre Barbalho, filho de Arlete na vida real). Vizinhos de parede, Luiza e Felipe implicam um com o outro, até que se conhecem na rua, sem saber suas identidades.
Teatro Claro Mais. Rua Siqueira Campos, 143/2º piso, Copacabana. Qui. a sáb., 20h. Dom., 19h30. R$ 19,80 a R$ 120,00. Ingressos pelo Uhuu!. Até 30 de março.
Onde Vivem os Bárbaros
Com adaptação inédita e direção de Patrick Sampaio, o espetáculo do chileno Pablo Manzi marca o retorno do coletivo Brecha ao circuito comercial de teatros, após onze anos. Dias depois do homicídio de uma jovem, Roberta, diretora de uma empresa que atua em países em conflito, recebe primos que não vê há dez anos para jantar. Um telefone anuncia que há um plano de vingança, tendo Roberta e sua família como alvos. O encontro, então, se transforma em um jogo de tensão e desconfiança que expõe os limites da suposta civilidade dos membros da família, em um estudo sobre a branquitude que investiga o medo e a naturalização da violência.
Teatro Gláucio Gill. Praça Cardeal Arcoverde, s/nº, Copacabana. Sáb. a seg., 20h. R$ . Ingressos pelo site da Funarj. De 8 a 31 de março.
A Palavra que Resta
Baseada no premiado livro homônimo de Stênio Gardel, a peça da Cia. Atores de Laura, com direção e adaptação de Daniel Herz, conta a história de Raimundo. Nascido no sertão nordestino, ele trabalha desde cedo na roça e não teve a oportunidade de ir à escola. Durante a fase de descoberta do sexo, na juventude, apaixona-se pelo melhor amigo, Cícero. Após serem flagrados juntos, os dois são demonizados e separados pelas duas famílias. Cícero desaparece, deixando apenas uma carta a Raimundo, que era analfabeto. Aos 71 anos, resolve ser alfabetizado para, finalmente, poder saber o que seu amor do passado lhe havia escrito. Na montagem, os seis atores em cena se revezam em todos os papéis.
Teatro Laura Alvim. Avenida Vieira Souto, 176, Ipanema. R$ 30,00 a R$ 60,00. Ingressos pelo site da Funarj. De 8 a 30 de março.
Sidarta
Livremente inspirado no livro homônimo de Herman Hesse, baseado na juventude de Buda, o espetáculo tem texto atuação de Angel Ferreira e conta a história de Sidarta, um filho de brâmanes (a casta sacerdotal e a mais alta da sociedade hinduísta, na Índia) que sai da casa dos pais e se torna um Samana, buscando a iluminação por meio da renúncia aos prazeres do corpo. Em seguida, desiludido com doutrinas, Sidarta conhece o próprio Buda e dele também se afasta, determinado a encontrar seu caminho ou a morte. Estabelece relação com uma cortesã da cidade, torna-se comerciante, embrenha-se no vício e no materialismo, para novamente deixar tudo para trás e retornar à simplicidade.
Teatro Poeirinha. Rua São João Batista, 104, Botafogo. Qui. a sáb., 20h. Dom., 19h. R$ 40,00 a R$ 80,00. Ingressos pelo Sympla.
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