Realizada em Paris, em 1955, a coletiva Le Mouvement é considerada um marco da arte cinética. Carlos Cruz-Diez havia feito sua primeira individual fazia oito anos (exibiu guaches) quando visitou a mostra e deu novo rumo à própria carreira. Aos 91 anos e o maior representante vivo da corrente encabeçada por nomes como o seu conterrâneo Jesús Soto (1923-2005) — um dos participantes da histórica exposição parisiense —, o artista venezuelano tem quinze trabalhos expostos na Galeria de Arte Ipanema. No acervo, a série Physichromie parece tecer um eterno jogo de “agora você vê, agora não vê mais”. A intensa variação de cores depende da perspectiva do olhar e da luz ambiente. Desenhos geométricos com profundidade também saltam aos olhos ou se escondem conforme o visitante se desloca diante da obra. Esse jogo de ilusão, surgido como um desafio solene à condição estática da pintura, prossegue de forma lúdica na visita, em criações como Induction Chromatique, da série Fedix 3, ou a imponente Transchromie: com mais de 2 metros de altura, a estrutura sustentada por alumínio tem numerosas varetas de acrílico laranja, verdes e azuis que parecem trocar de cor a todo momento.
Galeria de Arte Ipanema. Rua Aníbal de Mendonça, 173, Ipanema, ☎ 2512-8832. Segunda a sexta, 10h às 9h; sábado, 10h às 14h. Grátis. Até 29 de novembro.