Uma das premiações mais célebres do Cinema brasileiro, a 48ª edição Festival de Gramado vai acontecer de forma remota, com transmissão pela internet, por causa da pandemia do novo coronavírus. Após ser adiado por duas vezes, os organizadores cravaram a data: 18 a 26 de setembro.
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Já foram anunciados os catorze curtas-metragens concorrentes. O Rio de Janeiro tem quatro filmes na disputa. São Paulo tem três curtas concorrendo. Aagoas, Amazonas, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Sul, figuram com um exemplar na competição. Todos os filmes vão disputar os prêmios de melhor curta, direção, melhor ator, atriz, roteiro, fotografia, montagem, trilha sonora, direção de arte e desenho de som.
São eles: Dominique (2019), documentário de Tatiana Issa e Guto Barra, com roteiro de Giovanna Giovanini, que acompanha, numa ilha na foz do rio Amazonas, a jovem Dominique, cuja mãe criou sozinha três filhas transexuais. No caminho para visitar a mãe, Dominique relembra os tempos de prostituição e brutalidade policial que sobreviveu devido ao amor incondicional de sua mãe.
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O curta Joãosinho da Goméa – O Rei do Candomblé (2019), tem direção e roteiro de Janaina Oliveira ReFem e Rodrigo Dutra e foi produzido na cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O filme apresenta o sacerdote de Candomblé Joãosinho da Goméa como narrador principal de sua história. Com músicas e performances provocadoras, além de arquivos diversos que ressaltam o quanto ele é importante para as religiões de matriz africana.
Outro filme no páreo é Blackout (2019), de Rossandra Leone. Em um Rio de Janeiro futurista, nada parece ter mudado. Abuso de autoridade, violações de direitos, racismo e machismo ainda dão o tom da relação do poder público com a favela. Mas algo parece estar para mudar. Leone assina o roteiro juntamente com Pedro Gomes. A trilha sonora é de Rico Dalasam.
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Encerra a lista o documentário Atordoado, Eu Permaneço Atento (2020), dirigido por Henrique Amud e Lucas H. Rossi dos Santos. O curta acompanha o jornalista Dermi Azevedo, que nunca parou de lutar pelos direitos humanos e, agora, três décadas após o fim da ditadura, assiste ao retorno das práticas daquela época.
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O Festival de Gramado vai anunciar, em breve, os longa-metragens na disputa pelo Kikito de melhor filme.