Integrante da Missão Artística Francesa, movimento que revolucionou o panorama das belas-artes no Brasil no início do século XIX, Jean-Baptiste Debret (1768-1848) fez história ao registrar, com talento e minúcia, personagens e cenas do Brasil — notadamente do Rio, onde residiu entre 1816 e 1831. Paisagens, cenas urbanas, costumes sociais e transformações naquele período, tais como vistos pelo artista, estão em O Rio de Janeiro de Debret, em cartaz a partir de quinta (5) no Centro Cultural Correios. Com 120 obras pertencentes à Coleção Castro Maya (que reúne mais de 500 trabalhos de Debret, entre aquarelas e desenhos), a exposição engrossa a lista de comemorações pelos 450 anos da cidade. Parte significativa das imagens retrata questões oriundas da polarização entre homens livres e escravos no país, tema caro ao artista. Em uma aquarela, por exemplo, vê-se uma senhora indo à missa em sua cadeira carregada por homens negros. Outro trabalho, de aparente simplicidade, exibe um rico registro da época: reúne no mesmo quadro uma loja de barbeiro, profissional então dedicado a variadas funções, um amolador de facas e uma vendedora de tabuleiro na mão.
Centro Cultural Correios. Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro, ☎ 2253-1580. → Terça a domingo, 12h às 19h. Grátis. Até 3 de maio. A partir de quinta (5).
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