A partir da próxima segunda (28), uma obra do artista plástico Denilson Baniwa ganhará proporções monumentais no Rio. Mais especificamente, um outdoor na Rua General Polidoro, esquina com Rua Dezenove de Fevereiro, em Botafogo, Zona Sul da cidade.
Baniwa é um dos artistas participantes da mostra No Calor da Hora, primeira edição do projeto M.A.P.A. – Modos de Ação para Propagar Arte, que roda as capitais brasileiras expondo obras de diferentes estilos, sempre em outdoors.
A imagem, produzida pelo artista e ativista durante a quarentena, traz uma onça pintada e os dizeres “RJ terra indígena”.
“A história dos grandes centros urbanos do Brasil se mistura com a presença indígena, apesar dessa presença ser pouco notada hoje em dia. Alguns até pensam que não há indígenas nas cidades. A memória indígena é muito importante. Nesta obra, trago o yawareté, espírito que está presente desde a criação deste mundo e viu todas as camadas de concreto, ferro, lixo e poluição que soterraram aldeias, povos e, agora, a memória dos índios. A pintira é um chamado para sermos mais indígenas, para que nossa existência no planeta não seja abreviada devido ao nosso estilo de vida predatório e colonizador”, diz o artista Denilson Baniwa, que nasceu na Aldeia Darí, em Barcelos, no Amazonas, e mora no Rio.
A mostra No Calor da Hora é uma provocação, em tempos de pandemia, sobre qual o lugar da arte em meio ao caos. A exposição, que acontece em 27 cidades simultaneamente, reúne artistas que atuam nas mais diversas plataformas, adotando em suas práticas os mais variados suportes, entre eles, Arnaldo Antunes, Augusto de Campos, Karim Aïnouz e Aline Mota.