Os detalhes da reabertura da Cinemateca do MAM após longa reforma

Foram investidos 790 000 reais no espaço, que agora conta com tela igual à da cerimônia do Oscar, que suporta tecnologias antigas e atuais

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 21 mar 2025, 14h40 - Publicado em 12 mar 2025, 19h53
Auditório-Cinemateca-do-MAM
Cinemateca do MAM: reabertura em março após reforma (Vicente de Mello/Divulgação)
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Depois de três meses fechada para obras, a Cinemateca do MAM reabre nesta quinta (13) modernizada. Foram investidos 790 000 reais no espaço, que contou com reforma da cabine, substituição de todo o cabeamento elétrico, e renovação dos sistemas de áudio e iluminação.

“O projeto de reforma da infra-estrutura de projeção é um sonho antigo. Reflete o compromisso da Cinemateca com a preservação da experiência histórica de ver um filme, com a correta reprodução das características técnicas e artísticas originais dos filmes, e com a necessidade de acompanhar a evolução tecnológica do digital”, comenta o gerente da instituição, Hernani Heffner.

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A abertura do Auditório Cosme Alves Netto, às 18h30, será com o longa Salomé, grande vencedor da última edição do Festival de Brasília, em sessão apresentada pelo diretor André Antônio. O evento marca, ainda, o início das comemorações dos setenta anos de exibição da Cinemateca do MAM.

Para marcar a nova fase, a sala conta programação especial, com filmes brasileiros inéditos no Rio, e clássicos do cinema nacional e internacional em cópias restauradas. Na sexta (14), às 18h30, a atração é o longa O Assalto ao Trem Pagador (1962), de Roberto Farias. Outro destaque, no sábado (15), é O Desprezo (1963), de Jean-Luc Godard.

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A reforma mantém a capacidade que a cinemateca já tem de reproduzir tecnologias de imagem e de som mais antigas — como os suportes 35mm, U-Matic, Betacam, VHS ou Bluray — e aprimora a habilidade do espaço em reproduzir os padrões digitais mais recentes, o que inclui projeções em 4K.

A tela é uma Harkeness Hall Matt White 1.0 (“A mesma da cerimônia do Oscar”, conta Heffner), híbrida, para película e digital, microperfurada e sem emendas. O som foi reconfigurado, incorporando um processador para os registros analógicos (CP 650) e outro para os registros digitais (CP 950).

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Para ser mais inclusiva, a sala passa a utilizar o sistema ProAccess, que traz uma solução nova, eficiente e exclusiva para salas de exibição em padrão DCP (padrão internacional de exibição de filmes digitais): o espectador que utilizar o aparelho de acessibilidade poderá optar por audiodescrição, legendas descritivas, libras e/ou áudio-assistência.

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A modernização, realizada em parceria com a Duas Mariola Filmes, foi viabilizada pelos editais Apoio aos Espaços de Audiovisual, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, e Viva o Cinema de Rua II — Apoio à Reforma ou reabertura de salas de cinema, da Prefeitura do Rio, por meio da RioFilme, órgão da Secretaria Municipal de Cultura, ambos por meio da Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal.

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As sessões na cinemateca são gratuitas (com opção de contribuição sugerida), mas os ingressos para o dia de reabertura já estão esgotados. A programação completa pode ser vista neste link, e os ingressos, retirados neste link. O Museu de Arte Moderna (MAM) fica na avenida Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo.

Ao lado da cinemateca, já estão funcionando a Cantina do MAM, um charmoso bistrô, e a biblioteca do museu, uma das mais importantes bibliotecas especializadas em arte moderna e contemporânea do país, com mais de 31 500 livros e 618 títulos de periódicos em seu acervo.

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História de resistência

Concebida em 1948, a cinemateca começou a funcionar em 1951, como Filmoteca do Museu de Arte Moderna, no antigo prédio do Ministério da Educação e Saúde, hoje Edifício Gustavo Capanema. Em 7 de julho de 1955, iniciou suas atividades de exibição de filmes clássicos e contemporâneos no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), tornando-se referência.

Em 1967, inaugurou sua sala própria, no terceiro andar do Bloco Expositivo do MAM. Em meio à ditadura militar, se tornou um espaço de apoio ao Cinema Novo e ao Cinema Marginal e de resistência. Após o incêndio do museu, em 1978, a sala foi transferida para o Bloco Escola.

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Em 1987, o lugar ganhou a configuração atual, com as emblemáticas longarinas (fileiras de cadeiras) idealizadas pelo designer Sérgio Rodrigues. O nome do auditório presta tributo a Cosme Alves Netto (1937-1996), cineclubista, agitador cultural e diretor da Cinemateca do MAM entre 1965 e 1988.

Um dos mais relevantes arquivos audiovisuais da América Latina, a cinemateca mantém várias coleções e obras raras, incluindo o filme brasileiro mais antigo preservado, Reminiscências, de Aristides Junqueira, cujas imagens remontam a 1909.

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Com foco no cinema e no audiovisual brasileiros, conserva mais de 7 000 títulos em película, cerca de 250 000 em suporte videomagnético analógico e digital, e mais de 400 terabytes de arquivos digitais. As coleções documentais totalizam mais de 3,5 milhões de itens, e a coleção de equipamentos tem mais de 6 000 aparatos e peças.

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