Arnaldo Antunes
Artista polivalente, com incursões pela literatura e pelas artes plásticas, Arnaldo Antunes vinha rodando o mundo para mostrar o repertório de Já É, seu mais recente disco de inéditas. A escala portuguesa da turnê foi registrada no CD e DVD Ao Vivo em Lisboa, com convidados de lá, a exemplo da cantora Carminho. No Circo, ele apresenta o trabalho, que vai da nova Se Você Nadar à dançante Põe Fé que Já É, e relembra sucessos da carreira-solo e dos Tribalistas, como Socorro e Velha Infância. Antes, os pernambucanos do Mombojó passeiam por sua discografia de quinze anos na turnê Lo-Fi. Circo Voador. Arcos da Lapa, s/nº, Lapa, ☎ 2533-0354. Sexta (12), 22h. R$ 80,00 (1º lote).
Edu Lobo, Mauro Senise e Romero Lubambo
No ano passado, Edu Lobo emprestou a voz a duas faixas do álbum Todo Sentimento, do saxofonista e flautista Mauro Senise com o violonista Romero Lubambo, companheiros de longa data no grupo Cama de Gato. Entrosado, o trio resolveu embarcar em nova aventura. Gravado em apenas sete dias, o álbum Dos Navegantes desbrava o cancioneiro de Edu e traz interpretações inspiradas para quinze canções de sua lavra, além da instrumental inédita Noturna. Ao vivo, eles percorrem ainda temas como a faixa-título, feita com Paulo César Pinheiro, e parcerias do compositor com Chico Buarque e Cacaso, entre outros. Sala Cecília Meireles. Rua da Lapa, 47, Lapa. Sábado (13), 20h. R$ 40,00.
Flávio Damm, um Fotógrafo
Recolhido no Rio Grande do Sul, em 1948, depois de deposto, Getúlio Vargas permitiu que um fotógrafo fizesse sua primeira imagem naquela circunstância. Cinco anos depois, o mesmo profissional foi o único brasileiro a registrar a cerimônia de coroação da rainha Elizabeth II, na Inglaterra. Com uma trajetória de mais de sete décadas, o porto-alegrense Flávio Damm ganha mostra com 36 fotografias na Galeria Marcelo Guarnieri a partir de quinta (11). O acervo vai dos anos 50 aos 2000, caso dos grafismos flagrados em 2013, no Leme (foto). Rua Teixeira de Melo, 31, Ipanema. Segunda a sexta, 11h às 18h; sábado, 11h às 15h. Grátis. Até 17 de junho.
A Filha
Inspirada na peça O Pato Selvagem (1884), do norueguês Henrik Ibsen, A Filha foge do tom teatral para apresentar dramas familiares em versão contemporânea. Logo no início da trama, o empresário Henry (Geoffrey Rush) fecha sua madeireira e demite todos os funcionários. O ricaço está de casamento marcado com sua segunda mulher e, depois de muitos anos, seu filho, Christian (Paul Schneider), retorna à mansão da família. O rapaz tem um passado de alcoolismo e faz questão de permanecer longos momentos ao lado de seu amigo de infância, Oliver (Ewen Leslie), pai da adolescente Hedvig (Odessa Young). Os conflitos ainda vão envolver a esposa e o pai de Oliver (papéis de Anna Torv e Sam Neill). Há muitos personagens no enredo, mas cada um deles tem presença fundamental. Na estreita relação entre os amigos, despontam ressentimentos, inveja e ciúme. A garota é uma espécie de estopim para o surgimento de segredos escondidos sob o tapete. Com desenrolar denso, o filme deixa uma ponta em aberto. Que tal refletir em casa? Direção: Simon Stone (The Daughter, Austrália, 2015, 95min). 16 anos.
Josephine Baker
Aline Deluna dá show de carisma em peça sobre a cantora Josephine Baker. Teatro Maison de France. Avenida Presidente Antônio Carlos, 58, Centro. Quinta a sábado, 20h; domingo, 19h. R$ 50,00 a R$ 60,00. Até o dia 28.
Norman — Confie em Mim
Querido por mulheres de várias gerações, Richard Gere (foto) pega um papel atípico e se dá muito bem na pele do protagonista-título de Norman — Confie em Mim. Perambulando pelas ruas no inverno de Nova York, o judeu Norman tem uma profissão peculiar. Ele é um especialista em aproximar pessoas que possam formar uma parceria de negócios. Por seu jeito intrometido e, muitas vezes, inconveniente, Norman pode ser considerado um senhor chato. Gostar (ou ter compaixão) do personagem já é meio caminho andado para sair satisfeito da sessão. Em uma de suas investidas, Norman conhece e presenteia (com segundas intenções) o político Micha Eshel (Lior Ashkenazi). Três anos depois, seu então novo amigo vira primeiro-ministro de Israel e dá a Norman um cargo de relacionamento na comunidade judaica nova-iorquina. Americano radicado em Jerusalém, o diretor e roteirista Joseph Cedar (de Fogueira) apresenta um tipo incomum que, em suas contradições morais, consegue espelhar a sociedade atual. Direção: Joseph Cedar (Norman: The Moderate Rise and Tragic Fall of a New York Fixer, Israel/EUA, 2016, 118min). 10 anos.
Prophets of Rage
“Tempos perigosos pedem canções perigosas.” A declaração oficial anuncia a que veio o Prophets of Rage. Formado no ano passado por Tom Morello (guitarra), Tim Commerford (baixo) e Brad Wilk (bateria), base instrumental do Rage Against the Machine, com Chuck D e DJ Lord, do Public Enemy, e B-Real, do Cypress Hill, o engajado supergrupo surgiu em resposta ao momento político nos Estados Unidos, que culminou na eleição do presidente Donald Trump. Além de duas inéditas, o sexteto despeja sua explosiva mistura de rock com rap em hinos contestadores de seus grupos de origem, a exemplo de Fight the Power (Public Enemy), Insane in the Brain (Cypress Hill), Killing in the Name e Bulls on Parade (RATM). A banda Rise Against abre o show. Vivo Rio. Avenida Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo. Sexta (12), 20h30. R$ 240,00 (pista) a R$ 380,00 (pista vip e camarote A).
O Que Terá Acontecido a Baby Jane?
Ver duas grandes atrizes em cena já vale o programa: Eva Wilma e Nathalia Timberg (no lugar de Nicette Bruno, que cumpriu a temporada paulista) dão aula de interpretação na nova montagem para a trama escrita por Henry Farrell — popularizada desde a adaptação para o cinema, em 1962. Rara experiência de assistir a um thriller bem executado nos palcos, a produção da dupla Möeller & Botelho traduz de forma criativa os três tempos do texto. As irmãs Jane (Eva) e Blanche (Nathalia) Hudson carregaram até o fim da vida anos de inveja e rivalidade. Idosas, combatem o esquecimento com lembranças de quando, cada uma a seu tempo, faziam sucesso. Outros acertos da sessão são Alessandra Martins e Ágatha Félix, como crianças prodigiosas, e o multifacetado cenário de Rogério Falcão (70min). 14 anos. Theatro Net Rio. Rua Siqueira Campos, 143, Copacabana. Quinta, 18h; sexta e sábado, 21h; domingo, 18h. R$ 50,00 a R$ 150,00. Até 25 de junho.
Teatro Saarinha
Aberto em março, o Teatro do Saara oferece, na hora do almoço, ao público que circula pelo Centro, peças curtas. A boa acolhida aos primeiros cinco espetáculos em cartaz levou à ampliação da programação. Voltado para os pequenos, o Teatro Saarinha, sempre aos sábados, após as 11h, recebe, a partir deste sábado (6), Redondilhas. A peça do Grupo Mosaicos apresenta contos populares indígenas, árabes e da Península Ibérica entremeados por composições do músico Délcio Teobaldo. As histórias são embaladas por tambores, violões, flauta e curiosos instrumentos que utilizam água para fazer som. Teatro do Saara. Largo São Francisco de Paula, 19, Centro, ☎ 3349-8008. Sábado, 11h. R$ 20,00. Até o dia 27.
Tom na Fazenda
Excelente espetáculo sobre amor e aceitação, estrelado por Armando Babaioff e Gustavo Vaz, despede-se no domingo (14). Oi Futuro Flamengo. Rua Dois de Dezembro, 63, Flamengo. Quinta a domingo, 20h. R$ 15,00.