O livro Trash, do inglês Andy Mulligan, tem a trama ambientada num país do Terceiro Mundo. Produzida pela O2, de Fernando Meirelles, e comandada pelo diretor Stephen Daldry (Billy Elliot), também inglês, a adaptação ganhou o Rio como cenário de uma aventura de tintas dramáticas. Na trama de Trash — A Esperança Vem do Lixo, o adolescente Rafael (Rickson Tevez) encontra uma carteira com dinheiro, foto, bilhete e uma chave. Catador em um lixão, o menino divide a grana e o segredo com seu amigo Gardo (Eduardo Luis). Os problemas surgem no dia seguinte, quando um policial aparentemente inofensivo (interpretado por Selton Mello) vai ao local à procura do objeto. Os colegas se calam e vão pedir ajuda a um terceiro companheiro, Rato (Gabriel Weinstein). O trio, então, consegue descobrir que o dono da carteira (papel de Wagner Moura) trabalhou para um candidato a prefeito. Em estética escorada em Cidade de Deus, Trash possui, entre seus pontos positivos, a espontaneidade na atuação do trio de protagonistas, todos estreantes. Além disso, o ritmo pulsante entrega à plateia uma fita de ação de sabor brasileiro. Algumas coisas, contudo, desandam. A exploração da faceta político-social do país, composta de policiais truculentos e deputados corruptos, soa falsa, assim como a “obrigação” de ter no enredo personagens estrangeiros, a exemplo do padre feito por Martin Sheen e da professora de inglês incorporada por Rooney Mara. Direção: Stephen Daldry (Trash, Inglaterra/Brasil, 2014, 115min). 14 anos. Estreou em 9/10/2014.